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Por 09:48 Cidadania, Recentes

Dia da Consciência Negra: avanços ainda não foram suficientes para assegurar igualdade de oportunidades

O país celebrou ontem (20) o Dia da Consciência Negra. A data relembra as lutas dos movimentos negros contra o racismo e reafirma a necessidade de igualdade de oportunidades para as negras e negros do Brasil.

Ainda que no decorrer dos anos tenham ocorridos avanços, o racismo continua presente nas estruturas sociais e institucionais e é manifestado pela falta de oportunidades para pessoas negras, por baixa remuneração, pelas tentativas de apagamento da sua cultura, dentre outras dificuldades.

“A data é mais uma oportunidade que temos de chamar atenção para a importância da igualdade racial, de valorização das nossas raízes culturais, e de reafirmar o combate a qualquer forma de discriminação”, destaca o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto.

Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a partir de dados analisados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PnadC-IBGE), referentes ao 2º trimestre de 2023, aponta as desigualdades no mercado de trabalho.  

Conforme o boletim “As dificuldades da população negra no mercado de trabalho”, especial para o Dia da Consciência Negra, embora representem 56,1% da população em idade de trabalhar, os negros ocupavam apenas 33,7% dos cargos de direção e gerência. Ou seja, um em cada 48 trabalhadores negros ocupa função de gerência, enquanto entre os homens não negros, a proporção é de um para 18 trabalhadores.

O estudo destaca ainda que entre os desocupados, 65,1% eram negros. A taxa de desocupação dos não negros está em 6,3% no 2º trimestre de 2023. Quase metade (46%) dos negros estava em trabalhos desprotegidos. Entre os não negros, essa proporção era de 34%.

Os negros ganhavam 39,2% a menos do que os não negros, em média. Em todas as posições na ocupação, o rendimento médio dos negros é menor do que a média da população. No 2º trimestre de 2023, a taxa de desocupação dos negros era de 9,5%, ou seja, 3,2 pontos percentuais acima da dos não negros.

No caso das mulheres negras, a taxa de desocupação estava em 11,7%, o que corresponde ao mesmo percentual registrado para os não negros no 2º trimestre de 2021, durante um dos piores momentos da crise econômica aprofundada pela pandemia da covid-19.

Uma em cada seis (15,8%) mulheres negras ocupadas trabalha como empregada doméstica – uma das ocupações mais precarizadas em termos de direitos trabalhistas e reconhecimento.

O Dieese também analisou os dados referentes à categoria bancária. Segundo o levantamento, apenas 25% dos trabalhadores são negros ou negras.  As mulheres representam 11,4% desse universo.

 Na Caixa Econômica Federal, segundo dados de 2021, 26,3% dos empregados eram negros. Em relação aos cargos de direção, no mesmo período, 15,56% eram ocupadas por negros.

O presidente da Fenae lembra que na categoria bancária a luta para reduzir as discriminações raciais é permanente e que foram conquistados avanços como a instalação da mesa temática sobre Igualdade de Oportunidades que pauta discussões para implementação de cláusulas nas negociações coletivas, em 2001, e a realização do I Censo da Diversidade da categoria, instrumento relevante para subsidiar as negociações e reivindicações, em 2008.

O Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, é uma homenagem à memória de Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra e da luta contra a escravidão.

Fonte: Fenae

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