Eliane Oliveira – O Globo
GOIÂNIA – Em discurso na abertura do seminário Brasil-Alemanha, no Centro de Convenções de Goiás, a ministra alemã da Defesa do Consumidor e da Agricultura, Renate Kunast, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a assustar investidores do Brasil e do mundo inteiro porque havia o receio de que um ex-sindicalista promovesse uma política antiempresarial.
Mas, segundo ela, ao colocar Luiz Fernando Frulan à frente do Ministério do Densevolvimento e Roberto Rodrigues na Agricultura, Lula mostrou que uma de suas prioridades era retomar o caminho da economia brasileira.
– O Brasil é para o Mercosul o que a Alemanha é para a União Européia. Todos estão olhando para o Brasil. O Brasil está na moda – disse a ministra.
Segundo ela, muitos vêem o setor de agronegócios como uma das grandes chances da economia brasileira e afirmou que a agricultura brasileira é uma das mais competitivas do mundo, mas demonstrou preocupação com os problemas causados pelo desenvolvimento tecnológico do setor. Renate citou o uso desementes geneticamente modificadas e lembrou que o Brasil detém mais de 70% da biodiversidade do planeta.
– Não acredito que os transgênicos vão resolver o problema da fome. Ao contrário, podem trazer problemas ecológicos – disse.
A ministra elogiou o Fome Zero e disse que o governo alemão vem acompanhando com interesse a implantação do programa e está disposta a ajudar o Brasil no que for preciso.
Sobre as negociações internacionais, ela defendeu mais eqüidade e justiça no mercado mundial e disse que o caminho correto é o do multilateralismo. Ela anunciou ainda que a União Européia pretende fazer uma oferta justa ao Mercosul com reducão de gastos com subsídios às exportações.
– Nós alemães fizemos uma parte do nosso dever de casa – afirmou.