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CRISES DE ENDIVIDAMENTO JÁ PODEM SER PREVISTAS, DIZ FMI

Valor Online

WASHINGTON – Um “paper” divulgado esta semana pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) cria modelos para prever crises de endividamento de países. Os modelos usam dados não apenas relativos ao tamanho, maturação e custo da dívida pública, mas também dados macroeconômicos que influem na confiança dos investidores no país.

O paper, do Departamento de Assuntos Fiscais, foi elaborado pelos pesquisadores Paolo Manasse, da Universidade de Bologna, Nouriel Roubini, da Universidade de Nova York, e Axel Schimmelpfenig, do Fundo. Foram utilizados dados de 47 países de 1970 até 2002. Os países foram selecionados pelo critério de acesso a mercados internacionais para captação de dívida.

Os critérios mais óbvios para medir o risco de um país passar por uma crise são os de solvência e liquidez, segundo o estudo, que incluem o tamanho da dívida em relação ao PIB, a relação da dívida externa com exportações e reservas, taxa de juros devida em relação a PIB e proporção de vencimentos de curto prazo (este último critério vinculado à liquidez). Mas o modelo acrescenta ainda alguns critérios macroeconômicos que estão relacionados a crises, seja pela via direta ou pela percepção dos investidores: baixo crescimento do PIB, pequena abertura comercial, condições de liquidez em países do primeiro mundo e dados fiscais.

O modelo foi criado como instrumento de prevenção ou de detecção antecipada de risco de uma crise, dizem os autores. Usando dados dos períodos anteriores às crises, um dos modelos previu 74% das ocorrências e emitiu um baixo número de “alarmes falsos”. O segundo modelo previu 89% das crises, mas gerou erros com número maior de alarmes falsos.

Ao contrário das crises cambiais ocorridas entre 1994 e 1997 (da crise do México à da Ásia), nas quais a âncora cambial teve papel preponderante, as crises de endividamento que se seguiram são mais complexas, têm duração mais longa e são mais difíceis de prever. O estudo de “crises gêmeas”, ou seja, de crise cambial acompanhada de problemas no setor bancário, está relativamente avançado, mas ainda há poucos instrumentos para previsão de crises de endividamento no ambiente criado na década de 90, no qual os credores da dívida pública externa são majoritariamente privados.

Alguns dos casos citados pelo paper são “defaults abertos”, ou explícitos, como nos casos da Rússia, Equador e Argentina, e reestruturações semiforçadas como as do Uruguai neste ano, Ucrânia em 2000 e Paquistão em 99, onde não havia moratória declarada, mas ameaça implícita que forçou os credores a aceitar redução nos valores a receber.

Por 12:10 Notícias

CRISES DE ENDIVIDAMENTO JÁ PODEM SER PREVISTAS, DIZ FMI

Valor Online
WASHINGTON – Um “paper” divulgado esta semana pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) cria modelos para prever crises de endividamento de países. Os modelos usam dados não apenas relativos ao tamanho, maturação e custo da dívida pública, mas também dados macroeconômicos que influem na confiança dos investidores no país.
O paper, do Departamento de Assuntos Fiscais, foi elaborado pelos pesquisadores Paolo Manasse, da Universidade de Bologna, Nouriel Roubini, da Universidade de Nova York, e Axel Schimmelpfenig, do Fundo. Foram utilizados dados de 47 países de 1970 até 2002. Os países foram selecionados pelo critério de acesso a mercados internacionais para captação de dívida.
Os critérios mais óbvios para medir o risco de um país passar por uma crise são os de solvência e liquidez, segundo o estudo, que incluem o tamanho da dívida em relação ao PIB, a relação da dívida externa com exportações e reservas, taxa de juros devida em relação a PIB e proporção de vencimentos de curto prazo (este último critério vinculado à liquidez). Mas o modelo acrescenta ainda alguns critérios macroeconômicos que estão relacionados a crises, seja pela via direta ou pela percepção dos investidores: baixo crescimento do PIB, pequena abertura comercial, condições de liquidez em países do primeiro mundo e dados fiscais.
O modelo foi criado como instrumento de prevenção ou de detecção antecipada de risco de uma crise, dizem os autores. Usando dados dos períodos anteriores às crises, um dos modelos previu 74% das ocorrências e emitiu um baixo número de “alarmes falsos”. O segundo modelo previu 89% das crises, mas gerou erros com número maior de alarmes falsos.
Ao contrário das crises cambiais ocorridas entre 1994 e 1997 (da crise do México à da Ásia), nas quais a âncora cambial teve papel preponderante, as crises de endividamento que se seguiram são mais complexas, têm duração mais longa e são mais difíceis de prever. O estudo de “crises gêmeas”, ou seja, de crise cambial acompanhada de problemas no setor bancário, está relativamente avançado, mas ainda há poucos instrumentos para previsão de crises de endividamento no ambiente criado na década de 90, no qual os credores da dívida pública externa são majoritariamente privados.
Alguns dos casos citados pelo paper são “defaults abertos”, ou explícitos, como nos casos da Rússia, Equador e Argentina, e reestruturações semiforçadas como as do Uruguai neste ano, Ucrânia em 2000 e Paquistão em 99, onde não havia moratória declarada, mas ameaça implícita que forçou os credores a aceitar redução nos valores a receber.

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