O aperto monetário promovido pelo Banco Central no segundo semestre de 2004 fez com que a taxa de juros no cheque especial subisse para 144% ao ano em dezembro, contra 142% no mês anterior. Essa taxa é a mais alta desde dezembro de 2003, segundo a pesquisa mensal divulgada hoje pelo BC.
Na última quarta-feira, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) elevou a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 0,5 ponto percentual, para 18,25%. Foi o quinto aumento consecutivo –a pesquisa do BC ainda não reflete esse novo aumento.
A alta torna mais caro o custo de captação de recursos pelo bancos, o que é repassado ao consumidor final.
A taxa cobrada para a aquisição de bens, excluindo financiamento de veículos, subiu também no mês passado, passando de 62,5% ao ano para 66,9% ao ano.
Para a aquisição de veículos, a taxa ficou estável em 35,6%. A única modalidade para pessoa física que registrou queda em dezembro foi a de crédito pessoal, que caiu três pontos percentuais, para 70,8% ao ano.
Segundo o BC, essa queda ocorreu devido ao crescimento do crédito consignado –desconto em folha–, que é mais barato para o consumidor –taxa de juros mais baixas.
Essa redução no crédito pessoal fez com que a taxa média de juros da pessoa física caísse para 43,9% ao ano em dezembro, contra 45,6% ao ano em novembro.
Os juros cobrados de pessoas jurídicas (empresas) registraram uma leve alta em dezembro, passando de 30,9% ao ano para 31% ao ano.
A taxa de média, incluindo pessoa física e jurídica, ficou em 45%, contra 45,7% ao ano no mês anterior.
Inadimplência
A taxa de inadimplência caiu 0,5 ponto, para 6,7%. A inadimplência para pessoas físicas caiu 1,2 ponto percentual e ficou em 11,7%, a menor desde fevereiro de 2001. Para as empresas, a taxa de inadimplência passou de 3,2% para 3,1%.
Spread
O spread bancário registrou queda de 0,5 ponto percentual em dezembro, caindo para 27,3 ponto percentuais.
Spread bancário é a diferença entre o custo da captação para as instituições financeiras e a taxa cobrada por elas nos empréstimos a clientes. Na prática, representa o ganho bruto dos bancos com uma operação de crédito.
O spread é mais elevado nas operações destinadas a pessoas físicas e está em 43,9 pontos, 0,5 ponto menor que em novembro. Para as pessoas jurídicas, é de 13,2 pontos, alta de 0,3 ponto percentual entre novembro e dezembro.
Fonte: Folha Online – ANA PAULA RIBEIRO