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Nota da CUT em defesa da democracia

Objetivo das legítimas manifestações em defesa da redução das tarifas de transporte coletivo foi alcançado. CUT repudia ações de grupos isolados contrários à democracia

Escrito por: CUT Nacional

A Central Única dos Trabalhadores manifesta seu total apoio ao Movimento Passe Livre que, por ter alcançado o objetivo inicial de revogar o reajuste das tarifas de transporte coletivo, tomou a decisão nesta sexta-feira (21) de não mais convocar os atos, que liderou de forma legítima, levando milhares de pessoas às ruas nos últimos dias.

A CUT repudia as ações violentas de grupos contrários à democracia que, de forma oportunista, levaram às ruas pautas conservadoras que apontam para o retrocesso, o preconceito, a intolerância e estimulam o ódio de classe.

Diante disso, a CUT orienta seus Sindicatos, Federações, Confederações e militantes a defender de forma pacífica e organizada, como sempre fizemos, bandeiras históricas fundamentais para a democracia e o desenvolvimento do país, como transporte, educação e saúde públicos de qualidade, trabalho decente, fortalecimento da democracia; reforma política que fortaleça os partidos, a participação popular e a transparência e democratização nos meios de comunicação.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (21), o MPL comemorou a vitória popular da revogação do reajuste e lamentou os episódios isolados de violência, desencadeados por diversos grupos que não pertencem ao Movimento. Em todas as declarações, os líderes ressaltam que o MPL é um movimento social apartidário, mas não antipartidário. A nota repudia ações violentas contra as organizações partidárias e sindicais que participaram dos atos em todo Brasil.

A CUT, ao longo de seus 30 anos, sempre esteve nas ruas e foi uma das principais protagonistas das transformações na história recente de nosso país, lutando por democracia e por uma sociedade justa. A derrota da ditadura e a democracia que conquistamos indo para as ruas se devem à organização e à responsabilidade que os movimentos social e sindical sempre tiveram. É incontestável que não há democracia sem partidos, sindicatos e instituições livres. É a política que organiza a sociedade.

Na próxima terça-feira (25), a CUT se reunirá com as demais centrais sindicais, representantes legítimas da classe trabalhadora, para definir uma ação conjunta em relação às mobilizações. Não podemos permitir que grupos reacionários direcionem as manifestações para uma agenda conservadora, contrária aos interesses da classe trabalhadora e da sociedade. Esses grupos demonstram a clara intenção de desestabilizar o projeto de desenvolvimento que defendemos e que ajudamos a construir, tentam impor o retrocesso às conquistas e aos avanços sociais.

A CUT continua nas ruas em defesa da pauta da classe trabalhadora e da democracia, contra o conservadorismo. Repudiamos todo e qualquer retrocesso!

São Paulo, 21 de junho de 2013.

VAGNER FREITAS

Presidente Nacional da CUT

SERGIO NOBRE

Secretário-Geral Nacional da CUT

Notícia colhida no sítio http://www.cut.org.br/destaques/23402/nota-da-cut-em-defesa-da-democracia

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Movimentos cobram união da esquerda em ‘conjuntura pesada’

Reunião convocada pelo MST esboça agenda de reivindicações a ser levada ao governo federal e ao Congresso. Stédile celebra pronunciamento de Dilma: ‘Ela ouviu as vozes das ruas’
por Rádio Brasil Atual publicado 22/06/2013 11:11, última modificação 22/06/2013 11:32
Danilo Ramos. RBA
IMG_7821.jpgCUT, UNE, MST e outros movimentos pensam que é o momento de unificar ideias à esquerda para evitar retrocesso

São Paulo – Movimentos sociais, partidos políticos e entidades de classe se reuniram ontem (21) para discutir a conjuntura política da atualidade tendo em vista as manifestações das últimas semanas, organizadas pelo Movimento Passe Livre, e o desencadeamento de outros protestos, sem lideranças claras e pautas variadas.

No encontro, as organizações buscaram esboçar uma agenda unificada. Para Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, da Central dos Movimentos Populares, o consenso é difícil. No entanto, “tudo depende do momento conjuntural, ele define o rumo das coisas. E nesse caso, o nosso rumo foi definido por essa conjuntura, que não é de se brincar. É uma conjuntura pesada, em que o povo está levado a ir para as ruas, está receptivo a fazer suas lutas, e nós não podemos recuar”.

A Central Sindical e Popular (Conlutas) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) participaram da reunião e destacaram o compromisso com as demais centrais sindicais – com quem se encontram na próxima terça-feira (25). Para Vagner Freitas, presidente da CUT, o debate foi importante para reunir as esquerdas. “Temos muitas divergências e dificuldades entre nós, mas a unificação é importante. A CUT não sai daqui com nenhuma proposta. Tratamos de construir um fórum que consiga unificar e discutir os nossos problemas”.

Representantes de diversos movimentos apresentaram ideias de como pautar os militantes para os novos protestos marcados para esta semana, além de combater de forma ideológica as iniciativas reacionárias que têm se mostrado crescentes nas últimas mobilizações de rua. A constatação é de que muitas das pautas progressistas apresentadas por muitos manifestantes são reivindicações antigas dos movimentos sociais. Por isso, aproveitar o momento para reforçar o coro e construir um diálogo com o poder público é fundamental para novas conquistas.

A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Vic Barros, fez um balanço positivo da reunião e apontou duas pautas presentes em várias falas durante a noite. “Essa reunião demonstrou que o povo unido em luta no Brasil, por meio das ações do movimentos sociais, tem muita unidade a construir em torno de pautas que possibilitem nosso país a avançar no caminho das mudanças. Como é o caso de uma reforma política que garanta mais participações populares nas decisões da política brasileira, que garanta financiamento público de campanha, e principalmente, nesta pauta educacional, que hoje se manifesta através da luta dos 10% do PIB para a educação”.

Ontem, durante pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que vai procurar os líderes dos outros poderes constitucionais para propor a aprovação de uma reforma política, e reforçou a promessa de destinar 100% dos royalties dos novos blocos de exploração do pré-sal para a educação.

João Pedro Stédile, presidente do MST, movimento que teve a iniciativa do encontro, resumiu algumas pautas apresentadas e consideradas essenciais. Para ele, é preciso levar adiante a apresentação de um projeto de lei pela democratização dos meios de comunicação, debater a reforma do Poder Judiciário, garantir a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, cobrar a destinação de mais recursos para educação, saúde e transporte público, suspender os leilões do petróleo e promover uma reforma urbana.

A reunião foi interrompida para acompanhar o pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff. O anúncio de que ela se reunirá com lideranças de movimentos populares foi ovacionado. Stédile admitiu surpresa: “Foi uma fala boa, política, e revela que ela ouviu as vozes das ruas. Agora, como tudo na vida, a gente tem que ser um pouco São Tomé, só acreditar vendo. Então eu espero que ela dê concretude às propostas políticas que anunciou.”

As mais de 30 entidades que participaram na reunião devem se encontrar novamente na próxima semana para definir as propostas concretas.

Com informações de Cláudia Manzano. Ouça a reportagem na Rádio Brasil Atual de segunda-feira (24)

Notícia colhida no sítio http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2013/06/movimentos-cobram-uniao-da-esquerda-em-conjuntura-pesada-para-fechar-propostas-conjuntas-4662.html

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MPL comemora vitória e debate próximos passos

Apesar do grande apoio de partidos de esquerda – inclusive de setores dentro do próprio Partido dos Trabalhadores – e de movimentos sociais, o saldo da mobilização é do Movimento Passe Livre. O MPL continua o grande protagonista desta história e tem que dar respostas rápidas ao enorme contingente de jovens que colocou nas ruas (a maioria deles num primeiro ato político), para impedir a apropriação dessa energia contestadora que o movimento catalisou nas últimas semanas pela direita. Por Maria Inês Nassif.

São Paulo – Encerrada com uma grande vitória, o cancelamento do aumento dos preços do transporte público na cidade de São Paulo, a mobilização iniciada pelo pequeno coletivo de jovens, com idade entre 20 e 25 anos, que se transformou num grande fenômeno de massas e se espraiou pelas outras capitais do país, termina com desafios maiores ainda. Apesar do grande apoio de partidos de esquerda – inclusive de setores dentro do próprio Partido dos Trabalhadores – e de movimentos sociais, o saldo da mobilização é do Movimento Passe Livre. O MPL continua o grande protagonista desta história e tem que dar respostas rápidas ao enorme contingente de jovens que colocou nas ruas (a maioria deles num primeiro ato político), para impedir a apropriação dessa energia contestadora que o movimento catalisou nas últimas semanas pela direita.

Esta convicção foi o saldo de reuniões que envolveram os integrantes do grupo desde que o movimento contra o aumento do preço do transporte público tomou a dimensão de movimento de massas, na última semana, com partidos de esquerda e movimentos sociais.

No final do dia de ontem (19), quando integrantes do MPL se reuniam com blogueiros, jornalistas que militam fora da órbita da grande mídia, o empresário de comunicação Joaquim Palhares (da Carta Maior) e Sérgio Amadeu, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciaram a redução das tarifas de ônibus e metrô na capital. Quase que simultaneamente, o MPL tinha notícia da vitória do movimento também no Rio de Janeiro.

Na avaliação feita durante o encontro, o professor de História Lucas Oliveira, o Legume, definiu o MPL como um movimento social de esquerda, reafirmou as características apartidárias do movimento – que não se traduz em antipartidarismo, inclusive porque essa posição está em desacordo com a história do movimento, que sempre manteve ligações com partidos de esquerda.

A análise que integrantes do MPL e pessoas próximas ao movimento fizeram, nessa reunião, é que a massificação do movimento trouxe um contingente de jovens que não tinham história de participação política, à semelhança dos “cara-pintadas” do movimento pelo impeachment do presidente Fernando Collor, em 1991, e que não se sente representado por eles. Daí a reação à militância de partidos de esquerda que foram para as ruas e levaram suas bandeiras. Os jovens do movimento também constatam que atraíram a adesão de grupos mais violentos, que eram extremamente minoritários, mas cuja ação nas manifestações exigiria um trabalho de contenção que o MPL não estava aparelhado para fazer, até pelo exíguo número de integrantes. Registraram também a convicção de que atuaram, durante todo o movimento, agentes provocadores, provavelmente da polícia.

O que vem depois, todavia, é até mais complicado para o “coletivo” de São Paulo – que, segundo Oliveira, não tem uma articulação obrigatória com os movimentos que atuaram nas outras cidades do país nas últimas semanas. “Em algumas cidades nem existia Movimento Passe Livre”, contou.

Não existe uma articulação nacional do movimento; houve uma grande identificação dos jovens com o MPL, que não se transfere aos partidos de esquerda; e existe uma visível articulação de grupos de direita para tentar capitalizar o movimento, em especial nas redes sociais. Amadeu informou, durante o encontro, que na última semana os grupos anônimos de direita assumiram um enorme protagonismo nas redes sociais.

O MPL assume, como tarefa, manter a tarefa de “conversar” com esses jovens – e, embora seja deles cobrada a “politização” de suas bandeiras, existe uma convicção forte no grupo de que devem manter a agenda ligada ao transporte público e à questão da mobilidade urbana. Eles se articulam junto com o vereador Nabil Bonduki para apresentar um projeto instituindo o passe livre na cidade de São Paulo. Pensam também numa articulação nacional em torno da proposta de emenda constitucional de autoria da deputada Luiza Erundina, que define o transporte público como um direito de cidadania.

Leia, abaixo, a nota do Movimento Passe Livre, divulgada após a vitória em São Paulo:

“A cidade não esquecerá o que viveu nas últimas semanas. Aprendemos que só a luta dos de baixo pode derrotar os interesses impostos de cima. A intransigência dos governantes teve de ceder às ruas tomadas, às barricadas e à revolta da população.

Não foi o Movimento Passe Livre, nem nenhuma outra organização, que barrou o aumento. Foi o povo.

O povo constrói e faz a cidade funcionar a cada dia. Mas não tem direito de usufruir dela, porque o transporte custa caro. A derrubada do aumento é um passo importante para a retomada e a transformação dessa cidade pelos de baixo.

A caminhada do Movimento Passe Livre, que não começa nem termina hoje, continua rumo a um transporte público sem tarifa, onde as decisões são tomadas pelos usuários e não pelos políticos e pelos empresários. Se antes eles diziam que baixar a passagem era impossível, a revolta do povo provou que não é. Se agora eles dizem que a tarifa zero é impossível, nossa luta provará que eles estão errados.

Por uma vida sem catracas!

Movimento Passe Livre São Paulo”

Notícia colhida no sítio http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=22225

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