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EMPREGO CRESCE, MAS NO MERCADO INFORMAL

Folha de S. Paulo – Pedro Soares
O mercado de trabalho piorou em setembro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os motivos da piora são a maior retração da renda e o agravamento da informalidade. Em setembro, a renda caiu 14,6% na comparação com igual mês de 2002 (a nona queda consecutiva) e cresceram as contratações sem carteira e por conta própria.
A taxa de desemprego no mês passado subiu 1,4 ponto percentual em relação a setembro de 2002, passando de 11,5% para 12,9%. Em relação a agosto, quando havia sido de 13%, ficou praticamente estável (queda de 0,1 ponto). Na comparação com agosto, a renda recuou 2,4%.
“Para setembro, a gente previa reação do mercado de trabalho, a julgar pelos anos anteriores. É sempre um período de aquecimento. Mas o mercado de trabalho não reagiu”, disse Cimar Azeredo Pereira, gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE.
Segundo ele, nesta época do ano a taxa de desemprego deveria recuar e o rendimento deveria ensaiar uma recuperação por causa da economia mais aquecida pela proximidade das festas de fim de ano.
Mais contratações
Apesar do cenário pior traçado pelo IBGE, as contratações aumentaram. De setembro de 2002 a setembro de 2003, o número de pessoas ocupadas subiu 4,3%, o que representa a criação de 772 mil postos de trabalho.
Em relação a agosto, a expansão foi de 224 mil novas vagas (mais 1,2%). “É um cifra muito expressiva para um só mês, uma das maiores já registradas. Foi uma das melhores notícias do ano em relação à atividade econômica”, afirmou o economista Marcelo Cypriano, do BankBoston.
Para Pereira, no entanto, o crescimento das contratações não é motivo para comemoração: “A população ocupada aumentou, mas ao custo do aumento da informalidade”.
O problema é que a quase totalidade das pessoas que conseguiram uma vaga foi para o mercado informal: dos 772 mil postos criados, 716 mil são informais.
Segundo o diretor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, João Sabóia, há uma onda de “precarização” no mercado de trabalho e a criação de postos informais é uma das principais razões para a retração da renda, pois os salários são menores. Ele destacou ainda a disparada da inflação como causa da queda dos ganhos dos trabalhadores de 2002 para 2003.
O emprego formal com carteira assinada ficou praticamente estável (0,2%) na comparação com setembro de 2002, enquanto o sem carteira saltou 8,7%. O trabalho por conta própria subiu ainda mais: 11,1%.
Com relação ao rendimento, há uma grande distância entre formais e informais: o dos com carteira é de R$ 860,80 e o dos sem registro, de R$ 546,20.
Historicamente, o segundo semestre, especialmente a partir de setembro, registra taxas de desemprego menores. Neste ano, isso não está acontecendo. O motivo é que mais gente entrou no mercado de trabalho, ampliando a oferta.
A PEA (População Economicamente Ativa), que mede a força de trabalho empregada ou sem emprego, aumentou 6,1% em setembro ante o mesmo mês de 2002.
“O desemprego se mantém alto porque a PEA cresceu muito, mas há uma incapacidade de gerar empregos na mesma velocidade”, afirmou Sérgio Mendonça, diretor técnico do Dieese.

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EMPREGO CRESCE, MAS NO MERCADO INFORMAL

Folha de S. Paulo – Pedro Soares

O mercado de trabalho piorou em setembro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os motivos da piora são a maior retração da renda e o agravamento da informalidade. Em setembro, a renda caiu 14,6% na comparação com igual mês de 2002 (a nona queda consecutiva) e cresceram as contratações sem carteira e por conta própria.
A taxa de desemprego no mês passado subiu 1,4 ponto percentual em relação a setembro de 2002, passando de 11,5% para 12,9%. Em relação a agosto, quando havia sido de 13%, ficou praticamente estável (queda de 0,1 ponto). Na comparação com agosto, a renda recuou 2,4%.
“Para setembro, a gente previa reação do mercado de trabalho, a julgar pelos anos anteriores. É sempre um período de aquecimento. Mas o mercado de trabalho não reagiu”, disse Cimar Azeredo Pereira, gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE.
Segundo ele, nesta época do ano a taxa de desemprego deveria recuar e o rendimento deveria ensaiar uma recuperação por causa da economia mais aquecida pela proximidade das festas de fim de ano.

Mais contratações
Apesar do cenário pior traçado pelo IBGE, as contratações aumentaram. De setembro de 2002 a setembro de 2003, o número de pessoas ocupadas subiu 4,3%, o que representa a criação de 772 mil postos de trabalho.
Em relação a agosto, a expansão foi de 224 mil novas vagas (mais 1,2%). “É um cifra muito expressiva para um só mês, uma das maiores já registradas. Foi uma das melhores notícias do ano em relação à atividade econômica”, afirmou o economista Marcelo Cypriano, do BankBoston.
Para Pereira, no entanto, o crescimento das contratações não é motivo para comemoração: “A população ocupada aumentou, mas ao custo do aumento da informalidade”.
O problema é que a quase totalidade das pessoas que conseguiram uma vaga foi para o mercado informal: dos 772 mil postos criados, 716 mil são informais.
Segundo o diretor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, João Sabóia, há uma onda de “precarização” no mercado de trabalho e a criação de postos informais é uma das principais razões para a retração da renda, pois os salários são menores. Ele destacou ainda a disparada da inflação como causa da queda dos ganhos dos trabalhadores de 2002 para 2003.
O emprego formal com carteira assinada ficou praticamente estável (0,2%) na comparação com setembro de 2002, enquanto o sem carteira saltou 8,7%. O trabalho por conta própria subiu ainda mais: 11,1%.
Com relação ao rendimento, há uma grande distância entre formais e informais: o dos com carteira é de R$ 860,80 e o dos sem registro, de R$ 546,20.
Historicamente, o segundo semestre, especialmente a partir de setembro, registra taxas de desemprego menores. Neste ano, isso não está acontecendo. O motivo é que mais gente entrou no mercado de trabalho, ampliando a oferta.
A PEA (População Economicamente Ativa), que mede a força de trabalho empregada ou sem emprego, aumentou 6,1% em setembro ante o mesmo mês de 2002.
“O desemprego se mantém alto porque a PEA cresceu muito, mas há uma incapacidade de gerar empregos na mesma velocidade”, afirmou Sérgio Mendonça, diretor técnico do Dieese.

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