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Banco Santos desiste de pedido de moratória

O Banco Santos decidiu baixar o tom de sua proposta de negociação com os credores. Em anúncio que está sendo veiculado hoje pela Procid Invest, empresa que controla o banco, ela formaliza sua desistência do pedido de moratória por seis meses e diz estar disposta a contribuir para a capitalização do banco e evitar sua liquidação pelo Banco Central.

No comunicado oficial, a Procid diz que o controlador vai “envidar todos os esforços, inclusive de natureza patrimonial, para o sucesso da negociação”.

A mudança no tom coincide com a decisão dos principais credores em negociar em bloco com o controlador. Ontem, os fundos de pensão, representados pela Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência complementar) e o comitê de credores da KPMG comunicaram ao interventor do Banco Central no Santos, Vânio Aguiar, que vão negociar em conjunto a recuperação dos seus créditos.

O grupo representa entre 60% e 70% da dívida total do Banco Santos — algo em torno de R$ 1,2 bilhão. “Se o controlador não apresentar uma proposta razoável, nós faremos a nossa”, diz Eduardo Farhat, diretor de Corporate Recovery da KPMG.

Para formular uma proposta, entretanto, eles querem ter acesso aos números que o interventor está levantando sobre a real situação financeira da instituição. “Precisamos ter informações de toda a organização, não só do banco, para fazer uma proposta”, diz Farhat.

Prazo

No comunicado oficial a Procid pede, ainda, aos credores do banco, que manifestem formalmente seu interesse em negociar. E fixa um prazo para que eles comuniquem sua decisão ao controlador: até o dia 18 de fevereiro.

Segundo Ricardo Tepedino, advogado do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira está “aberto a discutir com os credores sua participação na capitalização do banco”. No entanto, não se sabe de onde viria o dinheiro para isso. “Ele ainda tem recursos que permitiriam um aporte, mas estão indisponíveis, pois destinam-se a proteger os credores. Não é dinheiro para entregar ao banco”, diz.

A nova proposta do Banco Santos, sob intervenção desde 13 de novembro, aos credores não contém nenhuma fórmula para reerguer a instituição e evitar sua liqüidação. “Sem dúvida, qualquer proposta deverá passar pela capitalização de parte dos créditos”, diz Tepedino. Por esse tipo de procedimento, os credores abririam mão de parte do que têm a receber, transformando a dívida em ações do banco. “Mas isso terá de ser discutido durante a negociação”, diz Tepedino.

No momento, o que tanto o controlador como a Valora, consultoria contratada para montar um plano de recuperação do Santos, pretendem é garantir o início das negociações. “Estamos reiterando nossa solicitação aos credores para que manifestem sua concordância em negociar e dar, assim, respaldo a uma decisão do Banco Central de prorrogar a intervenção”, diz Carlos Eduardo de Freitas, sócio da Valora.

O interventor do banco, Vânio Aguiar, tem até o dia 11 de fevereiro para encaminhar relatório ao BC, com os resultados da sua auditoria. Ele pode recomendar a prorrogação da intervenção, por mais seis meses, ou pedir a liquidação extrajudicial do Santos. O prazo da intervenção vence em maio próximo.

Segundo Freitas, a proximidade do prazo para entrega do relatório do interventor ao BC também influenciou a decisão do controlador de publicar, hoje, novo chamado à negociação.

Para Farhat, do comitê de credores da KPMG, “estamos voltando ao ponto de partida. A negociação deveria ter começado há quatro semanas, mas foi tumultuada pela proposta de moratória e de pedido de Raet”, diz ele.

Em 29 de dezembro, a Procid divulgou um comunicado aos credores propondo uma reestruturação negociada do banco. Ela pretendia que eles se comprometessem a não efetuar saques, por seis meses, e pedir ao BC para transformar a intervenção em Raet (Regime de Administração Temporária).

Com isso, o banco reabriria e o risco, segundo Farhat, era que os que não aderissem à moratória resgatassem seus créditos, prejudicando os demais.

Fonte: Folha de S. Paulo

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Banco Santos desiste de pedido de moratória

O Banco Santos decidiu baixar o tom de sua proposta de negociação com os credores. Em anúncio que está sendo veiculado hoje pela Procid Invest, empresa que controla o banco, ela formaliza sua desistência do pedido de moratória por seis meses e diz estar disposta a contribuir para a capitalização do banco e evitar sua liquidação pelo Banco Central.
No comunicado oficial, a Procid diz que o controlador vai “envidar todos os esforços, inclusive de natureza patrimonial, para o sucesso da negociação”.
A mudança no tom coincide com a decisão dos principais credores em negociar em bloco com o controlador. Ontem, os fundos de pensão, representados pela Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência complementar) e o comitê de credores da KPMG comunicaram ao interventor do Banco Central no Santos, Vânio Aguiar, que vão negociar em conjunto a recuperação dos seus créditos.
O grupo representa entre 60% e 70% da dívida total do Banco Santos — algo em torno de R$ 1,2 bilhão. “Se o controlador não apresentar uma proposta razoável, nós faremos a nossa”, diz Eduardo Farhat, diretor de Corporate Recovery da KPMG.
Para formular uma proposta, entretanto, eles querem ter acesso aos números que o interventor está levantando sobre a real situação financeira da instituição. “Precisamos ter informações de toda a organização, não só do banco, para fazer uma proposta”, diz Farhat.
Prazo
No comunicado oficial a Procid pede, ainda, aos credores do banco, que manifestem formalmente seu interesse em negociar. E fixa um prazo para que eles comuniquem sua decisão ao controlador: até o dia 18 de fevereiro.
Segundo Ricardo Tepedino, advogado do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira está “aberto a discutir com os credores sua participação na capitalização do banco”. No entanto, não se sabe de onde viria o dinheiro para isso. “Ele ainda tem recursos que permitiriam um aporte, mas estão indisponíveis, pois destinam-se a proteger os credores. Não é dinheiro para entregar ao banco”, diz.
A nova proposta do Banco Santos, sob intervenção desde 13 de novembro, aos credores não contém nenhuma fórmula para reerguer a instituição e evitar sua liqüidação. “Sem dúvida, qualquer proposta deverá passar pela capitalização de parte dos créditos”, diz Tepedino. Por esse tipo de procedimento, os credores abririam mão de parte do que têm a receber, transformando a dívida em ações do banco. “Mas isso terá de ser discutido durante a negociação”, diz Tepedino.
No momento, o que tanto o controlador como a Valora, consultoria contratada para montar um plano de recuperação do Santos, pretendem é garantir o início das negociações. “Estamos reiterando nossa solicitação aos credores para que manifestem sua concordância em negociar e dar, assim, respaldo a uma decisão do Banco Central de prorrogar a intervenção”, diz Carlos Eduardo de Freitas, sócio da Valora.
O interventor do banco, Vânio Aguiar, tem até o dia 11 de fevereiro para encaminhar relatório ao BC, com os resultados da sua auditoria. Ele pode recomendar a prorrogação da intervenção, por mais seis meses, ou pedir a liquidação extrajudicial do Santos. O prazo da intervenção vence em maio próximo.
Segundo Freitas, a proximidade do prazo para entrega do relatório do interventor ao BC também influenciou a decisão do controlador de publicar, hoje, novo chamado à negociação.
Para Farhat, do comitê de credores da KPMG, “estamos voltando ao ponto de partida. A negociação deveria ter começado há quatro semanas, mas foi tumultuada pela proposta de moratória e de pedido de Raet”, diz ele.
Em 29 de dezembro, a Procid divulgou um comunicado aos credores propondo uma reestruturação negociada do banco. Ela pretendia que eles se comprometessem a não efetuar saques, por seis meses, e pedir ao BC para transformar a intervenção em Raet (Regime de Administração Temporária).
Com isso, o banco reabriria e o risco, segundo Farhat, era que os que não aderissem à moratória resgatassem seus créditos, prejudicando os demais.
Fonte: Folha de S. Paulo

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