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Bancários do HSBC criam Coordenadora Internacional

(Curitiba) O evento que discute a construção de uma organização global dos trabalhadores do HSBC e ABN Amro entrou ontem no seu segundo dia com a adesão de representantes dos bancários do Uruguai, Paraguai, Argentina, Chile e Grécia.
“A perspectiva é construir redes globais dos trabalhadores, pegando também os funcionários da Europa, mas nesse primeiro momento a idéia é identificar as estratégias e ações destes bancos nos países do Mercosul e do Chile”, diz o secretário de Organização da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT), Miguel Pereira. Assim à tarde os representantes do HSBC criaram a Coordenação Sindical Internacional do banco, entidade que, como o nome diz, irá coordenara as ações unificadas dos trabalhadores destes países.
De acordo com Miguel, o objetivo das redes de trabalhadores, assim como do encontro em Curitiba, é buscar o maior número de informações sobre esses bancos nos diferentes países. “Temos que saber, por exemplo, porque o ABN negocia com os sindicatos no Brasil mas não faz o mesmo no Paraguai”, explica. Num segundo momento, essas informações serão sistematizadas de forma a construir alguns instrumentos comuns, como pautas de reivindicação unificadas, por exemplo.
Dentro desse projeto, as exposições do encontro, ontem, serviram para municiar as Comissões de Organização dos Empregados (COE) com informações sobre os dois bancos. Pela manhã, a coordenadora do Curso de Ciências Econômicas da Universidade de Campinas (Unicamp), Maria Alejandra Madi, apresentou o painel “Análise conjuntural política e análise do setor financeiro na América Latina, com corte analítico do desempenho sócio-econômico dos bancos”, seguido de debate entre os participantes.
Madi iniciou sua exposição abordando indicadores econômicos e sociais de alguns países da América Latina. Em comum, além da histórica desigualdade e dificuldade no crescimento, nota-se o duro golpe nos índices após a chamada “crise asiática”, em 1998. Com isso fica cada vez mais flagrante a crise do modelo neoliberal e do “Consenso de Washington”. “O governo Lula vem assumindo uma posição de liderança entre os países em desenvolvimento. Mas ainda assim fica a pergunta: qual é o projeto a ser implementado?”, questiona.
A entrada dos bancos estrangeiros, defendida como uma maneira de oxigenar o mercado, segundo Madi, não atendeu a essas expectativas. Para ela essas instituições simplesmente se adequaram ao ambiente, não gerando redução em tarifas e spreads. Os bancos, nacionais, por sua vez, partiram para uma política de aquisições e fusões para disputar o mercado. Nada, no entanto, mudou o cenário de “financeirização” da riqueza, com um crescimento acentuado do setor financeiro sem contrapartida real na economia.
HSBC x ABN Amro
Na seqüência, a professora da Unicamp analisou dados dos dois bancos. Alguns índices mostram dificuldades do HSBC no Brasil, com uma rentabilidade inferior à média global do grupo. O banco inglês também possui a terceira maior rede de agências do País, mas é apenas o sétimo em volume de depósitos (com o ABN na terceira posição). Cabe notar que a América Latina responde por apenas 0,9% do lucro global dos ingleses. O HSBC também é um dos que menos empresta recursos, ocupando a sétima posição entre as instituições, sendo mais uma vez ultrapassado pelo ABN, na quarta posição.
Cabe notar que no Brasil a participação do crédito no PIB é muito baixa, sendo direcionado na maioria das vezes para pessoas físicas e não para a recuperação econômica (crédito habitacional e para empresas). O HSBC também é um dos poucos bancos em que a receita com prestação de serviços não cobre os gastos com pessoal. Em relação a ações sociais o banco resume-se basicamente a ações de filantropia.
O ABN possui números mais positivos. Os lucros aumentaram em 2003 e o índice de eficiência no Brasil é superior ao da Holanda. O papel do País e da América Latina no grupo é claro, ao contrário do HSBC: o ABN é um banco de varejo direcionado à pessoa física, com exceção do Chile, onde o foco é nas finanças corporativas. A aquisição do Sudameris também promete um incremento no desempenho do banco. As ações sociais do banco dividem-se em projetos educacionais, culturais, ambientais e os direcionados aos funcionários.
À tarde, pesquisadores do Observatório Social também apresentaram dados sobre os dois bancos. O evento, organizado pela CNB/CUT e a Central Sindical Holandesa (FNV), com o apoio da Fetec/PR e Sindicato dos Bancários de Curitiba, seguiu no final da tarde com reuniões separadas das Coordenadoras e COEs de cada banco.
O encontro termina por volta de meio-dia desta quarta-feira, dia 28. De manhã, os participantes encaminharão as jornadas de luta definidas por cada uma das Coordenadoras. Em seguida, serão redigidos dois documentos públicos: a Declaração de Curitiba dos trabalhadores do ABN Amro e Declaração de Curitiba dos trabalhadores do HSBC.
Fonte: Jornalistas Cristiano Vicenti e Maigue Gueths – Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região

Por 19:36 Sem categoria

Bancários do HSBC criam Coordenadora Internacional

(Curitiba) O evento que discute a construção de uma organização global dos trabalhadores do HSBC e ABN Amro entrou ontem no seu segundo dia com a adesão de representantes dos bancários do Uruguai, Paraguai, Argentina, Chile e Grécia.

“A perspectiva é construir redes globais dos trabalhadores, pegando também os funcionários da Europa, mas nesse primeiro momento a idéia é identificar as estratégias e ações destes bancos nos países do Mercosul e do Chile”, diz o secretário de Organização da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT), Miguel Pereira. Assim à tarde os representantes do HSBC criaram a Coordenação Sindical Internacional do banco, entidade que, como o nome diz, irá coordenara as ações unificadas dos trabalhadores destes países.

De acordo com Miguel, o objetivo das redes de trabalhadores, assim como do encontro em Curitiba, é buscar o maior número de informações sobre esses bancos nos diferentes países. “Temos que saber, por exemplo, porque o ABN negocia com os sindicatos no Brasil mas não faz o mesmo no Paraguai”, explica. Num segundo momento, essas informações serão sistematizadas de forma a construir alguns instrumentos comuns, como pautas de reivindicação unificadas, por exemplo.

Dentro desse projeto, as exposições do encontro, ontem, serviram para municiar as Comissões de Organização dos Empregados (COE) com informações sobre os dois bancos. Pela manhã, a coordenadora do Curso de Ciências Econômicas da Universidade de Campinas (Unicamp), Maria Alejandra Madi, apresentou o painel “Análise conjuntural política e análise do setor financeiro na América Latina, com corte analítico do desempenho sócio-econômico dos bancos”, seguido de debate entre os participantes.

Madi iniciou sua exposição abordando indicadores econômicos e sociais de alguns países da América Latina. Em comum, além da histórica desigualdade e dificuldade no crescimento, nota-se o duro golpe nos índices após a chamada “crise asiática”, em 1998. Com isso fica cada vez mais flagrante a crise do modelo neoliberal e do “Consenso de Washington”. “O governo Lula vem assumindo uma posição de liderança entre os países em desenvolvimento. Mas ainda assim fica a pergunta: qual é o projeto a ser implementado?”, questiona.

A entrada dos bancos estrangeiros, defendida como uma maneira de oxigenar o mercado, segundo Madi, não atendeu a essas expectativas. Para ela essas instituições simplesmente se adequaram ao ambiente, não gerando redução em tarifas e spreads. Os bancos, nacionais, por sua vez, partiram para uma política de aquisições e fusões para disputar o mercado. Nada, no entanto, mudou o cenário de “financeirização” da riqueza, com um crescimento acentuado do setor financeiro sem contrapartida real na economia.

HSBC x ABN Amro

Na seqüência, a professora da Unicamp analisou dados dos dois bancos. Alguns índices mostram dificuldades do HSBC no Brasil, com uma rentabilidade inferior à média global do grupo. O banco inglês também possui a terceira maior rede de agências do País, mas é apenas o sétimo em volume de depósitos (com o ABN na terceira posição). Cabe notar que a América Latina responde por apenas 0,9% do lucro global dos ingleses. O HSBC também é um dos que menos empresta recursos, ocupando a sétima posição entre as instituições, sendo mais uma vez ultrapassado pelo ABN, na quarta posição.

Cabe notar que no Brasil a participação do crédito no PIB é muito baixa, sendo direcionado na maioria das vezes para pessoas físicas e não para a recuperação econômica (crédito habitacional e para empresas). O HSBC também é um dos poucos bancos em que a receita com prestação de serviços não cobre os gastos com pessoal. Em relação a ações sociais o banco resume-se basicamente a ações de filantropia.

O ABN possui números mais positivos. Os lucros aumentaram em 2003 e o índice de eficiência no Brasil é superior ao da Holanda. O papel do País e da América Latina no grupo é claro, ao contrário do HSBC: o ABN é um banco de varejo direcionado à pessoa física, com exceção do Chile, onde o foco é nas finanças corporativas. A aquisição do Sudameris também promete um incremento no desempenho do banco. As ações sociais do banco dividem-se em projetos educacionais, culturais, ambientais e os direcionados aos funcionários.

À tarde, pesquisadores do Observatório Social também apresentaram dados sobre os dois bancos. O evento, organizado pela CNB/CUT e a Central Sindical Holandesa (FNV), com o apoio da Fetec/PR e Sindicato dos Bancários de Curitiba, seguiu no final da tarde com reuniões separadas das Coordenadoras e COEs de cada banco.

O encontro termina por volta de meio-dia desta quarta-feira, dia 28. De manhã, os participantes encaminharão as jornadas de luta definidas por cada uma das Coordenadoras. Em seguida, serão redigidos dois documentos públicos: a Declaração de Curitiba dos trabalhadores do ABN Amro e Declaração de Curitiba dos trabalhadores do HSBC.

Fonte: Jornalistas Cristiano Vicenti e Maigue Gueths – Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região

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