fetec@fetecpr.com.br | (41) 3322-9885 | (41) 3324-5636

Por 09:36 Notícias

APÓS GANHAR ELOGIO, PALOCCI LANÇA CRÍTICA A PAÍSES DESENVOLVIDOS E FMI

08:03 22/09
Valor Online
DUBAI – O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, fez um discurso com fortes críticas ao gerenciamento econômico de países desenvolvidos, ao protecionismo e à maneira com que o Fundo Monetário Internacional (FMI) lida com crises de países emergentes – e isso depois de receber rasgados elogios à condução da economia brasileira ao longo de todo fim de semana na reunião anual do Fundo e Banco Mundial, em Dubai. O ministro fez o discurso ao comitê Internacional Monetário e Financeiro, que reúne todos os ministros. Enquanto discursava, o secretário do Tesouro dos EUA, John Snow, citava Palocci em outro evento como exemplo a ser seguido no mundo.
Palocci disse que o alto déficit fiscal americano é um fator negativo para o desempenho da economia a longo prazo e pode afetar o crescimento da economia global. E cobrou agilidade dos países desenvolvidos em fazer reformas estruturais necessárias. Criticou o protecionismo comercial e mecanismos até agora pouco efetivos do FMI de prevenção a crises. Palocci reclamou ainda que as receitas do Fundo às vezes têm um viés ” mais contracionista que o necessário ” , citando conclusões de um estudo do Independent Evaluation Office (IEO), órgão interno de avaliação do FMI.
Palocci disse que os países desenvolvidos são lentos para adotar reformas recomendadas pelo FMI, seguidas mais rapidamente pelos emergentes. ” Isso é frustrante para aqueles que, como eu, vêm do mundo em desenvolvimento e encaram altos níveis de injustiça social, desigualdades e ineficiências, e que mesmo assim brigam para continuar no caminho correto ” . Países europeus como França e Alemanha vêm adiando reformas estruturais pedidas pelo Fundo.
A abertura comercial em países desenvolvidos é fundamental, lembrou Palocci: ” O resultado de Cancún foi desapontador, mas não vai desencorajar o Brasil a tentar transformar o mandato de Doha em realidade ” . O objetivo da rodada é o desenvolvimento. Palocci classificou o protecionismo agrícola dos países ricos como ” hipocrisia intolerável ” .
O pronunciamento marcou uma mudança semelhante do discurso do Brasil em instituições financeiras multilaterais à ocorrida nos organismos de comércio. O ministro e outros representantes de países em desenvolvimento incluíram nas discussões a abertura comercial, argumentando que maior volume de exportações reduz a vulnerabilidade a crises externas. O comunicado do G-24, por exemplo, citou o fracasso de Cancún.
Palocci criticou ainda a divulgação, pelo FMI, de limites de risco de endividamento para países emergentes. ” Sou cético em relação à utilidade de limites de dívida pública como zonas de perigo (…) É praticamente impossível chegar a um indicador claro de alerta. Além disso, o uso dos limites pode gerar expectativas auto-realizáveis. ” Embora Palocci não o tenha citado diretamente, o relatório ” World Economic Outlook ” deste ano afirmou que os países emergentes deveriam ter dívida de até 25% do PIB.
O ministro disse que a acumulação de reservas por países emergentes como prevenção de crises custa caro e pode criar problemas futuros. ” Vários países perseguindo superávits de conta corrente podem resultar em deflação global e retardar a correção dos desequilíbrios. ” Palocci insistiu ainda no pleito de maior direito de voto de emergentes no FMI e de aumento dos recursos para o Fundo. Os EUA são contrários.

Por 09:36 Sem categoria

APÓS GANHAR ELOGIO, PALOCCI LANÇA CRÍTICA A PAÍSES DESENVOLVIDOS E FMI

08:03 22/09
Valor Online

DUBAI – O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, fez um discurso com fortes críticas ao gerenciamento econômico de países desenvolvidos, ao protecionismo e à maneira com que o Fundo Monetário Internacional (FMI) lida com crises de países emergentes – e isso depois de receber rasgados elogios à condução da economia brasileira ao longo de todo fim de semana na reunião anual do Fundo e Banco Mundial, em Dubai. O ministro fez o discurso ao comitê Internacional Monetário e Financeiro, que reúne todos os ministros. Enquanto discursava, o secretário do Tesouro dos EUA, John Snow, citava Palocci em outro evento como exemplo a ser seguido no mundo.

Palocci disse que o alto déficit fiscal americano é um fator negativo para o desempenho da economia a longo prazo e pode afetar o crescimento da economia global. E cobrou agilidade dos países desenvolvidos em fazer reformas estruturais necessárias. Criticou o protecionismo comercial e mecanismos até agora pouco efetivos do FMI de prevenção a crises. Palocci reclamou ainda que as receitas do Fundo às vezes têm um viés ” mais contracionista que o necessário ” , citando conclusões de um estudo do Independent Evaluation Office (IEO), órgão interno de avaliação do FMI.

Palocci disse que os países desenvolvidos são lentos para adotar reformas recomendadas pelo FMI, seguidas mais rapidamente pelos emergentes. ” Isso é frustrante para aqueles que, como eu, vêm do mundo em desenvolvimento e encaram altos níveis de injustiça social, desigualdades e ineficiências, e que mesmo assim brigam para continuar no caminho correto ” . Países europeus como França e Alemanha vêm adiando reformas estruturais pedidas pelo Fundo.

A abertura comercial em países desenvolvidos é fundamental, lembrou Palocci: ” O resultado de Cancún foi desapontador, mas não vai desencorajar o Brasil a tentar transformar o mandato de Doha em realidade ” . O objetivo da rodada é o desenvolvimento. Palocci classificou o protecionismo agrícola dos países ricos como ” hipocrisia intolerável ” .

O pronunciamento marcou uma mudança semelhante do discurso do Brasil em instituições financeiras multilaterais à ocorrida nos organismos de comércio. O ministro e outros representantes de países em desenvolvimento incluíram nas discussões a abertura comercial, argumentando que maior volume de exportações reduz a vulnerabilidade a crises externas. O comunicado do G-24, por exemplo, citou o fracasso de Cancún.

Palocci criticou ainda a divulgação, pelo FMI, de limites de risco de endividamento para países emergentes. ” Sou cético em relação à utilidade de limites de dívida pública como zonas de perigo (…) É praticamente impossível chegar a um indicador claro de alerta. Além disso, o uso dos limites pode gerar expectativas auto-realizáveis. ” Embora Palocci não o tenha citado diretamente, o relatório ” World Economic Outlook ” deste ano afirmou que os países emergentes deveriam ter dívida de até 25% do PIB.

O ministro disse que a acumulação de reservas por países emergentes como prevenção de crises custa caro e pode criar problemas futuros. ” Vários países perseguindo superávits de conta corrente podem resultar em deflação global e retardar a correção dos desequilíbrios. ” Palocci insistiu ainda no pleito de maior direito de voto de emergentes no FMI e de aumento dos recursos para o Fundo. Os EUA são contrários.

Close