Bradesco anuncia que fusão começa dia 01 de julho e que pretende aproveitar todo o quadro do HSBC.
(Foto: Jailton Garcia/Contraf-CUT).
Na manhã desta quarta-feira, 22 de junho, dirigentes do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região e da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR), em conjunto com a Contraf-CUT e a COE/Bradesco, se reuniram com o RH do banco, na matriz em Osasco.
O assunto em pauta foi a fusão Bradesco/HSBC. “Na abertura da reunião, apresentamos aos representantes do banco nossas preocupações e nossos questionamentos sobre vários pontos de interesse dos funcionários do HSBC, com foco principal na garantia de emprego, tanto para os trabalhadores do HSBC quanto do Bradesco”, explica Elias Jordão, presidente do Sindicato.
Os representantes do Bradesco afirmaram que só poderão dar respostas mais concretas sobre todos os assuntos que envolvem os funcionários no processo de fusão a partir do dia 01 de julho, data que o Bradesco vai efetuar o pagamento pela compra do HSBC e se tornará definitivamente dono do banco. O banco culpa a demora do processo, entre outras variáveis, à espera pela decisão do CADE.
“Além da questão do emprego, cobramos posição sobre temas como: previdência complementar, planos de saúde, bolsa educação, convênio médico, folha de pagamento, PLR e AB”, afirma Elias. Em resposta, o banco garantiu que vai respeitar os acordos já firmados, que vai promover estudos no período de transição e que após levantar todos os dados irá adequando e negociando todos os benefícios dos trabalhadores do HSBC aos moldes do que já é praticado pelo Bradesco.
Manutenção dos empregos e isonomia
O Sindicato ressaltou a importância da manutenção de conquistas, propondo isonomia de direitos. “Com relação ao emprego, nossa maior preocupação, o banco resgatou a sua história de aquisições/fusões de outros bancos e afirmou que nunca houve demissões em massa, pelo contrário todos foram aproveitados, e que esta premissa permanece, que nada teria mudado deste a última reunião que tivemos com o banco ainda em 2015, quando foi anunciada a compra do HSBC”, pontua o presidente do Sindicato.
O banco já havia se comprometido em não promover demissões em massa e que a intenção da empresa é aproveitar todo o quadro oriundo do HSBC, inclusive com a possibilidade de aproveitamento de algumas áreas e departamentos em Curitiba, garantindo que não existe plano de desligamentos, alegando que a compra foi dentro de um projeto de crescimento e expansão.
Dentro deste compromisso do banco, o Sindicato cobrou garantia dos empregos para todos os trabalhadores do HSBC e do Bradesco, mas a estabilidade de emprego não foi garantida, apenas a intenção de aproveitar todo o quadro do HSBC, ressalvando que para isso “deveria ter o interesse do funcionário em ser Bradesco“.
“Nós contra-argumentamos que as pessoas aceitam virar Bradesco, mas não aceitam virar desempregado”, disse Elias.
Integração de sistemas até 07 de outubro
Os representantes do Bradesco afirmaram que o processo de integração de sistemas ocorre de 01 de julho a 07 de outubro e que, a partir daí, começa o processo de integração dos funcionários via virtual e presencial.
“Já passamos por outras fusões e aquisições sabemos que todos esses processos sempre trazem prejuízos aos trabalhadores, por isso avisamos ao banco que estaremos acompanhando e monitorando todo o processo de transição, sua sequência e suas consequências para os trabalhadores. Estamos atentos e mobilizados prontos para reagir se os trabalhadores forem penalizados em seus direitos principalmente no que diz respeito ao emprego”, finaliza Elias Jordão.
Representaram o Sindicato na reunião, além do presidente do Sindicato Elias Jordão, os diretores Carlos Kanak, Ademir Vidolin e a diretora Nilcéia Nascimento.