fetec@fetecpr.com.br | (41) 3322-9885 | (41) 3324-5636

Por 11:40 Sem categoria

Editorial: Cai o custo da inadimplência para os bancos

Gazeta Mercantil

Com um ano de atraso em relação ao programado, o Banco Central anuncia o lançamento de sua nova central de risco de crédito que, aprimorada em comparação com a anterior, continuará a servir ao processo de supervisão bancária, mediante o aumento da capacidade de monitoramento de riscos de crédito.

O agora chamado Sistema de Informações de Crédito, ao fornecer aos bancos informações de melhor qualidade sobre o nível de endividamento dos tomadores de empréstimos, permitirá melhorar a qualidade das decisões de concessão e gerenciamento de crédito.

Tais melhorias no sistema preventivo de proteção do patrimônio administrado pelos bancos poderiam contribuir, em princípio, para a diminuição do risco de inadimplência, ou seja, para a redução do custo do dinheiro para os bancos e, por extensão, do spread para os clientes.

Com efeito, a taxa de juros incidente nas operações de crédito reflete o custo de captação e os custos operacionais da instituição, acrescidos de uma margem de lucro. Entre os custos implícitos no preço do crédito, está o custo da inadimplência dos devedores e, quanto menor a certeza de pagamento, maior a taxa cobrada ao tomador final.

Rezam os manuais que, ao conhecer melhor o risco de crédito oferecido pelo potencial tomador, as instituições financeiras poderiam oferecer taxas menores aos tomadores com bom histórico de pagamento. Nesse sentido, uma central de risco de crédito funciona como um bureau de crédito e registra informações úteis para a distinção entre bons e maus pagadores, contribuindo para a redução do spread bancário.

Além de agir no sentido de melhorar a concessão de crédito, auxiliando os bancos na gestão de suas carteiras, o Sistema de Informações de Crédito apóia a supervisão bancária a cumprir sua função prioritária, que é identificar instituições com problemas potenciais em suas carteiras.

Outro papel relevante da nova central, será agregar informações que permitirão também responder a algumas indagações suscitadas no processo de formulação da política econômica.

Por exemplo, para um setor exportador que se queira incentivar, qual a disponibilidade de crédito existente? Qual o custo médio das linhas? Qual o nível de endividamento do setor? – e assim por diante. Em conseqüência, será possível elaborar políticas públicas mais aderentes à realidade por meio da nova base de dados.

As novidades trazidas pelo novo sistema – tais como informações sobre o tipo e o prazo da operação, garantias oferecidas, histórico de pagamento, avaliação global de risco – visam não apenas a melhorias incrementais na administração do risco de crédito, mas também a uma mudança cultural, que estimule o sistema bancário a apoiar a retomada do crescimento.

Com o êxito do programa de estabilização fiscal e com a eficácia das reformas, a expectativa é que o crédito bancário chegue ao mercado em volume abundante e condições atraentes. Sem crédito em quantidade adequada para financiar a expansão dos investimentos a um custo competitivo não haverá crescimento econômico estável.

Atualmente, a relação volume de crédito/PIB no Brasil é considerada muito baixa – não ultrapassa 27%, enquanto no Chile corresponde a 53%, no Canadá 69%, na Coréia do Sul 74%, em Cingapura 110%.

Esses números indicam que é possível aumentar a participação do crédito no financiamento dos investimentos, desde que se reduza o seu custo, elevado por resultar, em parte, do alto risco de inadimplência.

Quanto maior o risco da inadimplência, maior o custo do crédito, gerando-se entre ambos um processo de causação circular de expressão exponencial que tem nos céus o limite. Todos conhecemos o fenômeno de perto. Essa é a razão por que o índice de inadimplência participa com 17% na composição do spread bancário, segundo dados do BC.

A atualização do processo de supervisão bancária do BC e de seu cadastro, o Sistema de Informações de Crédito – que registra informações de 6 milhões de clientes diferentes a cada mês – apresenta-se como medida eficaz de redução do custo do dinheiro, num momento em que indícios firmes de retomada do crescimento apontam para a necessidade de financiamento do investimento e da expansão dos negócios.

É certo que esse custo continuará elevadíssimo, enquanto não baixarem as taxas de juros, ou seja, enquanto o setor público não deixar de ser o principal tomador de recursos no mercado para financiar a rolagem da dívida pública. Quanto à redução do spread, há mais ainda por fazer, segundo admite o próprio Banco Central.

Por 11:40 Notícias

Editorial: Cai o custo da inadimplência para os bancos

Gazeta Mercantil
Com um ano de atraso em relação ao programado, o Banco Central anuncia o lançamento de sua nova central de risco de crédito que, aprimorada em comparação com a anterior, continuará a servir ao processo de supervisão bancária, mediante o aumento da capacidade de monitoramento de riscos de crédito.
O agora chamado Sistema de Informações de Crédito, ao fornecer aos bancos informações de melhor qualidade sobre o nível de endividamento dos tomadores de empréstimos, permitirá melhorar a qualidade das decisões de concessão e gerenciamento de crédito.
Tais melhorias no sistema preventivo de proteção do patrimônio administrado pelos bancos poderiam contribuir, em princípio, para a diminuição do risco de inadimplência, ou seja, para a redução do custo do dinheiro para os bancos e, por extensão, do spread para os clientes.
Com efeito, a taxa de juros incidente nas operações de crédito reflete o custo de captação e os custos operacionais da instituição, acrescidos de uma margem de lucro. Entre os custos implícitos no preço do crédito, está o custo da inadimplência dos devedores e, quanto menor a certeza de pagamento, maior a taxa cobrada ao tomador final.
Rezam os manuais que, ao conhecer melhor o risco de crédito oferecido pelo potencial tomador, as instituições financeiras poderiam oferecer taxas menores aos tomadores com bom histórico de pagamento. Nesse sentido, uma central de risco de crédito funciona como um bureau de crédito e registra informações úteis para a distinção entre bons e maus pagadores, contribuindo para a redução do spread bancário.
Além de agir no sentido de melhorar a concessão de crédito, auxiliando os bancos na gestão de suas carteiras, o Sistema de Informações de Crédito apóia a supervisão bancária a cumprir sua função prioritária, que é identificar instituições com problemas potenciais em suas carteiras.
Outro papel relevante da nova central, será agregar informações que permitirão também responder a algumas indagações suscitadas no processo de formulação da política econômica.
Por exemplo, para um setor exportador que se queira incentivar, qual a disponibilidade de crédito existente? Qual o custo médio das linhas? Qual o nível de endividamento do setor? – e assim por diante. Em conseqüência, será possível elaborar políticas públicas mais aderentes à realidade por meio da nova base de dados.
As novidades trazidas pelo novo sistema – tais como informações sobre o tipo e o prazo da operação, garantias oferecidas, histórico de pagamento, avaliação global de risco – visam não apenas a melhorias incrementais na administração do risco de crédito, mas também a uma mudança cultural, que estimule o sistema bancário a apoiar a retomada do crescimento.
Com o êxito do programa de estabilização fiscal e com a eficácia das reformas, a expectativa é que o crédito bancário chegue ao mercado em volume abundante e condições atraentes. Sem crédito em quantidade adequada para financiar a expansão dos investimentos a um custo competitivo não haverá crescimento econômico estável.
Atualmente, a relação volume de crédito/PIB no Brasil é considerada muito baixa – não ultrapassa 27%, enquanto no Chile corresponde a 53%, no Canadá 69%, na Coréia do Sul 74%, em Cingapura 110%.
Esses números indicam que é possível aumentar a participação do crédito no financiamento dos investimentos, desde que se reduza o seu custo, elevado por resultar, em parte, do alto risco de inadimplência.
Quanto maior o risco da inadimplência, maior o custo do crédito, gerando-se entre ambos um processo de causação circular de expressão exponencial que tem nos céus o limite. Todos conhecemos o fenômeno de perto. Essa é a razão por que o índice de inadimplência participa com 17% na composição do spread bancário, segundo dados do BC.
A atualização do processo de supervisão bancária do BC e de seu cadastro, o Sistema de Informações de Crédito – que registra informações de 6 milhões de clientes diferentes a cada mês – apresenta-se como medida eficaz de redução do custo do dinheiro, num momento em que indícios firmes de retomada do crescimento apontam para a necessidade de financiamento do investimento e da expansão dos negócios.
É certo que esse custo continuará elevadíssimo, enquanto não baixarem as taxas de juros, ou seja, enquanto o setor público não deixar de ser o principal tomador de recursos no mercado para financiar a rolagem da dívida pública. Quanto à redução do spread, há mais ainda por fazer, segundo admite o próprio Banco Central.

Close