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Por 19:09 Sem categoria

Essa crise é uma oportunidade para colocarmos o ser humano no centro da economia, afirma Lula

“Penso que essa crise é uma oportunidade extraordinária para criarmos um outro consenso em que o ser humano, o trabalhador e a produção sejam a razão de ser da economia, e não a especulação financeira”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última segunda-feira, em Roma, na Itália.

Ao participar de um seminário promovido pela Confederação Italiana dos Sindicatos dos Trabalhadores (CISL), com a participação da Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL) e da União Italiana do Trabalho (UIL), sobre o tema “Nova economia, nova democracia”, Lula voltou a criticar duramente a especulação e disse que as decisões a serem tomadas para sair da crise são políticas e não econômicas.

“Temos, pela frente, desafios cuja solução não pode ser deixada nas mãos de tecnocratas, menos ainda dos aventureiros que transformaram a economia mundial em um grande cassino”, disse o presidente, ressaltando que “a pobreza e a exclusão que atingem centenas de milhões de homens e mulheres em todos os continentes não é só um problema econômico e social. É também uma questão política, ética e moral. Ela ameaça a paz no mundo e fere profundamente nossas consciências. Sabemos que não se pode solucionar esses grandes problemas sem uma reorganização profunda dos mecanismos de governança global”.

Descontraído, Lula brincou com os sindicalistas em diversas oportunidades. Uma delas foi quando ironizou as famosas agências de “risco” norte-americanas. “Mas me deixa inquieto quando eu vejo uma agência de risco, com a sua sede nos Estados Unidos, todos os dias medir o risco do meu País, que está crescendo, que tem reservas, que tem saldo positivo na balança comercial, e não vi até agora nenhuma agência medir o risco dos Estados Unidos. É como se apenas os países pobres pudessem oferecer risco a qualquer investidor internacional”, disse Lula.

O presidente exaltou os avanços conquistados pelo seu governo, o bom entrosamento com o movimento sindical e disse que o governo irá priorizar o mercado interno: “No Brasil, nós, enquanto Estado, vamos fazer, até 2010, US$ 250 bilhões de investimentos em obras de infra-estrutura, e não vamos parar nenhuma obra por conta da crise. Nós achamos que é o momento do mercado interno, nós achamos que é o momento de procurar novos parceiros. O fluxo comercial entre Brasil e Itália vai chegar a 8 bilhões este ano. É pouco, temos que trabalhar para chegar a 10, para chegar a 12, para chegar a 15, porque quanto mais diversificada for a nossa relação comercial, menos nós sofreremos por conta da crise econômica, do que se estivermos subordinados a um único país, a um único bloco”, destacou.

Na quarta-feira, após falar pelo telefone com o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, Lula exaltou o resultado eleitoral, elogiou Obama e defendeu o fim do bloqueio a Cuba. “Não existe uma só razão para manter o bloqueio contra Cuba”, afirmou.

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Pochmann defende menos juros para garantir aumento da renda dos trabalhadores

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, afirmou em entrevista coletiva na quarta-feira (12) que para o governo manter o aumento da renda do trabalhador e a geração de empregos é necessário reduzir a taxa de juros e elevar os investimentos nas áreas sociais e em infra-estrutura. As afirmações de Pochmann foram feitas durante a divulgação de um estudo mostrando que a principal fonte de renda do país em 2011 deverá vir do trabalho.

De acordo com o estudo do Ipea, a participação dos trabalhadores na renda nacional está atualmente em 40% do Produto Interno Bruto (a soma das riquezas acumuladas anualmente no país). A última vez que a renda do trabalho esteve superior às outras rendas (capital e propriedade) foi em 1990 (53,4%).

MERCADO INTERNO

O estudo destaca que de 2005 a 2007, a renda nacional aumentou 4,2% como média anual, estimulada pelo crescimento do mercado interno e das exportações. Nesse período, o peso do rendimento do trabalho em relação à renda nacional voltou a se recuperar. Se essa tendência for mantida, diz o Ipea, o trabalho voltará a ser a principal fonte de renda do país em 2011.

Em 1980 essa relação era de 50% do PIB e nos anos 50 chegou a 56%. Pochmann afirma que é importante alcançarmos novamente o patamar da década de 50. “Toda vez que aumenta essa participação do salário na renda nacional há redução da desigualdade e há melhoria na distribuição de renda”, afirmou.

JUROS

Segundo o estudo, a redução da Selic, que está hoje em 13,75%, se justifica porque não está havendo inflação de demanda, ou seja, aquecimento de consumo. Na avaliação de Pochmann, a subida da inflação registrada no primeiro semestre deste ano deveu-se ao aumento dos preços das “commodities” (alimentos, aço e petróleo, entre outros). Com a piora da crise financeira, poderia ser causada pelo aumento do dólar, mas não pelo crescimento da demanda, disse o economista.

“Ademais de poder ser considerado um gasto improdutivo [os juros], pois não gera emprego e tampouco contribui para ampliar o rendimento dos trabalhadores, termina fundamentalmente favorecendo a maior apropriação da renda nacional pelos detentores de renda da propriedade (títulos financeiros)”, afirma o estudo do Ipea.

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Contra G-20, Meirelles diz que juro baixo é só para os países centrais

Presidente do BC se aferra ao ‘controle da inflação’ e tergiversa sobre recomendação do G-20 para os países aumentarem os investimentos frente à crise

Em entrevista coletiva na segunda-feira (10), ao ser perguntado sobre a recomendação do G-20 de redução dos juros como forma de enfrentamento da crise, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que não tinha ouvido tal conclusão. Segundo ele, o comunicado do G-20 expressa uma posição para os bancos centrais adotarem “uma política monetária para manter a inflação sob controle”, o velho pretexto que tem usado para manter os juros altos.

Ocorre que os representantes do G-20 afirmam o contrário de Meirelles. “Nós reconhecemos a relevância da adoção de políticas monetárias saudáveis. A recente desaceleração do crescimento mundial e a conseqüente redução dos preços de commodities têm diminuído pressões inflacionárias, especialmente nas economias avançadas, e autorizando os bancos centrais a aliviar o aperto monetário”, diz o comunicado do G-20.

Quando da apresentação do documento, em coletiva de imprensa, o ministro da Fazenda, Guido Mantega – ao lado dos ministros das Finanças do Reino Unido, Stephen Timms, e da África do Sul, Trevor Manuel –, observou que no G-20 foi consenso que os países devem adotar uma política “anticíclica, fiscal e monetária”. “A perspectiva é de queda da demanda; logo, a preocupação com a inflação cede lugar a outras preocupações”, frisou Mantega, acrescentando que “as autoridades monetárias saberão adequar-se ao novo cenário”.

O ciclo em que a economia mundial se encontra, em função da crise, é de desaceleração. Portanto, a política monetária “anticíclica” a ser adotada é a que estimule o crescimento – isto é, redução dos juros – e não de um suposto “controle” de inflação, em uma situação em que há, inclusive, estimativa de deflação em vários países.

CRESCIMENTO

Obviamente que não passou pela cabeça de ninguém do G-20 propor descontrole da inflação como forma de combater a crise e de retomar o crescimento. Como diz um das propostas do Brasil apresentada na reunião, “a política monetária deve compatibilizar controle da inflação com crescimento econômico. Para países emergentes é importante manter altas taxas de crescimento durante um longo período”. Esse objetivo só é possível de ser alcançado com ampliação dos investimentos para expandir a atividade produtiva e fortalecer o mercado interno. E para isso é necessária a redução imediata e signficativa da taxa de juros.

No comunicado, os países do G-20 dizem que estão determinados a “tomar todos os passos necessários para fomentar o crescimento não inflacionário de maneira estável e sustentável de acordo com as necessidades e instrumentos disponíveis em nossos respectivos países, incluindo através de política fiscal e monetária. Nós reconhecemos a necessidade de apoio às economias emergentes e, especialmente, a ajudá-las encontrar fontes adicionais de recursos para seu desenvolvimento”.

A atual crise econômica, estabelece o documento, foi provocada, em grande parte, pelo “excesso de risco e falhas nas práticas de gestão de risco nos mercados financeiros, por políticas macroeconômicas inconsistentes, que causaram desequilíbrios domésticos e externos, assim como deficiências na regulação e supervisão dos sistemas financeiros em alguns países avançados”.

Também foi destacado que um dos aspectos mais deletérios da crise atual é o congelamento do crédito privado. “Exploramos caminhos para restabelecer o acesso dos países emergentes e em desenvolvimento ao crédito e ao fluxo de caixa”.

O G-20 sublinha a necessidade de que os bancos de desenvolvimento sustentem os investimentos de infra-estrutura para o crescimento dos países pobres. “As medidas devem ser desenhadas não apenas para restaurar o crescimento e a estabilidade financeira, mas também para minimizar os impactos sociais negativos, particularmente nos países emergentes e nas nações mais pobres.”

Com a entrevista do presidente do Banco Central, mais uma vez ficou explícito que o seu compromisso não é com o país, mas tão somente com os bancos. A insistência de Meirelles em se aferrar ao “controle da inflação” é só para continuar com os juros nas alturas e segurar o crescimento. Significa, enfim, apenas um dia após o encerramento da reunião do G-20, em rasgar os compromissos assumidos pelo Brasil perante o mundo de reduzir os juros e dar sua contribuição no enfrentamento da crise.

Por VALDO ALBUQUERQUE.

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Presidente da Febraban diz que dinheiro só para a especulação

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e da filial do Santander no Brasil, Fábio Barbosa, afirmou que, “por definição”, não há reais para serem emprestados à empresas. “Os reais não são suficientes para atender a essa nova demanda de pessoas que migraram de dólar para reais. Por definição mesmo, não tem [reais], e o que tem é limitado. Se mais gente vem buscar, não tem e fica faltando”, disse.

Contudo, a falta de dinheiro não é linear, apenas para financiamento de longo prazo. Para o de curto prazo – direcionado para especulação com títulos públicos – não há restrição. “Não existe dinheiro de longo prazo, só de curto prazo. E, em razão dessa demanda adicional das empresas que não conseguem se financiar em dólar, o mercado congestionou”.

O presidente da Febraban saiu em defesa do BC, afirmando que este não está exigindo que os bancos usem o compulsório liberado para ampliar o crédito para as empresas. “Ele não está forçando, está estimulando”, frisou.

Realmente, manter a Selic a 13,75% ao ano é um estímulo aos bancos. Mas para aplicarem em papéis da dívida publica. Por isso, “não” há dinheiro para financiamento das atividades produtivas (longo prazo).

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Câmara aprova MP 443 e fortalece bancos estatais

A Câmara aprovou, nesta quarta-feira (12), o projeto de lei de conversão do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) à MP 443/08, que autoriza o Banco do Brasil e a CEF a comprarem bancos que venham a ter dificuldades com os efeitos da crise dos EUA. Na avaliação do deputado, a MP “garante liquidez, crédito e cria instrumentos para a Caixa Econômica e o Banco do Brasil se estruturarem com mais força para enfrentarem a concorrência no sistema financeiro”.

A medida terá validade até o dia 30 de junho de 2011, prorrogáveis por mais um ano em decreto do Poder Executivo. O relator João Paulo Cunha (PT-SP) acatou, total ou parcialmente, 35 das 111 emendas. Uma delas permite à União conceder crédito de R$ 3 bilhões ao BNDES para empréstimos que servirão de capital de giro de empresas contratadas para executar obras do Programa de Aceleração do Crescimento.

A tentativa da oposição demo-tucana de derrubar este ponto da MP foi rejeitada pela plenário, assim como rejeitou a oposição à criação da Caixa Banco de Investimento e da Caixa Participações com a finalidade de atuar nos empreendimentos imobiliários específicos.

NOTÍCIAS COLHIDAS NO SÍTIO www.horadopovo.com.br.

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