(São Paulo) A próxima sexta-feira será fundamental para definir os rumos da Campanha Salarial dos bancários. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal responderão se vão cumprir a Convenção Coletiva da categoria e, assim, serem signatários pela primeira vez do acordo que vier a ser assinado com a Fenaban. Na última quinta-feira, dia 22, os bancários se reuniram pela primeira vez com os dois bancos nesta campanha e entregaram a minuta de pré-acordo, que pede o cumprimento da Convenção Coletiva dos Bancários e estabelece um cronograma de negociações para discutir reivindicações complementares.
Banco do Brasil – No encontro da semana passada, os bancários reafirmaram com o BB a necessidade de se cumprir a Convenção Coletiva. “Dissemos que no ano passado a postura do banco foi equivocada e eles tiveram que cumprir o acordo depois de uma greve. Falamos que este ano acontecerá o mesmo com os bancos que não cumprirem a Convenção, pois os empregados dos bancos públicos querem os mesmos reajustes dos colegas do setor privado”, relatou Vagner Freitas, presidente da CNB/CUT e coordenador da Executiva Nacional. Ele destacou que a postura do BB na primeira reunião foi positiva, o que cria uma boa expectativa para a resposta do banco nesta sexta, às 17h. “Embora eles não tenham dito com todas as letras que vão cumprir a Convenção, anteciparam que haverá avanços em relação ao ano passado”, completou.
O coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários, Marcel Barros, disse que além da resposta do banco, os funcionários vão negociar alguns temas específicos para a mesa permanente. Entre eles a Cassi e condições de trabalho. “Para a Caixa de Saúde do Funcionalismo, a Comissão de Empresa vai debater com o banco a implantação do plano odontológico, o cumprimento dos 4,5% para os funcionários admitidos a partir de 1998, o custeio dos dependentes indiretos, a revisão do estatuto e a contribuição sobre os abonos. Sobre condições de trabalho, os temas em pauta são a revisão de dotação, a contratação de concursados, o cumprimento da jornada, a democratização dos acordos de trabalho e o fim do assédio moral”, detalhou Marcel.
O Banco do Brasil também se comprometeu a levar na negociação desta sexta-feira os responsáveis pelo novo modelo de Classificação das Agências, que vem tirando o sono de muitos bancários, por causa do aumento das pressões pelas metas. “Eles vão nos apresentar detalhadamente o novo modelo. Enquanto isto, pedimos o adiamento da implantação do projeto no último encontro”, explicou Marcel.
Caixa – No primeiro encontro com a CEF, os bancários reafirmaram mais uma vez a decisão da VI Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, referendada pelo XX Conecef, de que a campanha deste ano será unificada em todos os bancos, públicos e privados. “A direção da Caixa mostrou-se receptiva e comprometeu-se a dar uma resposta a essas reivindicações nesta sexta-feira. Esperamos que a Caixa transforme esta receptividade em ações concretas e se comprometa desde já a cumprir a Convenção, o que reforçará a unificação da categoria”, destacou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e secretário de Saúde da CNB/CUT, Plínio Pavão.
Sobre os temas que dizem respeito aos empregados da Caixa, a expectativa do coordenador é que ocorram avanços. “Nós esperamos que, nesta sexta-feira, a empresa apresente avanços em questões importantes que vêm sendo discutidas desde o ano passado, demonstrando assim que valoriza seu quadro de empregados”, afirmou. Plínio enfatizou, entre os temas, a reintegração imediata de todos os empregados demitidos pela RH 008. Além deste item, os bancários querem mudanças no PCC/PCS, a isonomia para os empregados admitidos após março de 1997, tíquete alimentação para todos os aposentados e pensionistas, a implantação do novo plano de benefícios da Funcef e a solução para os problemas enfrentados pelos empregados nas RETPVs.
Fonte: Fábio Jammal Makhoul – CNB/CUT