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Bancos apresentam pior resultado desde 2014 com corte de 989 postos de empregos em janeiro

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09 Março 2017 – 11:17

Pesquisa da Contraf/CUT – Dieese também revela que as mulheres continuam sendo discriminadas nos bancos e recebem salários menores

Mais demissões. Isto foi o que os bancos que operam no Brasil apresentaram no início de 2017. O registro é de que, em janeiro deste ano, foram fechadas 989 vagas de empregos em todo o país, o que configura o segundo pior resultado para o mês desde 2014, quando foram fechados 1.024 postos. Os estados com mais demissões foram São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, de acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada esta semana pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A análise por setor de atividade econômica ainda demonstra que os bancos múltiplos, com carteira comercial, que engloba grandes instituições como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander e Banco do Brasil, foram os principais responsáveis pelo saldo negativo. Juntos, fecharam 833 postos de trabalho: 84,2% do total.

Mulheres sofrem discriminação nos bancos

O estudo da Contraf/CUT – Dieese, com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, também revela que as mulheres bancárias continuam sendo discriminadas no setor bancário.

Isto está demonstrado pelos seguintes números: as 944 mulheres admitidas no primeiro mês de 2017 receberam, em média, R$ 3.424,56. Esse valor corresponde a 70,1% da remuneração média auferida pelos homens contratados no mesmo período. A diferença de remuneração entre homens e mulheres é observada também na demissão. As mulheres que tiveram o vínculo de emprego rompido em janeiro recebiam R$ 5.620,09, o que representou 71,0% da remuneração média dos homens que foram desligados dos bancos.

A Contraf/CUT considera inadmissível que os bancos continuem sem fazer nada para mudar o quadro de maior exploração e discriminação em cima das mulheres em relação aos homens. Segundo a entidade, mesmo apresentando melhor escolaridade que os homens dentro das instituições bancárias, ainda vigora uma política discriminatória por gênero. Outra constatação: as mulheres também ocupam menos cargos de direção, tanto nos bancos privados, quanto nos públicos. Para a Contraf/CUT, essa situação é intolerável e a intenção é de continuar lutando contra isso.

Sobre o grande número de cortes de empregos em janeiro, a Contraf/CUT afirma que a postura adotada pelos bancos complica ainda mais a situação de caos no país e instabilidade política, social e econômica. E acrescenta: “O Brasil só volta a crescer com geração de emprego e renda, existe ainda o pior PIB da história, sob o comando de Temer, com recuo de 3,6%, conforme divulgado esta semana pelo IBGE. Os trabalhadores estão perdendo seus empregos e o país afundando, mas os bancos continuam a registrar altos lucros e deveriam ter uma postura responsável com o Brasil e seus funcionários, neste momento de tantas incertezas e ataques aos trabalhadores”.

Motivo dos desligamentos

A pesquisa da Contraf/CUT – Dieese revela que, do total dos desligamentos ocorridos nos bancos (2.934), 67% foram sem justa causa, perfazendo 1.960 desligamentos. Os desligamentos a pedido do trabalhador representaram 26% do total (747 desligamentos).

Faixa etária

Os bancários admitidos concentraram-se na faixa etária até 24 anos de idade, com saldo de emprego positivo em 718 postos. Os desligamentos se concentraram nas faixas etárias superiores a 25 anos, especialmente entre 30 a 64 anos, que registrou um saldo negativo de 1.642 postos de trabalho (56,0% do total de postos fechados).

Tempo no emprego

Entre os 2.934 bancários desligados, a maior parte tinha 10 ou mais anos no emprego (1.015 cortes que correspondem a 34,6% do total). Outros 709 tinham entre 5 e 10 anos de trabalho (24,2%). Assim, observa-se que o corte dos postos nos bancos se deu principalmente entre aqueles com maior tempo de casa, sendo compatível com o fato de serem os trabalhadores mais velhos.

Fonte: Fenae.

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