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Trabalhadoras bancárias comemoram Dia Internacional da Mulher com grande conquista

Dia 08 de março é o Dia Internacional da Mulher

Charlene Ferreira Santos, trabalhadora bancária no banco Itaú Unibanco em Recife, já se preparava para voltar ao trabalho no final de janeiro deste ano, após concluir os quatro meses de licença-maternidade, que emendara com as férias, quando recebeu a notícia de que poderia ficar mais 60 dias cuidando da recém-nascida Clarissa, sua primeira filha.

A angústia, por ter de se separar do bebê, transformou-se em felicidade. “Dois meses fazem muita diferença no desenvolvimento do bebê. Com quatro meses, ele é totalmente dependente de nós”, comemorou a bancária.

Como Charlene, milhares de bancárias em todo o país estão neste momento tendo a oportunidade de conviver mais tempo com os seus bebês, depois que os quatro grandes bancos privados (Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e HSBC), cedendo à pressão dos sindicatos e da Contraf-CUT, aderiram entre janeiro e fevereiro ao Programa Empresa Cidadã, implementando na prática a ampliação da licença-maternidade de 120 para 180 dias. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal já haviam aderido ao programa no ano passado.

O direito de as mães bancárias permanecerem dois meses a mais com seus filhos recém-nascidos é uma das grandes conquistas da campanha nacional de 2009, após mais de uma década de luta da categoria que tem como bandeira a Igualdade de Oportunidades para todos nos bancos – e que hoje representa uma referência para todas as categorias de trabalhadores.

O tema da erradicação de todo tipo de discriminação e preconceito dentro dos locais de trabalho foi incluído pela primeira vez na pauta de reivindicações da categoria aos banqueiros em 1998, exatamente 30 anos depois que as mulheres começaram a ser admitidas como profissionais do sistema financeiro. O primeiro banco a contratar mulheres como bancárias foi o Banespa, em 1968, seguido do Banco do Brasil, em 1971. Hoje as mulheres representam a metade da categoria bancária em todo o país.

A primeira cláusula sobre Igualdade de Oportunidades foi incluída na Convenção Coletiva dos Bancários em 2000, abrindo uma nova frente de luta que vem avançando desde então. A ampliação da licença-maternidade para 180 dias é um marco importante nessa caminhada, que não deve ser compreendida como uma conquista apenas das mulheres bancárias, mas de toda a sociedade, uma vez que esse período a mais permitirá um desenvolvimento saudável do bebê e dará segurança para a mãe quando retornar ao trabalho.

Fonte: Contraf-CUT.

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Pediatra explica os benefícios da licença-maternidade de seis meses

O médico Eduardo Vaz, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), fala sobre a importância da licença-maternidade de seis meses (*):

A primeira grande vantagem é o vínculo que se estabelece entre a criança e a mãe. Hoje sabemos que um recém-nascido, nos primeiros anos de vida e principalmente nos primeiros seis meses, ao ser cuidado pela mãe tem um desenvolvimento cerebral muito mais adequado, que facilita seu aprendizado. A criança desenvolve o processo de gostar do outro. Passa a ser muito mais feliz, com saúde mental mais equilibrada, enfrenta melhor os estresses da vida.

A segunda vantagem é proporcionar as condições para o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês, como é recomendado. Isso é muito importante para o crescimento e o desenvolvimento saudáveis.

A extensão da licença maternidade é essencial, tanto para saúde física como mental das crianças. Portanto, temos que lutar por isso, dar oportunidade para as mães amamentarem e cuidarem de seus filhos nesta fase inicial da vida, que é de fundamental importância.

(*) Eduardo Vaz fez a declaração em entrevista ao site Globo On.

Fonte: Contraf-CUT.

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Relações compartilhadas: Igualdade entre os gêneros na vida e no trabalho

A conquista da licença-maternidade de seis meses foi um passo importante não só para as mulheres, mas para toda a sociedade no que se refere aos cuidados com as gerações futuras. Porém, para alcançarmos a verdadeira igualdade de condições na vida e no trabalho, a luta do movimento sindical será pelas relações compartilhadas, tema que será tratado na Mesa Temática de Igualdade de Oportunidades com a Febraban, cuja retomada é prioridade do movimento sindical.

O conceito de relações compartilhadas visa superar a divisão artificial de papéis que nossa sociedade tenta impor para cada gênero: as mulheres cuidam da casa e dos filhos enquanto os homens sustentam a família. Para isso, além dos espaços conquistados pelas mulheres no mercado de trabalho, é preciso que os homens compartilhem com as mulheres a responsabilidade pelo serviço doméstico e pela educação dos filhos, diminuindo a dupla jornada exaustiva que é hoje imposta sobre as mulheres. Nenhum dos gêneros pode sofrer qualquer prejuízo na vida profissional em função de responsabilidades familiares.

O movimento sindical bancário foi pioneiro ao trazer o tema para os debates dos trabalhadores, com a publicação em 2001 pela Confederação Nacional dos Bancários da cartilha Relações Compartilhadas – Um Outro Mundo é Possível. Além disso, o movimento inclui desde 2008 uma proposta ousada em suas reivindicações: a ampliação para seis meses também da licença-paternidade, que seria usufruída pelos homens após o retorno da mãe ao trabalho. Além de garantir um período maior de cuidados para o bebê num momento crítico de sua formação, a medida visa promover o conceito de relações compartilhadas, em que homem e mulher dividem de forma igual responsabilidades e direitos.

A idéia é fazer com que a sociedade deixe de encarar a criação das crianças como um papel exclusivo da mulher, mas sim uma responsabilidade do casal. Além disso, a medida garantiria aos pais a possibilidade de assumir maior responsabilidade na criação dos filhos e construir com eles uma relação mais sólida. Homens e mulheres são capazes de desenvolver todos os tipos de sentimento e realizar qualquer atividade, inclusive a criação dos filhos. Compartilhar essas tarefas gera melhor integração familiar e permite que homens e mulheres possam ter iguais oportunidades em todos os campos.

Na mesma linha está a campanha lançada pela CUT pela aprovação da Convenção 156 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que exige que sejam oferecidos a homens e mulheres com responsabilidades familiares o mesmo tratamento e as mesmas oportunidades dadas àqueles que não as têm. O documento recomenda ainda que os países criem mecanismos para ajudar os trabalhadores no cuidado com filhos e parentes. A Contraf-CUT e o movimento sindical bancário estarão atentos a essa discussão e vão pressionar pela ratificação da convenção, que seria um passo importante para a construção de relações realmente iguais.

Fonte: Contraf-CUT.

NOTÍCIAS COLHIDAS NO SÍTIO www.contrafcut.org.br.

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Mulheres lutam por um mundo melhor

Neste ano, comemoramos 100 anos da instituição do Dia Internacional da Mulher. Para nós, que somos ativistas do feminismo, este dia se reveste de grande importância, pois marca um momento de reflexão sobre a caminhada feminista pela história. É hora de relembrar e homenagear aquelas mulheres que dedicaram suas vidas as grandes causas de igualdade de gênero e justiça social.

Entre tantas anônimas que lutaram e lutam, estão aquelas que se sobressaem e emprestam seus nomes às causas que defendem, como é o caso de Maria da Penha, cujo nome foi dado à lei que prevê a punição dos agressores que vitimam suas mulheres.

Nesta sábado, dia 06 de março, em Curitiba, o movimento de mulheres terá mais uma perda a lamentar, a advogada Katia Regina Leite, que foi brutalmente assassinada no último dia 25 e que em sua profissão havia abraçado a defesa da mulher contra a violência doméstica.

Ainda encontramos grandes barreiras para conquistar o espaço que poderia nos igualar aos homens em termos de remuneração salarial, ocupação de cargos e evolução profissional. Mas, o que é mais gritante é a ausência da mulher nos cargos públicos eletivos. Mesmo cumprindo a lei das cotas, ainda não temos o apoio suficiente para chegar lá. Ainda temos de nos desdobrar para participar da vida política, fazendo das ‘tripas coração’ para dar conta da dupla jornada, enfrentar os preconceitos sociais e a resistência familiar. Não raro as mulheres desistem da vida política, pois essa opção teria como contrapartida uma vida de sacrifícios.

Dentre as mulheres que batalharam por maior participação na vida política, podemos destacar centenas, mas vou mencionar três que marcaram a minha vida: Luci Choinacki, Luiza Erundina e Martha Suplicy. Todas extremamente atuantes na esfera nacional, quebrando tabus e preconceitos e inserindo em nossa legislação leis que fazem a diferença, como a lei das cotas de gênero e a previdência social para as trabalhadoras rurais.

Neste ano, mais uma vez, as mulheres sairão às ruas balançando suas bandeiras, pedindo voto e, quem sabe, poderão chegar lá. Será a vez de Dilma romper com a centenária barreira de acesso ao poder político central? Vai ela representar o novo só pelo fato de ser mulher, ou sua presença no poder trará consigo todas as esperanças sonhadas por cada companheira que ficou pelo caminho?

Por Marisa Stedile, que é trabalhadora bancária e secretária-geral da CUT-PR.

ARTIGO COLHIDO NO SÍTIO www.bancariosdecuritiba.org.br.

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Mulher, participação e poder

O movimento feminista tem como maior desafio de 2010 a eleição de uma mulher à Presidência da República. Entretanto, este não é o único objetivo a ser alcançado. Temos que nos engajar para eleger mais deputadas estaduais, federais, senadoras, governadoras, enfim, porque para conquistarmos políticas públicas voltadas para as mulheres, teremos que ter muitas companheiras nos espaços de poder e decisão. Assim, concretizaremos projetos para ajudar as mulheres trabalhadoras deste país.

Um exemplo é a luta por leis que garantam mais creches para a mulher trabalhadora e mãe poder almejar um lugar no mercado de trabalho. Este direito muitas vezes é negado em vários estados e municípios deste país, sobretudo em Curitiba, a ‘capital social’.

Com o governo Lula tivemos vários avanços com a criação de Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres [SPM]. É um espaço importante onde são planejadas políticas públicas para as mulheres do país, como o disque denúncia [180], a campanha contra a violência à mulher, a primeira e segunda conferência de políticas para as mulheres, e o projeto de equidade de gênero, cuja efetiva participação nesta iniciativa ainda é um desafio para o movimento sindical.

Somente as estatais estão efetivando o projeto de equidade de gênero. As empresas privadas ainda não têm a participação esperada.

Voltando ao tema eleições 2010, o movimento feminista deve estar engajado na luta pela eleição de mais mulheres em cargos públicos, porque a participação feminina nos poderes executivo e legislativo ainda é pífia. A Assembleia Legislativa do Paraná é um exemplo da inexpressiva participação das mulheres. Dos 54 acentos, apenas quatro são ocupados por mulheres.

Somente a participação mais ampla nos espaços de poder criará confiança e motivação para as mulheres começarem efetivamente a integrar esses espaços decisórios. Quem perde com a falta de mulheres na política é toda a sociedade, pois uma casa legislativa, por exemplo, deve ser o reflexo da própria comunidade. Hoje, esse retrato é, no mínimo, distorcido.

A falta de financiamento público de campanha, que custam cada vez mais, é um fator que inibe as mulheres de se candidatarem e se elegerem, principalmente nos pequenos municípios, onde a quantidade de políticas específicas para as mulheres é extremamente reduzida. Por isso, mulheres desse Brasil, vamos à luta, nas ruas e nas urnas!

Por Regina Cruz, que é trabalhadora vigilante e secretária da mulher trabalhadora da CUT no Paraná e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes [CNTV].

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Dia da Mulher: um centenário de lutas, histórias e conquistas!

Parabenizo todas as mulheres pela passagem dos 100 anos do oito de março – Dia Internacional da Mulher. Esta data é um marco importante na luta pela construção de novas relações sociais, onde seja possível a igualdade de direitos entre homens e mulheres.

Foram incansáveis batalhas na busca pelo direito ao espaço no mercado de trabalho, pelo direito ao voto, pelo fim da violência, por políticas públicas que garantam o acesso à cidadania e várias outras ações dos movimentos feministas que trouxeram conquistas às trabalhadoras e trabalhadores.

Estas lutas cotidianas das mulheres do campo e da cidade pelas transformações necessárias garantem uma vida mais justa e igualitária. No entanto, ainda são muitos os desafios. As mulheres constituem mais de 50% da população brasileira e são as maiores vitimas do desemprego e da precarização das condições de trabalho, com salários inferiores aos dos homens, mesmo quando desempenham as mesmas atividades.

O número de famílias chefiadas por mulheres é cada vez maior e isso requer que o mundo do trabalho ofereça condições adequadas ao trabalho feminino. Na atual conjuntura, nós, da CUT, acreditamos que as bandeiras de luta prioritárias são pela a licença maternidade e paternidade de 180 dias, a fim de distribuir a responsabilidade familiar, e por creche para todas as crianças.

A igualdade no trabalho e a eliminação do preconceito e seus efeitos deve ser uma luta de homens e mulheres, pois assim seremos capazes de construir juntos uma sociedade melhor para todas e todos.

Por Roni Anderson Barbosa, que é trabalhador petroleiro e presidente da Central Única dos Trabalhadores do Paraná.

ARTIGOS COLHIDOS NO SÍTIO www.cutpr.org.br.

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