A ministra Rosa Weber, presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou nesta segunda-feira (30) ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a abertura de um inquérito para investigar o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto. A manifestação atende a um pedido do senador Fabiano Contarato (PT-ES), líder do PT no Senado. Na representação, o parlamentar vê possível crime de supressão de provas, após Valdemar relatar ter recebido documentos de conteúdo golpista.
Na última sexta-feira (27), em entrevista ao jornal O Globo, admitiu que recebeu e “triturou” minutas de golpe destinadas a impedir a posse de Lula. O presidente do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, fazia menção à “minuta do golpe” que a Polícia Federal encontrou na casa do ex-secretário de Segurança e ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Tentando aliviar a barra de Torres, Valdemar afirmou que documentos de cunho golpista circulavam entre interlocutores do governo Bolsonaro. Disse que ele próprio teria recebido documentos desse tipo, mas que os teria destruído.
Nesse sentido, a presidente do STF também solicitou à PGR “a realização de diligência pela Polícia Federal, para que seja tomado depoimento do representado”. Trata-se de outra demanda apresentada por Contarato.
Na petição enviada a PGR, Rosa cita a “possível prática de crime” previsto no Artigo 305 do Código Penal. O artigo prevê reclusão de até seis anos, além de multa, para quem “destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor”.
Para Contarato, causa “perplexidade” que Valdemar admita ter “triturado” evidências de aparente crime. “Não surpreenderá caso o Valdemar tenha que prestar contas à Justiça mais uma vez, por se enredar nos sortilégios golpistas de Bolsonaro”, assinalou o senador.
Fonte: RBA
