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Por 11:29 Bradesco, Recentes, Regional Curitiba

Terror psicológico se transforma em método de gestão do Bradesco

Como parte de sua ação permanente de fiscalização das condições de trabalho e das práticas de gestão dos bancos, que afetam diretamente a saúde e a vida da categoria, o Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região tem visitado as agências do Bradesco de sua base. Consulta virtuais sobre a situação nos locais de trabalho também têm sido realizadas pela entidade. As visitas e consultas são motivadas por denúncias de cobrança excessiva pelo cumprimento das metas estabelecidas e assédio moral, que vem sendo praticados pelo banco.

“O que temos constatado é que as formas de cobranças utilizadas pelo Bradesco são exaustivas e assediadoras. Os trabalhadores relatam dificuldades com a entrega das metas que são cobradas reiteradamente. Apesar de muito esforço empenhado, muitas vezes, os clientes não têm interesse nos produtos ofertados ou estes não são adequados ao perfil daquela pessoa”, exemplifica a dirigente sindical Karla Huning.

“E, como se não bastassem as cobranças, os bancários estão sendo responsabilizados pelos gestores, sob a alegação que ‘querem’ ficar numa posição ruim”, acrescenta Karla. Segundo ela, os trabalhadores avaliam o ambiente de trabalho como pesado e desgastante. “Temos notado ainda que muitos fazem uso contínuo de medicamentos contra ansiedade e outras síndromes relacionadas”, aponta.

“O que temos encontrado, tanto nas visitas quanto nos relatos que recebemos dos trabalhadores, são problemas que se repetem em diferentes locais de trabalho. Ou seja, trata-se de um assédio moral que se institucionalizou na gestão do Bradesco e tem afetado, se não todos, boa parte dos funcionários e funcionárias do banco”, relata a secretária-geral do Sindicato, Cristiane Zacarias.

Terror psicológico

“Ao que parece, a alta direção do banco decide que o seu lucro tem de aumentar, custe o que custar. A partir daí, a ordem vem de cima para baixo, arrasando como um ‘tsunami’. Ligam-se as engrenagens para atingir tal objetivo e o assédio moral passa a correr solto”, resume o dirigente sindical Ademir Vidolin. Segundo ele, o assédio é a ferramenta utilizada para o atingimento das metas, um método perverso que vem acompanhado de ameaças de demissão, palavras rudes, humilhações e terror psicológico. “O bancário que sofre com o aumento da frequência e da intensidade das cobranças é pressionado de diversas formas e durante todo o tempo para apresentar sua produção”, afirma.

Conforme o dirigente, o bancário que continua submetido a esse terror psicológico, ainda tentando trabalhar dentro da ética, luta desesperadamente para bater as metas e, por isso, começa a adoecer. “Não é à toa que metade dos trabalhadores que saíram do banco nos últimos anos foram ‘a pedido’, o que demonstra as péssimas condições de trabalho as quais são submetidos. Os que permanecem, precisam fazer uso de medicação controlada”, acrescenta Ademir.

“Ficamos nos perguntando quando é que o Bradesco vai modernizar também as relações de trabalho, pautando sua gestão no respeito e na humanidade?”, interroga. “Quando o banco vai parar de coagir seus funcionários até fora da jornada de trabalho? Quando obteremos um equilíbrio, tratando todos com justiça e dignidade? O trabalho precisa trazer dignidade e sustento ao trabalhador, não sofrimento e infelicidade!”, conclui Vidolin.

Consulta sobre condições de trabalho

Preocupado com todas essas questões, o Sindicato mantém aberta, de forma permanente, uma consulta junto à categoria na busca de informações para subsidiar as negociações e melhorar as condições de trabalho. Se você tem problemas no seu local de trabalho ou está sendo vítima de assédio mora, responda o questionário disponível neste link. Reiteramos que as respostas são anônimas e todos os dados serão tratados com sigilo.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região

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