A Caixa emitiu na sexta-feira, dia 12, circular informando que aplicará na cesta-alimentação, apenas o reajuste determinado pelo Tribunal Superior do Trabalho em julgamento de dissídio coletivo, de 8,5%, resultando num valor de R$ 108,50. A decisão rompe o compromisso assumido na campanha salarial de 2003, onde a Caixa garantia que o benefício equivaleria a 75% da cesta da categoria, devendo ser reajustada para R$ 162,75 neste ano e equiparado ao valor da Fenaban em 2006.
A medida da Caixa frustra os empregados que esperavam, na rodada de negociações prevista para amanhã, dia 17, a manutenção dos pontos acordados antes da greve, entre eles, o reajuste da cesta-alimentação conforme acordo de 2003. “Esperamos que a Caixa volte atrás e mantenha o que havia sido acordado. Esta é a expectativa dos empregados. É uma falta de compromisso por parte da direção da empresa”, criticou Plínio Pavão, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE) e diretor da CNB/CUT.
Valores – No acordo coletivo de 2003, a Caixa se comprometia a passar o valor da cesta para R$ 162,75 em 2004 e igualar o valor ao da Fenaban em 2006. Atualmente do benefício no setor privado é de R$ 217,00 (já com o reajuste deste ano).
Esta proposta havia sido mantida nas negociações antes da greve deflagrada no dia 15/09. Após o julgamento do dissídio coletivo, a Caixa endureceu e tem mantido a postura de apenas aplicar o que determinou o julgamento.
Na primeira negociação, no dia 9, a Caixa havia recuado e aceitou iniciar as discussões a partir do que já havia sido negociado antes da greve. No entanto, a circular emitida na sexta quebra com a palavra dada na negociação.
Na negociação de amanhã, a CEE vai tentar fazer a Caixa romper com a intransigência e manter o valor negociado para a cesta.
Meire Bicudo – CNB/CUT