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Por 13:01 Notícias

Bolsonaristas transformam Monica em ladra e Mafalda em racista para defender Milei

Eles já tinham feito o mesmo com o Zé Gotinha durante a pandemia, colocando um fuzil nas mãos do personagem utilizado há 37 anos pelo Ministério da Saúde para incentivar as crianças a se vacinarem. Agora são dois outros ícones infantis que estão sendo deformados pelos bolsonaristas para atingir a esquerda e defender Javier Milei, o ultradireitista bizarro eleito presidente da Argentina.

Uma charge feita pelo desenhista Nando Mota, do portal Brasil 247, com Mafalda, a célebre garotinha criada pelo argentino Quino, e Monica, a menina de vestido vermelho de Mauricio de Sousa, foi vandalizada por perfis bolsonaristas e está sendo compartilhada por nomes como o do ex-deputado cassado Deltan Dallagnol. Chama a atenção o viralatismo dos “patriotas”, a falta de consideração para com os próprios brasileiros ao nos retratar como ladrões.

Outra versão, ainda mais grotesca, mostra Mafalda chamando Monica de “macaca”, como se ela, que se notabilizou por ser uma criança pensante, com opiniões políticas fortes durante a ditadura militar argentina, fosse racista. Os eleitores de Javier Milei e de Jair Bolsonaro devem julgar os argentinos por eles mesmos…

A versão original do desenho foi feita por Nando Mota em 2019, quando Alberto Fernández ganhou a eleição na Argentina e Mafalda consolava Monica, com Bolsonaro no poder no Brasil: “Mejorará”.

Em 2020, Nando fez uma nova versão da charge com Monica consolando Mafalda pela morte de seu criador.

Esta última versão voltou a circular fortemente nas redes sociais brasileiras no último domingo, quando Milei ganhou a eleição para presidente da Argentina. Os bolsonaristas, então, “rebateram” com a alteração criminosa na charge, transformando a Monica em batedora de carteiras e Mafalda em racista.

“Estes vandalismos que estão fazendo com essa charge são de muito mau gosto, extremamente preconceituosos. É uma charge que fala sobre carinho, afeto, compaixão, e subverteram transformando em discurso de ódio”, lamenta o cartunista Nando Mota. “Essa que Dallagnol compartilhou reforça um estereótipo do brasileiro ‘bandido’, mas o que se pode esperar de um sujeito que não tem nenhum caráter?”

“É uma charge que fala sobre carinho, afeto, compaixão, e transformaram em discurso de ódio”, lamenta o cartunista Nando Mota. “Essa versão que Dallagnol compartilhou reforça um estereótipo do brasileiro ‘bandido’, mas o que se pode esperar de um sujeito que não tem nenhum caráter?”

Segundo Nando, não é a primeira vez que os bolsonaristas vandalizam as charges dele, que fazem muito sucesso nas redes sociais. O ex-presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo, alterou uma charge sobre a morte do menino João Pedro, de 14 anos, vítima de uma “bala perdida” disparada pela polícia do Rio enquanto brincava dentro de casa, em São Gonçalo, na Baixada Fluminense, em 2020. Na época, ele até pensou em processar, mas desistiu.

“Entrei em contato com alguns advogados e parece que não tem muito o que fazer, uma vez que cai nas redes. Por mais que a pessoa possa ser penalizada, o estrago já foi feito”, diz Nando. “Infelizmente não penso em fazer nada, só lamento. Eles não têm capacidade de criar suas próprias artes, suas próprias charges, e recorrem a este recurso de alterar as artes de outras pessoas.”

Será que com Mauricio de Sousa a Justiça será tão inepta? E o que dizem os defensores das crianças?

Fonte: Revista Fórum

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