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Por 11:11 Caixa, Destaque

Portal denuncia falta de transparência da Caixa

O envio de documentos com informações ocultas por tarjas pretas pela Caixa Econômica Federal à CGU (Controladoria Geral da União) reforçam as suspeitas de que a antiga direção do banco utilizou recursos públicos para alavancar a candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República, segundo reportagem publicada na segunda-feira (7/08) no portal de notícias UOL, que havia solicitado dados sobre a concessão de crédito consignado a beneficiários do Auxílio Brasil com base na Lei de Acesso à Informação. Segundo reportagem do UOL, a Caixa alegou que as tarjas foram aplicadas em informações cujo sigilo está previsto em lei, ou que não faziam parte do pedido do portal de notícias.

Desde maio de 2022, quando a Caixa ainda era presidida por Pedro Guimarães, a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) denunciou que o banco estava concedendo crédito sem as devidas análises de risco supostamente para tentar beneficiar o então presidente da República, Jair Bolsonaro, nas eleições presidenciais. “E, já naquela ocasião, deixávamos claro que não era a primeira vez que denunciávamos o uso do banco para finalidades pessoais e eleitorais por Pedro Guimarães”, afirmou a coordenadora da CEE (Comissão Executiva dos Empregados) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt. “Mas, mesmo após a queda dele por denúncias de assédio sexual praticado por ele contra empregadas da Caixa, denunciamos indícios de uso eleitoral da Caixa para beneficiar Bolsonaro por Daniella Marques, que o substituiu na Presidência do banco”, completou a coordenadora da CEE/Caixa.

Para o empregado da Caixa e diretor da Contraf-CUT, Rafael de Castro, as reportagens do UOL são importantes para dar maior credibilidade às denúncias feitas pelo movimento sindical. “Algumas vezes nossas denúncias são menosprezadas. Acreditam que se trata de especulação e forma de pressão política para que o banco atenda as reivindicações dos empregados. Mas nossa atuação é responsável e vai muito além das pautas corporativas, visamos a preservação da imagem da Caixa e o bem de todo o país”, ressaltou.

Transparência

A diretora executiva da Contraf-CUT, Eliana Brasil, observa que as possíveis ilegalidades foram cometidas pelo banco nas gestões passadas, quando a Presidência da Caixa havia sido indicada por Jair Bolsonaro. “Entendemos que a atual gestão não deve ser culpabilizada pelo que ocorreu em gestões passadas, mas não podemos entender a tentativa da atual gestão de ocultar informações”, disse. “Entendemos também que o banco queira se preservar de possíveis processos pelo vazamento de dados pessoais e por prejuízos com a divulgação de informações comerciais estratégicas, mas a forma como os documentos foram enviados à CGU mostram o descaso do banco pela resolução do problema. É a mesma falta de transparência com as informações que solicitamos nas mesas de negociações por direitos trabalhistas”, comparou a diretora da Contraf-CUT.

A Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa) também já havia pedido transparência da Caixa na divulgação das informações sobre a concessão de crédito consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil. “Defendemos que a Caixa abra esses dados para a sociedade. Como representantes dos trabalhadores, sempre defendemos transparência e lisura na gestão do banco”, disse o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, em nota publicada no site da entidade.

Em nota, a Caixa informou que iria apurar o motivo do envio do documento com as tarjas e, segundo reportagem publicada pelo G1, o banco enviou a versão não censurada dos documentos para a CGU no final da tarde de segunda (7).

Fonte:  Contraf-CUT

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