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EX-GERENTE DO BANESTADO ENTREGA LISTA DE CLIENTES

Remessas para agência de Nova Iorque eram feitas de 157 contas
Eraldo Ferreira (à direita) depõe na CPI do Banestado e faz revelações sobre o esquema de desvio de dinheiro. (Célio Azevedo/Ag. Senado)
Brasília (AE) – O ex-gerente do Banestado em Curitiba Eraldo Ferreira entregou ontem à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista do Congresso que investiga irregularidades cometidas por meio de contas CC-5 uma lista com o nome de 157 clientes que faziam remessas para a agência do banco de Nova Iorque. Segundo Ferreira, alguns dos clientes pediam que as contas fossem abertas com nomes fictícios ou de laranjas “para aumentar a garantia da impunidade, caso a informação chegasse ao Fisco ou ao Banco Central (BC)”.
Ele disse que, entre 1993 e 1995, transferiu cerca de US$ 4,5 milhões do Paraná para a cidade norte-americana. “Os depósitos eram feitos em dólares, por intermédio de uma operação chamada dólar-cabo, que eram comprados na Casa de Câmbio Transoceânica e na Santa Clara Factoring, de São José dos Pinhais (PR)”, informou. “Vendo hoje por fora, era uma bagunça enorme”, afirmou, referindo-se à forma rudimentar como as contas eram controladas.
Ferreira prestou depoimento no Ministério Público (MP) como um dos processados pela Justiça Federal por envolvimento em operações ilegais. De acordo com o ex-gerente do Banestado em Curitiba, a média dos depósitos de pessoas físicas era de US$ 20 mil a US$ 30 mil, enquanto o valor médio movimentado pelas empresas era de US$ 80 mil. Ferreira afirmou ainda que o maior saldo sob a responsabilidade dele era o da conta do prefeito de Castro, Rivadavia Menaraim, de cerca de US$ 300 mil.
Foi dessa conta que Ferreira disse ter tirado US$ 60 mil para obter ganhos no mercado interno, “a juros de agiota”, com a intenção de cobrir uma diferença registrada no caixa. “Não deram importância a isso e deixaram que eu me virasse sozinho”, contou. Menaraim percebeu o saque e cobrou do Banestado, que abriu um processo contra o ex-gerente do Banestado antes de demiti-lo por justa causa.
Ferreira revelou ainda aos parlamentares como funcionava na instituição financeira o esquema de subfaturamento de exportações: por meio de uma manobra batizada de “operação Pink” o Banestado emitia uma cobrança em nome do exportador. A agência em Nova Iorque emitia outra cobrança para o mesmo cliente, em valor inferior. A diferença não era declarada ao Fisco, uma vez que, no fim, valia a documentação expedida pela agência dos Estados Unidos.
A CPI também ouviu ontem Valderli Werle, que era funcionário do Banestado em Foz do Iguaçu. Ele afirmou desconhecer qualquer mecanismo de controle do dinheiro que era enviado ao exterior por meio da agência, apesar de ter atuado como assistente da gerência.

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EX-GERENTE DO BANESTADO ENTREGA LISTA DE CLIENTES

Remessas para agência de Nova Iorque eram feitas de 157 contas

Eraldo Ferreira (à direita) depõe na CPI do Banestado e faz revelações sobre o esquema de desvio de dinheiro. (Célio Azevedo/Ag. Senado)

Brasília (AE) – O ex-gerente do Banestado em Curitiba Eraldo Ferreira entregou ontem à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista do Congresso que investiga irregularidades cometidas por meio de contas CC-5 uma lista com o nome de 157 clientes que faziam remessas para a agência do banco de Nova Iorque. Segundo Ferreira, alguns dos clientes pediam que as contas fossem abertas com nomes fictícios ou de laranjas “para aumentar a garantia da impunidade, caso a informação chegasse ao Fisco ou ao Banco Central (BC)”.

Ele disse que, entre 1993 e 1995, transferiu cerca de US$ 4,5 milhões do Paraná para a cidade norte-americana. “Os depósitos eram feitos em dólares, por intermédio de uma operação chamada dólar-cabo, que eram comprados na Casa de Câmbio Transoceânica e na Santa Clara Factoring, de São José dos Pinhais (PR)”, informou. “Vendo hoje por fora, era uma bagunça enorme”, afirmou, referindo-se à forma rudimentar como as contas eram controladas.

Ferreira prestou depoimento no Ministério Público (MP) como um dos processados pela Justiça Federal por envolvimento em operações ilegais. De acordo com o ex-gerente do Banestado em Curitiba, a média dos depósitos de pessoas físicas era de US$ 20 mil a US$ 30 mil, enquanto o valor médio movimentado pelas empresas era de US$ 80 mil. Ferreira afirmou ainda que o maior saldo sob a responsabilidade dele era o da conta do prefeito de Castro, Rivadavia Menaraim, de cerca de US$ 300 mil.

Foi dessa conta que Ferreira disse ter tirado US$ 60 mil para obter ganhos no mercado interno, “a juros de agiota”, com a intenção de cobrir uma diferença registrada no caixa. “Não deram importância a isso e deixaram que eu me virasse sozinho”, contou. Menaraim percebeu o saque e cobrou do Banestado, que abriu um processo contra o ex-gerente do Banestado antes de demiti-lo por justa causa.

Ferreira revelou ainda aos parlamentares como funcionava na instituição financeira o esquema de subfaturamento de exportações: por meio de uma manobra batizada de “operação Pink” o Banestado emitia uma cobrança em nome do exportador. A agência em Nova Iorque emitia outra cobrança para o mesmo cliente, em valor inferior. A diferença não era declarada ao Fisco, uma vez que, no fim, valia a documentação expedida pela agência dos Estados Unidos.

A CPI também ouviu ontem Valderli Werle, que era funcionário do Banestado em Foz do Iguaçu. Ele afirmou desconhecer qualquer mecanismo de controle do dinheiro que era enviado ao exterior por meio da agência, apesar de ter atuado como assistente da gerência.

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