Presidente diz que o país poderia encontrar “soluções equilibradas” para conflitos
Discurso de Lula nas Nações Unidas: o Brasil pretende assumir seu papel de liderança entre os países emergentes. (ABR)
Nova Iorque (AF) – Em seu discurso na abertura da 58.ª Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu uma “reforma” da entidade e pediu uma vaga para o Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança (CS). Lula afirmou que a reforma da ONU tornou-se um “imperativo” diante do risco de retrocesso de ordenamento político e internacional. Disse também que é preciso que o conselho esteja plenamente equipado para enfrentar crises e lidar com as ameaças à paz.
“A composição (do CS), em especial no que se refere aos membros permanentes não pode ser a mesma de quando a ONU foi criada a quase 60 anos. Não podemos ignorar as mudanças que se processaram no mundo, sobretudo a emergência de países em desenvolvimento como atores importantes no cenário internacional, muitas vezes exercendo papel crucial nas buscas de soluções políticas e equilibradas para os conflitos.”
E continuou afirmando que “o Brasil está pronto para dar sua contribuição”, representando um continente que se distingue pela sua “convivência gloriosa, que constitui um fator de estabilidade mundial”.
No início de seu discurso, o brasileiro homenageou o diplomata Sérgio Vieira de Mello, morto em atentado à sede da ONU no Iraque, no mês passado. “Ele sempre acreditou no diálogo. Exerceu em nome da ONU um humanismo tolerante, pacífico e corajoso que espelha a alma libertária do Brasil.”
Lula falou por cerca de 20 minutos, logo na abertura do evento. Desde a criação da ONU, em 1946, um brasileiro fala após o secretário-geral abrir oficialmente os trabalhos da entidade (Kofi Annan também defendeu uma reforma da ONU). Na seqüência, discursou o presidente norte-americano, George W. Bush, seguido pelo francês, Jacques Chirac.
Fome
Repetindo a temática de seu discurso no Fórum Econômico Mundial, realizado no início do ano em Davos (Suíça), Lula fez um apelo ontem em seu pronunciamento. Diante de uma platéia de chefes de Estado do mundo todo, Lula discursou por cerca de 20 minutos. Afirmou que é inaceitável que pessoas ainda sofram de desnutrição em pleno século 21, “o século dos avanços científicos e tecnológicos”. Usou como exemplo de ação contra a fome a criação do programa Fome Zero, carro-chefe de seu governo.
“Faço hoje o mesmo apelo que fiz em Davos. Precisamos nos engajar na guerra contra a fome e a miséria. Erradicar a fome no mundo é um imperativo moral e político. Sabemos que é factível se houver vontade política para isso”, afirmou.
O brasileiro disse ainda que “a verdadeira paz vem da democracia, do direito internacional e, sobretudo, da erradicação da fome”. Afirmou que é preciso “lutar pela justiça social” e que “o maior desafio da humanidade é se humanizar”.
Lula voltou a condenar também o protecionismo dos países ricos, que muitas vezes impedem o total desenvolvimento de emergentes como o Brasil. O presidente disse que, sem esses obstáculos, as chances de igualdade seriam maiores.
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Por Mhais• 24 de setembro de 2003• 10:47• Sem categoria
LULA QUER BRASIL NO CONSELHO DA ONU E COMBATE MUNDIAL À FOME
Presidente diz que o país poderia encontrar “soluções equilibradas” para conflitos
Discurso de Lula nas Nações Unidas: o Brasil pretende assumir seu papel de liderança entre os países emergentes. (ABR)
Nova Iorque (AF) – Em seu discurso na abertura da 58.ª Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu uma “reforma” da entidade e pediu uma vaga para o Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança (CS). Lula afirmou que a reforma da ONU tornou-se um “imperativo” diante do risco de retrocesso de ordenamento político e internacional. Disse também que é preciso que o conselho esteja plenamente equipado para enfrentar crises e lidar com as ameaças à paz.
“A composição (do CS), em especial no que se refere aos membros permanentes não pode ser a mesma de quando a ONU foi criada a quase 60 anos. Não podemos ignorar as mudanças que se processaram no mundo, sobretudo a emergência de países em desenvolvimento como atores importantes no cenário internacional, muitas vezes exercendo papel crucial nas buscas de soluções políticas e equilibradas para os conflitos.”
E continuou afirmando que “o Brasil está pronto para dar sua contribuição”, representando um continente que se distingue pela sua “convivência gloriosa, que constitui um fator de estabilidade mundial”.
No início de seu discurso, o brasileiro homenageou o diplomata Sérgio Vieira de Mello, morto em atentado à sede da ONU no Iraque, no mês passado. “Ele sempre acreditou no diálogo. Exerceu em nome da ONU um humanismo tolerante, pacífico e corajoso que espelha a alma libertária do Brasil.”
Lula falou por cerca de 20 minutos, logo na abertura do evento. Desde a criação da ONU, em 1946, um brasileiro fala após o secretário-geral abrir oficialmente os trabalhos da entidade (Kofi Annan também defendeu uma reforma da ONU). Na seqüência, discursou o presidente norte-americano, George W. Bush, seguido pelo francês, Jacques Chirac.
Fome
Repetindo a temática de seu discurso no Fórum Econômico Mundial, realizado no início do ano em Davos (Suíça), Lula fez um apelo ontem em seu pronunciamento. Diante de uma platéia de chefes de Estado do mundo todo, Lula discursou por cerca de 20 minutos. Afirmou que é inaceitável que pessoas ainda sofram de desnutrição em pleno século 21, “o século dos avanços científicos e tecnológicos”. Usou como exemplo de ação contra a fome a criação do programa Fome Zero, carro-chefe de seu governo.
“Faço hoje o mesmo apelo que fiz em Davos. Precisamos nos engajar na guerra contra a fome e a miséria. Erradicar a fome no mundo é um imperativo moral e político. Sabemos que é factível se houver vontade política para isso”, afirmou.
O brasileiro disse ainda que “a verdadeira paz vem da democracia, do direito internacional e, sobretudo, da erradicação da fome”. Afirmou que é preciso “lutar pela justiça social” e que “o maior desafio da humanidade é se humanizar”.
Lula voltou a condenar também o protecionismo dos países ricos, que muitas vezes impedem o total desenvolvimento de emergentes como o Brasil. O presidente disse que, sem esses obstáculos, as chances de igualdade seriam maiores.
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