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Por 10:53 Notícias

INVESTIMENTO PRODUTIVO CAI, ESPECULAÇÃO CRESCE

Entrada de capitais estrangeiros na economia real recua 40,2% em relação a setembro do ano passado. Na bolsa, bate recorde
JB – Marcelo Kischinhevsky e Edna Simão
BRASÍLIA e RIO – Menos dinheiro para o setor produtivo e mais para a ciranda financeira. Em setembro, o Brasil recebeu US$ 739 milhões em investimentos estrangeiros diretos, ou seja, dólares referentes à participação em empresas, a chamada economia real. O valor representa queda de 24,6% em relação a agosto (US$ 980 milhões) e de 40,2% contra setembro do ano passado (US$ 1,236 bilhão). Na contramão, subiram os investimentos em carteira, rubrica do Banco Central que inclui aplicações em bolsa e renda fixa. Os investidores aproveitaram um dos juros mais altos do planeta e as pechinchas no mercado de ações, deixando saldo positivo de US$ 1,379 bilhão, contra déficit de US$ 1,219 bilhão em agosto.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, ressalvou que grande parte dos investimentos em carteira se refere a captações de empresas brasileiras no exterior. Segundo Lopes, de US$ 1,379 bilhão, foram para ações e renda fixa só US$ 418 milhões. Dados divulgados pela Bolsa de Valores de São Paulo, no entanto, mostram que o ingresso de recursos estrangeiros é crescente. No mês passado, o saldo positivo na Bovespa foi de R$ 797,151 milhões, segundo melhor resultado do ano. Em outubro, até o dia 20, os números são ainda mais robustos: R$ 1,198 bilhão.
Para o analista Nelson Carneiro, da Global Invest, o país fica menos atrativo para o capital produtivo porque não cresce.
– Fala-se muito em marco regulatório, mas essa não é a questão-chave. O problema é a falta de crescimento. Com juros em torno dos 20% ao ano e baixa inflação, o Brasil fica muito atraente para o capital de curto prazo. O problema é a hora que o mercado inverter o sinal e quiser ganhar dinheiro apostando contra o país – disse Carneiro.
Otimista, Luiz Neves, sócio-diretor da MobImob Consultoria Econômico-Financeira, acredita que a tendência, nos próximos meses, é de mais investimentos no setor produtivo e menos na especulação.
– Na economia real, as decisões estratégicas visam ao longo prazo e não são tomadas com a mesma agilidade que no mercado financeiro. A queda dos investimentos estrangeiros diretos reflete ainda a interrupção de projetos no ano passado, em meio às incertezas com as eleições presidenciais – disse.
O BC minimizou a queda dos investimentos estrangeiros diretos, atribuindo-a à saída de US$ 940 milhões em duas operações: mudança de controle do banco BBA e venda de participação do Unibanco. O saldo acumulado de investimentos no ano está negativo em US$ 2,711 bilhões. A projeção de entrada de US$ 10 bilhões em investimentos estrangeiros até o fim do ano foi mantida. Até agora, ingressaram US$ 6,467 bilhões.

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INVESTIMENTO PRODUTIVO CAI, ESPECULAÇÃO CRESCE

Entrada de capitais estrangeiros na economia real recua 40,2% em relação a setembro do ano passado. Na bolsa, bate recorde

JB – Marcelo Kischinhevsky e Edna Simão

BRASÍLIA e RIO – Menos dinheiro para o setor produtivo e mais para a ciranda financeira. Em setembro, o Brasil recebeu US$ 739 milhões em investimentos estrangeiros diretos, ou seja, dólares referentes à participação em empresas, a chamada economia real. O valor representa queda de 24,6% em relação a agosto (US$ 980 milhões) e de 40,2% contra setembro do ano passado (US$ 1,236 bilhão). Na contramão, subiram os investimentos em carteira, rubrica do Banco Central que inclui aplicações em bolsa e renda fixa. Os investidores aproveitaram um dos juros mais altos do planeta e as pechinchas no mercado de ações, deixando saldo positivo de US$ 1,379 bilhão, contra déficit de US$ 1,219 bilhão em agosto.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, ressalvou que grande parte dos investimentos em carteira se refere a captações de empresas brasileiras no exterior. Segundo Lopes, de US$ 1,379 bilhão, foram para ações e renda fixa só US$ 418 milhões. Dados divulgados pela Bolsa de Valores de São Paulo, no entanto, mostram que o ingresso de recursos estrangeiros é crescente. No mês passado, o saldo positivo na Bovespa foi de R$ 797,151 milhões, segundo melhor resultado do ano. Em outubro, até o dia 20, os números são ainda mais robustos: R$ 1,198 bilhão.

Para o analista Nelson Carneiro, da Global Invest, o país fica menos atrativo para o capital produtivo porque não cresce.

– Fala-se muito em marco regulatório, mas essa não é a questão-chave. O problema é a falta de crescimento. Com juros em torno dos 20% ao ano e baixa inflação, o Brasil fica muito atraente para o capital de curto prazo. O problema é a hora que o mercado inverter o sinal e quiser ganhar dinheiro apostando contra o país – disse Carneiro.

Otimista, Luiz Neves, sócio-diretor da MobImob Consultoria Econômico-Financeira, acredita que a tendência, nos próximos meses, é de mais investimentos no setor produtivo e menos na especulação.

– Na economia real, as decisões estratégicas visam ao longo prazo e não são tomadas com a mesma agilidade que no mercado financeiro. A queda dos investimentos estrangeiros diretos reflete ainda a interrupção de projetos no ano passado, em meio às incertezas com as eleições presidenciais – disse.

O BC minimizou a queda dos investimentos estrangeiros diretos, atribuindo-a à saída de US$ 940 milhões em duas operações: mudança de controle do banco BBA e venda de participação do Unibanco. O saldo acumulado de investimentos no ano está negativo em US$ 2,711 bilhões. A projeção de entrada de US$ 10 bilhões em investimentos estrangeiros até o fim do ano foi mantida. Até agora, ingressaram US$ 6,467 bilhões.

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