A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e o plenário da Câmara dos Deputados votaram hoje (10) pela prisão do deputado Chiquinho Brazão. Indiciado como mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), em 2018, Brazão tem fama por envolvimento com milícias cariocas. Entre as razões do crime, a luta de Marielle em defesa de moradias populares. Embora a CCJ e o plenário tenham decidido pela manutenção da prisão, não foi uma decisão fácil. Deputados bolsonaristas defenderam com afinco Brazão.
Entre os que saíram em defesa de Brazão está o filho do ex-presidente Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Mesmo ausente, ele mandou um vídeo em defesa do criminoso. “Apoiem meu posicionamento”, disse. “Esse caso é a isca para que pessoas condenem o deputado à prisão preventiva antes do julgamento final, mesmo fora do flagrante em delito, para nós amanhã estarmos sendo encarcerados. É disso que estamos falando”, disse.
Todos bolsonaristas
Foram 25 deputados que votaram para livrar Brazão da cadeia. Todos bolsonaristas. São eles: Delegado Bilynskyj (PL-SP); Domingos Sávio (PL-MG); José Medeiros (PL-MT); Delegado Ramagem (PL-RJ); Delegado Éder Mauro (PL-PA); Dr. Jazel (PL-CE); Julia Zanatta (PL-SC); Marcos Pollon (PL-MS); Pastor Marco Feliciano (PL-SP); Chris Tonietto (PL-RJ); Bia Kicis (PL-DF); Capitão Alberto Neto (PL-AM); Carlos Jordy (PL-RJ); Felipe Saliba (PRD-MG); Pedro Aniha (PRD-MG); Maurico Macron (Pode-RS); Lafayette Andrada (Republicanos-MG); Marcelo Crivella (Republicanos-RJ); Roberto Duarte (Republicanos-AC); Dani Cunha (União-RJ); Rafael Simões (União-MG); Delegado Marcelo (União-MG); Nicolette (União-RR); Danilo Forte (União-CE); Fernando Pessôa (União-CE).
Reações
A deputada Erika Hilton (Psol-SP) foi uma das vozes em defesa da Justiça em relação à Marielle e seu motorista, Anderson. “É esse o nível que os bolsonaristas atingiram: defendem, à luz do dia, a liberdade de assassinos milicianos que usam a posição política para obstruir a justiça. Isso é intolerável, e o PSOL seguirá lutando aqui na CCJ, e depois no Plenário, para que Chiquinho Brazão continue preso”, disse.
“Os deputados estão dizendo: ‘amanhã pode ser um de nós’. Só poderá ser um de vossas excelências se estiverem envolvidos com o crime, se estiverem envolvidos com a milícia”, completou. “Soltar Chiquinho Brazão significa defender a si mesmo. É ter medo do que pode acontecer no dia seguinte”, finalizou.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / ABr
Fonte: RBA
