O governador defendeu a manutenção
da aliança com o PT.
A ala do PMDB que defende a aliança com o PT para a eleição à Prefeitura de Curitiba vai apresentar este mês, no congresso municipal do partido, uma resolução transferindo para o governador Roberto Requião (PMDB) a decisão sobre a escolha do candidato à sucessão do prefeito Cássio Taniguchi (PMDB). Para valer, a resolução tem que ser aprovada pela maioria dos participantes do congresso, que estava marcado para o próximo dia 13, mas foi adiado para o dia 27, a pedido da direção estadual.
A proposta vai acirrar ainda mais as divergências entre o grupo pró-aliança com o PT e a ala que defende a candidatura própria do partido, liderada pelo diretório regional e bancada estadual do partido. A justificativa para delegar ao governador o direito de indicar o candidato é que seria uma forma de evitar o confronto entre os dois lados, preservando a unidade partidária. Além disso, de acordo com o presidente municipal do PMDB, Doático Santos, “Requião é o eleitor número 1 do partido”.
O governador não tem se envolvido diretamente na disputa interna do seu partido. Mas já defendeu a manutenção da aliança com o PT para as eleições municipais, o que o diretório municipal interpreta como sinal verde para apoiar o candidato do PT à Prefeitura. No PMDB, o nome cogitado como pré-candidato é o do deputado federal Gustavo Fruet, presidente estadual do partido. O deputado estadual Rafael Greca vem sugerindo que pretende disputar a indicação, mas ainda não assumiu oficialmente esta pretensão.
Interferência
Amanhã, em Curitiba, os representantes do diretório municipal se reúnem com a direção estadual para tentar chegar a um acordo sobre um pacote de novas filiações. São 850 novos filiados que foram vetados pelo partido em Curitiba e validados pela executiva regional.
Os novos filiados vão votar na eleição para o diretório municipal, que será eleito no dia 26 de outubro. O comando do novo diretório é que vai dar o tom no processo de definição da posição do partido nas eleições municipais do próximo ano. Por enquanto, apenas um candidato a presidente do partido se apresentou: o secretário estadual da Educação e irmão do governador, Maurício Requião.
A atual direção municipal, ligada a Maurício, alega que os 850 filiados acolhidos pelo diretório estadual são desconhecidos no partido, sem nenhum histórico de militância. O caso vai ser examinado amanhã em conjunto com a direção estadual.