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Por 13:38 Notícias

Veto de Bolsonaro à Lei Padre Júlio Lancellotti pode ser derrubado no Congresso nesta quinta (15)

O Congresso Nacional pode derrubar em sessão, nesta quinta-feira (15), o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Lei Padre Júlio Lancellotti. A iniciativa tem origem no Projeto de Lei (PL) 488/2021, que proíbe o uso de arquitetura hostil, com emprego de materiais, estruturas, equipamentos e técnicas que afastem pessoas do uso de espaços de uso público nas cidades brasileiras. Principalmente aquelas em situação de rua. 

A legislação já havia sido aprovada em março pelo Senado. E foi enviada no dia 23 de novembro para sanção presidencial após ser apreciada por diferentes partidos na Câmara dos Deputados. O PL, no entanto, foi barrado na noite desta terça (13) por Bolsonaro. No veto, publicado hoje (14) no Diário Oficial da União (DOU), o governo federal justificou que a proposição seria “contrária ao interesse público”. 

“Em que pese a boa intenção do legislador, a proposição legislativa contraria o interesse público, tendo em vista que poderia interferir na função de planejamento e de governança locais da política urbana ao definir as características e as condições a serem observadas para a instalação física de equipamentos e de mobiliários urbanos”, alegou Bolsonaro. O mandatário, derrotado na campanha à reeleição neste ano, também argumentou que o emprego da expressão “técnicas construtivas hostis” poderia causar insegurança jurídica. Segundo ele, esse seria um “conceito ainda em construção”. 

Parlamentares contestam veto

A justificativa, no entanto, foi contestada por parlamentares. Autor do PL, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) afirmou, por meio de sua assessoria, que já prepara uma mobilização para derrubar o veto no Congresso. A equipe do petista confirmou que a decisão pode ser apreciada amanhã. A rejeição, contudo, precisa ser votada pela maioria absoluta dos deputados – 257 votos na Câmara – e senadores – 41 votos. A expectativa, de acordo com Contarato, é positiva, uma vez que o PL foi aprovado com grande apoio, e o veto de Bolsonaro já era esperado. 

“Não me surpreende tal feito, o presidente nunca disfarçou sua repulsa aos vulneráveis! Com sensibilidade política e humana seguiremos firmes na luta pelos direitos das pessoas em situação de rua. Derrubaremos mais esse ataque ao povo!”, garantiu o senador. 

Se os parlamentares decidirem restaurar a proposta, o texto será promulgado pelo próprio Congresso e se tornará a Lei Padre Júlio Lancellotti. Uma homenagem ao líder religioso que dedica a vida ao acolhimento dos mais pobres e excluídos. O projeto de lei também faz referência à luta engajada por Lancellotti nos últimos anos contra o uso da “arquitetura hostil” em espaços públicos.

Luta contra a aporofobia

O pároco chamou atenção ao problema principalmente em fevereiro de 2021, quando quebrou, com uma marreta, paralelepípedos instalados pela prefeitura de São Paulo sob um viaduto na zona leste da cidade. Desde então, ele passou a denunciar o problema nas redes sociais, compartilhando o uso da técnica em todo o país para afastar e restringir o acesso de espaços públicos principalmente por pessoas em situação de rua. No mesmo ano, a prática foi denunciada pelo Papa Francisco também como “arquitetura hostil”. 

São Paulo – O Congresso Nacional pode derrubar em sessão, nesta quinta-feira (15), o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Lei Padre Júlio Lancellotti. A iniciativa tem origem no Projeto de Lei (PL) 488/2021, que proíbe o uso de arquitetura hostil, com emprego de materiais, estruturas, equipamentos e técnicas que afastem pessoas do uso de espaços de uso público nas cidades brasileiras. Principalmente aquelas em situação de rua. 

A legislação já havia sido aprovada em março pelo Senado. E foi enviada no dia 23 de novembro para sanção presidencial após ser apreciada por diferentes partidos na Câmara dos Deputados. O PL, no entanto, foi barrado na noite desta terça (13) por Bolsonaro. No veto, publicado hoje (14) no Diário Oficial da União (DOU), o governo federal justificou que a proposição seria “contrária ao interesse público”. M

“Em que pese a boa intenção do legislador, a proposição legislativa contraria o interesse público, tendo em vista que poderia interferir na função de planejamento e de governança locais da política urbana ao definir as características e as condições a serem observadas para a instalação física de equipamentos e de mobiliários urbanos”, alegou Bolsonaro. O mandatário, derrotado na campanha à reeleição neste ano, também argumentou que o emprego da expressão “técnicas construtivas hostis” poderia causar insegurança jurídica. Segundo ele, esse seria um “conceito ainda em construção”. 

Apoio no Congresso

O PL acabou sendo aprovado inclusive por deputados bolsonaristas, entre eles Bia Kicis (PL-DF). “Esse é um raro projeto com concordância de vários partidos para evitar o emprego dessa arquitetura hostil nas cidades. Um projeto muito humano”, disse à época à Agência Câmara de Notícias

Fonte: RBA

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