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Por 11:02 Notícias

BC ameaça adotar política de juros mais rígida para conter inflação

O Banco Central acredita que poderá ser necessário adotar uma politica de juros mais rígida para manter a inflação sob controle mesmo com a alta do preço do petróleo no mercado internacional e a deterioração das expectativas do mercado para os preços.
O aumento dos preços de petróleo no mercado internacional é tratado como “risco potencial” pelo Copom (Comitê de Política Monetária, do BC), que divulgou hoje a ata de sua reunião da semana passada, quando elevou a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 16,25% para 16,75% ao ano.
“A escalada dos preços do petróleo recrudesceu tanto em termos de intensidade imediata quanto em termos de prognóstico de duração, e talvez venha a ser necessário incorporar alguma deterioração diretamente aos cenários básicos de projeção, em vez de tratá-la, como tem sido feito até agora, como mero risco latente à concretização desse cenário.”
A commodity vem sendo negociada no mercado internacional por até US$ 55, enquanto o BC trabalhava com um preço médio para o ano de US$ 35, segundo divulgado no relatório de inflação de setembro. Apesar dessa dispersão, o banco manteve a previsão de aumento da gasolina em 9,5% neste ano.
“No cenário doméstico, continua indefinida a trajetória de realinhamento dos preços dos derivados de petróleo em relação às cotações internacionais e aumenta a possibilidade de que o impacto do realinhamento –na medida em que possa ser postergado, mas não evitado– acabe contaminando mais fortemente a inflação de 2005.”
Nesse caso, o BC seria obrigado a elevar os juros como forma de garantir o controle dos preços.
Inflação
A piora nas expectativas de inflação para 2005 também preocupa o BC. Às vésperas da reunião do Copom, a previsão passou de 5,7% para 5,82%, o que indica, segundo o documento divulgado hoje, que a trajetória ascendente das expectativas permanece mesmo com o aperto da política monetária, da queda do preço de algumas commodities no mercado internacional e do comportamento favorável da inflação no mês passado.
“A deterioração marginal das expectativas de inflação dos agentes privados para 2005, mesmo após a mudança efetiva da postura de política monetária, é um alerta de que essas expectativas podem apresentar maior rigidez à queda do que se antevia.”
O Copom, no entanto, ressalta que a política monetária é feita por meio de projeções para a inflação próprios, mas que as expectativas de agentes privados têm impacto sobre os resultados da política monetária.
A meta de inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para este ano é de 5,5%, com variação de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. A expectativa do BC é que a inflação fique acima da meta, mas dentro da margem.
Para o próximo ano, a meta é de 4,5%. No entanto, a autoridade monetária “calibrou” no mês passado o objetivo do IPCA para 5,1% em 2005, dentro da margem de 2,5 pontos percentuais. Em setembro, o BC deu inicio ao processo de ajuste da política monetária, elevando em 0,25 ponto percentual, para 16,25% ao ano, a Selic.
“Esse ajuste evitará os danos graves ao ciclo de crescimento que ocorreriam caso medidas mais drásticas viessem a ser necessárias para desinflacionar a economia.”
Para o Copom, o ajuste de 0,5 ponto na semana passada “é mais condizente com a magnitude do movimento total capaz de promover a convergência da inflação para a trajetória de metas e com a velocidade ótima de implementação desse ajuste”.
Evitar a aceleração da inflação é crucial para que o “processo de retomada prossiga de forma saudável e balanceada, preservando as forças que sustentarão os componentes da demanda doméstica mais dependentes de renda do trabalho”.
O forte ritmo da produção industrial mais uma vez chamou a atenção do Copom. O BC teme que ocorra uma forte demanda com o aquecimento da economia que, se não atendida, gere uma pressão sobre os preços. A ata diz que a autoridade monetária vê a necessidade de uma política monetária “vigilante em relação ao ritmo de expansão adicional da demanda”.
Mercados
A instabilidade nos mercados internacionais, devido ao aumento do preço do petróleo, tem reflexo do mercado de câmbio brasileiro, alertou o Copom. “Nesse contexto, o cenário favorável que propiciou a apreciação do câmbio desde junho passado poderia ficar comprometido na eventualidade de uma deterioração maior das expectativas quanto ao preço do petróleo e quanto ao seu impacto sobre o crescimento da economia mundial.”
Fonte: Folha Online – ANA PAULA RIBEIRO

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BC ameaça adotar política de juros mais rígida para conter inflação

O Banco Central acredita que poderá ser necessário adotar uma politica de juros mais rígida para manter a inflação sob controle mesmo com a alta do preço do petróleo no mercado internacional e a deterioração das expectativas do mercado para os preços.

O aumento dos preços de petróleo no mercado internacional é tratado como “risco potencial” pelo Copom (Comitê de Política Monetária, do BC), que divulgou hoje a ata de sua reunião da semana passada, quando elevou a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 16,25% para 16,75% ao ano.

“A escalada dos preços do petróleo recrudesceu tanto em termos de intensidade imediata quanto em termos de prognóstico de duração, e talvez venha a ser necessário incorporar alguma deterioração diretamente aos cenários básicos de projeção, em vez de tratá-la, como tem sido feito até agora, como mero risco latente à concretização desse cenário.”

A commodity vem sendo negociada no mercado internacional por até US$ 55, enquanto o BC trabalhava com um preço médio para o ano de US$ 35, segundo divulgado no relatório de inflação de setembro. Apesar dessa dispersão, o banco manteve a previsão de aumento da gasolina em 9,5% neste ano.

“No cenário doméstico, continua indefinida a trajetória de realinhamento dos preços dos derivados de petróleo em relação às cotações internacionais e aumenta a possibilidade de que o impacto do realinhamento –na medida em que possa ser postergado, mas não evitado– acabe contaminando mais fortemente a inflação de 2005.”

Nesse caso, o BC seria obrigado a elevar os juros como forma de garantir o controle dos preços.

Inflação

A piora nas expectativas de inflação para 2005 também preocupa o BC. Às vésperas da reunião do Copom, a previsão passou de 5,7% para 5,82%, o que indica, segundo o documento divulgado hoje, que a trajetória ascendente das expectativas permanece mesmo com o aperto da política monetária, da queda do preço de algumas commodities no mercado internacional e do comportamento favorável da inflação no mês passado.

“A deterioração marginal das expectativas de inflação dos agentes privados para 2005, mesmo após a mudança efetiva da postura de política monetária, é um alerta de que essas expectativas podem apresentar maior rigidez à queda do que se antevia.”

O Copom, no entanto, ressalta que a política monetária é feita por meio de projeções para a inflação próprios, mas que as expectativas de agentes privados têm impacto sobre os resultados da política monetária.

A meta de inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para este ano é de 5,5%, com variação de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. A expectativa do BC é que a inflação fique acima da meta, mas dentro da margem.

Para o próximo ano, a meta é de 4,5%. No entanto, a autoridade monetária “calibrou” no mês passado o objetivo do IPCA para 5,1% em 2005, dentro da margem de 2,5 pontos percentuais. Em setembro, o BC deu inicio ao processo de ajuste da política monetária, elevando em 0,25 ponto percentual, para 16,25% ao ano, a Selic.

“Esse ajuste evitará os danos graves ao ciclo de crescimento que ocorreriam caso medidas mais drásticas viessem a ser necessárias para desinflacionar a economia.”

Para o Copom, o ajuste de 0,5 ponto na semana passada “é mais condizente com a magnitude do movimento total capaz de promover a convergência da inflação para a trajetória de metas e com a velocidade ótima de implementação desse ajuste”.

Evitar a aceleração da inflação é crucial para que o “processo de retomada prossiga de forma saudável e balanceada, preservando as forças que sustentarão os componentes da demanda doméstica mais dependentes de renda do trabalho”.

O forte ritmo da produção industrial mais uma vez chamou a atenção do Copom. O BC teme que ocorra uma forte demanda com o aquecimento da economia que, se não atendida, gere uma pressão sobre os preços. A ata diz que a autoridade monetária vê a necessidade de uma política monetária “vigilante em relação ao ritmo de expansão adicional da demanda”.

Mercados

A instabilidade nos mercados internacionais, devido ao aumento do preço do petróleo, tem reflexo do mercado de câmbio brasileiro, alertou o Copom. “Nesse contexto, o cenário favorável que propiciou a apreciação do câmbio desde junho passado poderia ficar comprometido na eventualidade de uma deterioração maior das expectativas quanto ao preço do petróleo e quanto ao seu impacto sobre o crescimento da economia mundial.”

Fonte: Folha Online – ANA PAULA RIBEIRO

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