fetec@fetecpr.com.br | (41) 3322-9885 | (41) 3324-5636

Por 09:54 Notícias, Sem categoria

BC FICA DE OLHO NA EXPECTATIVA DA INFLAÇÃO PARA DEFINIR TAXA

BC fica de olho na expectativa da inflação para definir taxa
GUSTAVO PATÚ
da Folha de S. Paulo, em Brasília
Enquanto o mercado aposta em nova queda dos juros hoje, o Banco Central observa um indicador que inspira maior cautela daqui para a frente: a expectativa dos investidores para a inflação futura não cai há mais de dois meses –e está em patamar superior à meta fixada para 2004.
Segundo pesquisa realizada constantemente pelo BC sobre as projeções de bancos e consultorias, espera-se hoje que, nos próximos 12 meses, a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumule 6,27%, segundo o ponto médio das respostas coletadas.
Trata-se de um índice praticamente idêntico ao apurado no início de agosto passado, de 6,11%, mas superior aos 5,50% almejados para o próximo ano.
Os dados indicam uma guinada nos resultados da política de juros, que é baseada no sistema de metas de inflação e adota como parâmetro o IPCA, calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De janeiro a agosto, o aperto monetário patrocinado pelo BC –que, nos dois primeiros meses do ano elevou os juros de 25% para 26,5% anuais– obteve uma queda espetacular das expectativas de inflação futura, que haviam iniciado o governo Luiz Inácio Lula da Silva em 13,44% nos 12 meses seguintes.
Eliminados os temores do mercado quanto a um descontrole da inflação, o Banco Central pôde começar a redução dos juros em junho, numa trajetória que, espera-se, deve continuar até o final do ano. Os números do IPCA, porém, indicam que o ritmo de queda tende a se desacelerar.
A permanência, com pequenas alterações para cima e para baixo, das expectativas de inflação futura desde agosto mostra que se consolida no mercado a projeção de uma inflação no próximo ano superior à meta fixada pelo BC.
Não por acaso, as pesquisas do BC referentes às previsões para a inflação em 2004 também convergem para o patamar de 6%.
Isso não significa necessariamente que a meta corra riscos –mesmo porque há um intervalo de tolerância de 2,5 pontos percentuais, o que torna aceitável um IPCA de 8% em 2004. Mas se o Banco Central pretende perseguir, como diz que pretende, o centro da meta, a margem para novas quedas fica menor.
Lógica da meta
Em um sistema de metas de inflação, a importância das expectativas do mercado é muito maior do que parece. A própria lógica do mecanismo estabelece que o Banco Central deve conquistar credibilidade para balizar essas expectativas, o que deve levar à inflação ao nível almejado.
Em outras palavras: se investidores, empresas e trabalhadores acreditam na meta fixada pelo Banco Central, os reajustes de preços e salários vão convergir para os índices fixados, e a meta será cumprida.
Foi justamente para recuperar a credibilidade das metas de inflação que o Banco Central, surpreendendo vários analistas e quase criando uma crise na base política do governo, elevou os juros a 26,5% e os manteve assim por mais tempo que o esperado.

Por 09:54 Sem categoria

BC FICA DE OLHO NA EXPECTATIVA DA INFLAÇÃO PARA DEFINIR TAXA

BC fica de olho na expectativa da inflação para definir taxa

GUSTAVO PATÚ
da Folha de S. Paulo, em Brasília

Enquanto o mercado aposta em nova queda dos juros hoje, o Banco Central observa um indicador que inspira maior cautela daqui para a frente: a expectativa dos investidores para a inflação futura não cai há mais de dois meses –e está em patamar superior à meta fixada para 2004.

Segundo pesquisa realizada constantemente pelo BC sobre as projeções de bancos e consultorias, espera-se hoje que, nos próximos 12 meses, a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumule 6,27%, segundo o ponto médio das respostas coletadas.

Trata-se de um índice praticamente idêntico ao apurado no início de agosto passado, de 6,11%, mas superior aos 5,50% almejados para o próximo ano.

Os dados indicam uma guinada nos resultados da política de juros, que é baseada no sistema de metas de inflação e adota como parâmetro o IPCA, calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De janeiro a agosto, o aperto monetário patrocinado pelo BC –que, nos dois primeiros meses do ano elevou os juros de 25% para 26,5% anuais– obteve uma queda espetacular das expectativas de inflação futura, que haviam iniciado o governo Luiz Inácio Lula da Silva em 13,44% nos 12 meses seguintes.

Eliminados os temores do mercado quanto a um descontrole da inflação, o Banco Central pôde começar a redução dos juros em junho, numa trajetória que, espera-se, deve continuar até o final do ano. Os números do IPCA, porém, indicam que o ritmo de queda tende a se desacelerar.

A permanência, com pequenas alterações para cima e para baixo, das expectativas de inflação futura desde agosto mostra que se consolida no mercado a projeção de uma inflação no próximo ano superior à meta fixada pelo BC.

Não por acaso, as pesquisas do BC referentes às previsões para a inflação em 2004 também convergem para o patamar de 6%.

Isso não significa necessariamente que a meta corra riscos –mesmo porque há um intervalo de tolerância de 2,5 pontos percentuais, o que torna aceitável um IPCA de 8% em 2004. Mas se o Banco Central pretende perseguir, como diz que pretende, o centro da meta, a margem para novas quedas fica menor.

Lógica da meta

Em um sistema de metas de inflação, a importância das expectativas do mercado é muito maior do que parece. A própria lógica do mecanismo estabelece que o Banco Central deve conquistar credibilidade para balizar essas expectativas, o que deve levar à inflação ao nível almejado.

Em outras palavras: se investidores, empresas e trabalhadores acreditam na meta fixada pelo Banco Central, os reajustes de preços e salários vão convergir para os índices fixados, e a meta será cumprida.

Foi justamente para recuperar a credibilidade das metas de inflação que o Banco Central, surpreendendo vários analistas e quase criando uma crise na base política do governo, elevou os juros a 26,5% e os manteve assim por mais tempo que o esperado.

Close