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REAL/ABN CRIA UM CONSELHO CONSULTIVO PARA TROCA DE IDÉIAS

O que a Lojas Renner poderia ensinar ao Banco Real/ABN? Na visão do presidente do banco, Fábio Barbosa, muito. O Real/ABN acaba de formar um conselho consultivo, composto por executivos de dentro e fora do banco, que tem, entre os participantes, o presidente da Renner, José Galló. O objetivo dessa escolha, em particular, é a experiência da rede varejista em buscar a satisfação total dos clientes. “Eles estão muito mais avançados na questão foco no cliente do que o setor financeiro”, diz Barbosa.

Além de Galló, foram convidados a participar do conselho três outros executivos de fora da instituição: o presidente da Brasmotor, Paulo Periquito, o ex-presidente do BNDES, Eliazar de Carvalho, e o advogado José Luis de Salles Freire, do escritório Tozzini Freire Teixeira e Silva. Os quatro nomes de peso compõem, propositalmente, uma variedade de “backgrounds”: varejo, cliente corporativo, sistema financeiro e área jurídica. Mistura essa que, segundo Barbosa, tende a trazer um novo “benchmark” para o banco.

A escolha desses diferentes nomes e perfis não foi aleatória. Foi fruto de um intenso trabalho do consultor Dolph Johnson, ex-headhunter da SpencerStuart, que montou uma consultoria própria para ajudar empresas na busca de CEOs e membros de conselhos de administração, além de prestar consultorias em governança corporativa. Johnson passou pouco mais de seis meses estruturando um formato ideal de conselho e selecionando nomes para propor à direção do banco Real. O único nome que já fazia parte da lista anteriormente era o de José Luis Freire. “Para montar um conselho, não basta escolher grandes nomes. Você tem que colocar as pessoas de acordo com as estratégias da empresa”, diz o consultor.

Diferentemente de um conselho de administração, em que os participantes dão seu aval sobre questões estratégicas da empresa e têm direito a voto, além de ter responsabilidade fiduciária, o papel do conselho consultivo é, como diz o próprio nome, funcionar como uma espécie de consultoria. Segundo o presidente do Real, é uma forma de trocar idéias e conhecer a visão de executivos de outros setores que possam agregar ao banco suas experiências pessoais e profissionais. “Estamos fazendo um balizamento para descobrir formas diferentes de atendermos aos clientes. Nosso referencial não precisa ser outro banco”, afirma o presidente do Real.

A primeira conversa de Johnson com Fábio Barbosa ocorreu em junho do ano passado, quando o consultor propôs sugerir os nomes para montar o conselho. Johnson criou uma lista de pré-requisitos e selecionou em torno de 20 nomes para cada um dos três perfis desejados (experiência em varejo, em mercado financeiro e em clientes corporativos). Por volta de setembro de 2002, apresentou a lista ao presidente do Real, que chegou aos nomes selecionados e então fez os convites.

A seleção para membros de um conselho é bem diferente da busca de um candidato para um emprego, explica Johnson. “Não é só a experiência que conta, mas a atitude que faz um bom membro de conselho. Tem que ser uma pessoa participativa, que faz críticas construtivas e tem diplomacia”, diz ele. O headhunter, desta vez, não entrevistou os candidatos, como acontece em uma seleção normal. A proposta para um conselho tem que ser certeira. “São pessoas com alta reputação e estão bem profissionalmente. Se você entrevista um deles e depois fala que escolheu outro, cria uma situação de desconforto.”

A criação do conselho consultivo formado por executivos do mercado também é uma forma de demonstrar a preocupação com as boas práticas de governança corporativa, lembra Barbosa, apesar de o Real, por ser uma companhia fechada, não ser obrigado a ter um conselho de administração. Até porque, na prática, a criação de um conselho de administração para a instituição no Brasil poderia trazer conflitos com a matriz do ABN, na Holanda. “Formamos esse grupo para discutir tendências e trocar idéias, e não para deliberar nada. Um conselho com poderes de veto poderia tomar decisões conflitantes com o acionista majoritário”, explica Barbosa.

De dentro do Real, fazem parte o próprio Fábio Barbosa e os diretores vice-presidentes Michiel Kerbert e Flamarion Nunes. Barbosa, que participa desde janeiro do conselho de administração da Petrobras e de duas ONGs da área financeira, revela que ainda pensa em chamar um ou dois novos nomes externos para o conselho. “Ainda estou pensando quais seriam essas peças que faltam, talvez alguém com experiência na área agrícola, ou em agência de propaganda.”

O Real já possuiu anteriormente um conselho consultivo, composto por nomes como o de Luiz Fernando Furlan, atual ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mas estava inativo há mais de um ano.

A primeira reunião do novo grupo aconteceu em abril, e a única ausência foi a do ex-presidente do BNDES, justamente por sua “quarentena” com o governo. Mesmo assim, a avaliação do presidente do banco para o primeiro encontro foi de “excelente”. A próxima reunião deve ser realizada em julho, e a idéia é que elas aconteçam, inicialmente, a cada três meses. “A primeira reunião provou que a nossa tese estava certa: de fato, tem muito o que discutir sobre marca, cliente, relacionamentos e até mesmo remuneração”, conta o presidente do Real. “É aquela situação de dar um passo para trás e olhar a floresta.”

Por Roberta Lippi, de São Paulo
Fonte: Valor Econômico

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REAL/ABN CRIA UM CONSELHO CONSULTIVO PARA TROCA DE IDÉIAS

O que a Lojas Renner poderia ensinar ao Banco Real/ABN? Na visão do presidente do banco, Fábio Barbosa, muito. O Real/ABN acaba de formar um conselho consultivo, composto por executivos de dentro e fora do banco, que tem, entre os participantes, o presidente da Renner, José Galló. O objetivo dessa escolha, em particular, é a experiência da rede varejista em buscar a satisfação total dos clientes. “Eles estão muito mais avançados na questão foco no cliente do que o setor financeiro”, diz Barbosa.
Além de Galló, foram convidados a participar do conselho três outros executivos de fora da instituição: o presidente da Brasmotor, Paulo Periquito, o ex-presidente do BNDES, Eliazar de Carvalho, e o advogado José Luis de Salles Freire, do escritório Tozzini Freire Teixeira e Silva. Os quatro nomes de peso compõem, propositalmente, uma variedade de “backgrounds”: varejo, cliente corporativo, sistema financeiro e área jurídica. Mistura essa que, segundo Barbosa, tende a trazer um novo “benchmark” para o banco.
A escolha desses diferentes nomes e perfis não foi aleatória. Foi fruto de um intenso trabalho do consultor Dolph Johnson, ex-headhunter da SpencerStuart, que montou uma consultoria própria para ajudar empresas na busca de CEOs e membros de conselhos de administração, além de prestar consultorias em governança corporativa. Johnson passou pouco mais de seis meses estruturando um formato ideal de conselho e selecionando nomes para propor à direção do banco Real. O único nome que já fazia parte da lista anteriormente era o de José Luis Freire. “Para montar um conselho, não basta escolher grandes nomes. Você tem que colocar as pessoas de acordo com as estratégias da empresa”, diz o consultor.
Diferentemente de um conselho de administração, em que os participantes dão seu aval sobre questões estratégicas da empresa e têm direito a voto, além de ter responsabilidade fiduciária, o papel do conselho consultivo é, como diz o próprio nome, funcionar como uma espécie de consultoria. Segundo o presidente do Real, é uma forma de trocar idéias e conhecer a visão de executivos de outros setores que possam agregar ao banco suas experiências pessoais e profissionais. “Estamos fazendo um balizamento para descobrir formas diferentes de atendermos aos clientes. Nosso referencial não precisa ser outro banco”, afirma o presidente do Real.
A primeira conversa de Johnson com Fábio Barbosa ocorreu em junho do ano passado, quando o consultor propôs sugerir os nomes para montar o conselho. Johnson criou uma lista de pré-requisitos e selecionou em torno de 20 nomes para cada um dos três perfis desejados (experiência em varejo, em mercado financeiro e em clientes corporativos). Por volta de setembro de 2002, apresentou a lista ao presidente do Real, que chegou aos nomes selecionados e então fez os convites.
A seleção para membros de um conselho é bem diferente da busca de um candidato para um emprego, explica Johnson. “Não é só a experiência que conta, mas a atitude que faz um bom membro de conselho. Tem que ser uma pessoa participativa, que faz críticas construtivas e tem diplomacia”, diz ele. O headhunter, desta vez, não entrevistou os candidatos, como acontece em uma seleção normal. A proposta para um conselho tem que ser certeira. “São pessoas com alta reputação e estão bem profissionalmente. Se você entrevista um deles e depois fala que escolheu outro, cria uma situação de desconforto.”
A criação do conselho consultivo formado por executivos do mercado também é uma forma de demonstrar a preocupação com as boas práticas de governança corporativa, lembra Barbosa, apesar de o Real, por ser uma companhia fechada, não ser obrigado a ter um conselho de administração. Até porque, na prática, a criação de um conselho de administração para a instituição no Brasil poderia trazer conflitos com a matriz do ABN, na Holanda. “Formamos esse grupo para discutir tendências e trocar idéias, e não para deliberar nada. Um conselho com poderes de veto poderia tomar decisões conflitantes com o acionista majoritário”, explica Barbosa.
De dentro do Real, fazem parte o próprio Fábio Barbosa e os diretores vice-presidentes Michiel Kerbert e Flamarion Nunes. Barbosa, que participa desde janeiro do conselho de administração da Petrobras e de duas ONGs da área financeira, revela que ainda pensa em chamar um ou dois novos nomes externos para o conselho. “Ainda estou pensando quais seriam essas peças que faltam, talvez alguém com experiência na área agrícola, ou em agência de propaganda.”
O Real já possuiu anteriormente um conselho consultivo, composto por nomes como o de Luiz Fernando Furlan, atual ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mas estava inativo há mais de um ano.
A primeira reunião do novo grupo aconteceu em abril, e a única ausência foi a do ex-presidente do BNDES, justamente por sua “quarentena” com o governo. Mesmo assim, a avaliação do presidente do banco para o primeiro encontro foi de “excelente”. A próxima reunião deve ser realizada em julho, e a idéia é que elas aconteçam, inicialmente, a cada três meses. “A primeira reunião provou que a nossa tese estava certa: de fato, tem muito o que discutir sobre marca, cliente, relacionamentos e até mesmo remuneração”, conta o presidente do Real. “É aquela situação de dar um passo para trás e olhar a floresta.”
Por Roberta Lippi, de São Paulo
Fonte: Valor Econômico

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