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Entidade judaica faz nova investida para calar Breno Altman, que rebate: ‘Defensora do genocídio e da censura’

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) protocolou na Justiça de São Paulo uma nova ação pedindo a suspensão de todas as redes sociais de Breno Altman, fundador do site Opera Mundi. A entidade judaica quer censurar o jornalista por seu posicionamento crítico às ações do governo de Israel contra o povo palestino. Na medida cautelar, a Conib também solicita que Altman seja proibido de participar de “lives, vídeos e manifestações” sobre a questão palestina, “sob pena de prisão preventiva”.

Autor do livro Contra o Sionismo (Alameda, 102 páginas), Altman vem denunciando como “genocídio” a atual ofensiva israelente em Gaza. O conflito, que dura mais 100 dias, já assassinou mais de 23 mil palestinos. Nesse sentido, Altman já classificou os dirigentes de Israel, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, como “inimigos dos povos”, “colonialistas” e “párias a serem marginalizados”.

Para a Conib, no entanto, as declarações do jornalista “criam um ambiente propício para a disseminação de ódio, intolerância e violência contra os judeus em geral”. Do mesmo modo, alegam que Altman, que também é judeu, ajuda a alimentar supostos “estereótipos antissemitas”.

A pedido da Conib, o Ministério Público Federal (MPF) abriu, no final do ano passado, uma investigação contra Altman. Em novembro, a 16ª Vara Cível de São Paulo determinou a suspensão de sete publicações do jornalista, também a pedido da entidade judaica. Agora alegam que ele não só continuou a se manifestar contra a ofensiva israelense, como “aumentou seu tom de agressividade”.

Como reação às investidas da Conib, o abaixo-assinado “Em defesa de Breno Altman e dos Palestinos”, lançado no início do ano, já conta com cerca de 5 mil assinaturas.

Conib é ‘inimiga da democracia’

Em resposta, Altman classificou a Conib como “defensora do genocídio e da censura” e “inimiga da democracia”. Ele acusa a entidade judaica de ser uma “agência do Estado de Israel” em território brasileiro. Disse que as ações contra ele fazem parte de uma “estratégia mundial” das “forças sionistas” para calar aqueles que denunciam o massacre contra os palestinos.

“Os representantes de Israel querem ter o direito de anular a opinião de um jornalista brasileiro, simplesmente proibindo-o de analisar e denunciar os delitos humanitários do sionismo”, disse o jornalista. Além disso, afirmou que os argumentos utilizados pela Conib são “ardilosos e falsos, como de hábito”.

“Combato sem tréguas a corrente ideológica encarnada no regime sionista, é fato, por sua natureza colonial e racista, cujas entranhas estão expostas na atual política de extermínio na Faixa de Gaza. Isso nada tem a ver com antissemitismo, conceito historicamente empregado para o preconceito racial contra judeus”, disse Altman.

“Da mesma maneira que lutar contra o nazismo não representava ódio aos alemães, enfrentar o sionismo não tem qualquer relação com sentimentos antijudaicos”, acrescentou. Assim, para ele, “confundir antissionismo e antissemitismo não passa de manobra falaciosa”.

“Querem a morte de Breno Altman”, afirmou o advogado Pedro Serrano, que defende o jornalista. Pelas redes sociais, o defensor ressaltou que pode se divergir das opiniões do jornalista, “mas não de seu direito a expressa-las”. “Criticar o Estado ou o governo de Israel não é antissemitismo como criticar os Estados fundamentalistas Islâmicos não é, em si, islamofobia. Querem retirar de Breno sua capacidade de falar, sua humanidade!”, alertou.

Fonte: RBA

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