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Por 11:43 Notícias

Lula é diagnosticado com pneumonia leve e adia viagem para China

O presidente Lula (PT), após realizar exames no Hospital Sírio Libanês, foi diagnosticado com pneumonia leve e, por conta disso, adiou a sua viagem para a China, que seria realizada na manhã deste sábado (25). 

Dessa maneira, o presidente deve embarcar para a China na manhã deste domingo (26).

Neste momento, Lula se encontra no Palácio da Alvorada.  

De acordo com informações da assessoria do presidente, Lula realizou os exames no Hospital Sírio Libanês na noite desta quinta-feira (23).

Além do adiamento da viagem de Lula para a China, toda a agenda do presidente para esta sexta-feira (24) também foi cancelada. O mandatário está em repouso no Palácio da Alvorada, onde está sendo tratado com antibióticos e ficará sob observação. Uma nova avaliação do seu quadro de saúde deve ser feita nas próximas horas.  

De avião à soja: O que esperar da terceira viagem de Lula à China?

 

Entre os dias 26 e 31 de março o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará na China para uma visita oficial a convite do presidente chinês Xi Jinping. Essa será a terceira viagem do mandatário brasileiro ao país asiático.

A primeira visita de Lula como presidente brasileiro à China ocorreu em 2004, quando os dois países celebraram 30 anos de estabelecimento das relações diplomáticas e o presidente chinês era Hu Jintao. Muita coisa mudou nos dois países e no mundo.

Em 2004, o principal produto de exportação brasileiro para o mercado chinês eram os aviões a jato da Embraer. Os negócios do país asiático com a empresa brasileira começaram em meados de 2003. Naquele ano, o fabricante brasileiro iniciou a parceria com a Avic por meio da joint venture Harbin Embraer Aircraft Industry (HEAI), que ficou responsável por produzir o ERJ-145 e o Legacy 650. Durante os 13 anos em que atuou no gigante asiático, a Embraer produziu cerca de 40 aeronaves, mercado que sempre atraiu os olhos de outros fabricantes diante do grande potencial de vendas e expansão dos negócios.

Já agora,  em 2023, o que mais exportamos para o mercado chinês é minério de ferro e soja. A China precisa dos recursos naturais brasileiros para o desenvolvimento e o Brasil precisa do mercado chinês para suas commodities. Um dos objetivos de Lula nesta primeira viagem para o hemisfério oriental no terceiro mandato é buscar mais equilíbrio nas relações comerciais com os chineses e reforçar os laços com Pequim e diversificar os produtos que exporta para o país. O Brasil quer vender mais itens industrializados, e não se concentrar somente em commodities.

Agenda preliminar

 

Na sexta-feira (17), o Ministério das Relações Exteriores brasileiro apresentou um briefing da viagem presidencial desta semana. Serão celebrados pelo menos 20 acordos comerciais, informou o secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, embaixador Eduardo Paes Saboia.

Em Pequim, estão previstas reuniões de Lula com Xi, com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e com o presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji. Na pauta, temas da ampla pauta bilateral, incluindo comércio, investimentos, reindustrialização, transição energética, mudança climática e paz e segurança mundial.

Saboia informou que o número de acordos bilaterais ainda pode aumentar. Há protocolos sanitários, uma série de produtos agrícolas, acordos na área de educação, cultura, finanças, indústria, ciência e tecnologia.

O combate à fome, uma das prioridades de Lula, é outra pauta importante da visita. A República Popular da China eliminou a extrema pobreza em plena pandemia da Covid-19. O Brasil voltou para o mapa da fome e tem mais de 30 milhões de pessoas com fome e outras mais de 100 milhões em insegurança alimentar. Há muitas trocas que os dois países podem promover nesse assunto.

“Um dos temas da visita é o desenvolvimento que envolve também a tecnologia, mudança do clima, transição energética e o combate à fome. É um momento em que o Brasil e a China também falam para o mundo, isso também estará nos objetivos”, pontuou o embaixador Eduardo Saboia.

A comitiva presidencial será composta de parlamentares, governadores, ministros de Estado e empresários. Ao longo da visita, haverá eventos empresariais, seminários e a assinatura de atos intergovernamentais.

Agronegócio em peso na China

 

O Itamaraty confirmou que a delegação brasileira também vai participar, em Pequim, de um seminário com a presença de aproximadamente 200 empresários brasileiros de vários setores. Somente do agronegócio, 102 empresários de diferentes áreas deste setor estão confirmados. Entre eles, os irmãos Joesley e Wesley Batista, executivos das empresas do grupo J&F – controlador da JBS. Cada empresário pagará sua própria viagem, segundo o governo federal.

Os representantes do agro vão viajar com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que tem a previsão de ficar durante dez dias na China, de 20 a 30 deste mês. A maior parte dos empresários, 43, é do setor de carne bovina; em seguida, há 21 de carne suína e de aves;  21 multissetoriais; cinco de algodão; cinco de insumos, quatro da área de celulose; um de óleos vegetais; um de arroz e um de reciclagem animal.

Dilma no Banco do Brics

 

Na etapa final da viagem, no centro financeiro da China, Xangai, será realizada a posse oficial da ex-presidenta Dilma Rousseff na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), o Banco do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Nesse posto, Dilma tem a chance de ampliar a inserção internacional no banco que desde 2015 teve US$ 32 bilhões em projetos aprovados e atualmente investe US$ 4 bilhões no Brasil, principalmente em rodovias e portos.

A ex-presidenta vai encarar dois desafios: impulsionar projetos ligados ao meio ambiente e driblar o impacto geopolítico das retaliações ocidentais à Rússia, um dos sócios-fundadores do Brics.

A nova presidenta do Banco dos Brics tem um papel importante a desempenhar na pauta climática. Durante a COP-27, no Egito, a instituição assumiu o compromisso de aumentar o financiamento a projetos ambientalmente sustentáveis.

A Guerra da Ucrânia é um empecilho complexo para Dilma à frente do NDB. Diante das sanções impostas pelos países ocidentais à Rússia, o banco está sendo impedido de emitir títulos no mercado financeiro da Europa e dos EUA. A saída será que ela achar caminhos para captar recursos fora do Brics.

Foto: Ricardo Stuckert

Fonte: Revista Fórum

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