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Bancos lucram mais no Brasil que nos EUA

A temporada de balanços dos bancos referentes a 2004 trouxe uma constante, a de lucros e rentabilidades recordes. Esse resultado corrobora uma tendência observada em 2003: os bancos brasileiros já superam as instituições norte-americanas no quesito rentabilidade.

Em 2003, pela primeira vez na história, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido das instituições no país superou o resultado obtido pelos bancos nos Estados Unidos. E em 2004 os resultados do setor no país têm melhorado ainda mais.

Dados levantados pela consultoria Economática apontam uma inversão nos desempenhos dos bancos aqui e lá fora.

A taxa de rentabilidade mediana das instituições brasileiras foi de 17% em 2003, enquanto as americanas marcaram 14,6%. Em 2004, a partir dos dados disponíveis até o momento, a rentabilidade dos bancos nacionais subiu ainda mais, alcançando os 18,4%.

Os 17% de 2003 já eram recorde, próximos do melhor índice para o setor verificado nos Estados Unidos, que foi de 17,4% em 1999.
“O ROE dos bancos brasileiros superou o dos americanos em 2003 e tudo indica que esse cenário se repetirá em 2004. Os resultados dos bancos têm vindo ainda melhores”, avalia Fernando Exel, presidente da Economática.

O ROE (Return On Equity, sigla em inglês) é o indicador da rentabilidade de uma empresa. Os analistas financeiros dão muita atenção a esse indicador na hora de avaliarem a eficiência e o retorno potencial de uma instituição. O ROE é a relação entre o lucro e o patrimônio de uma empresa (financeira ou não).

Se forem levados em consideração apenas os dados dos maiores bancos -Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Unibanco e Banespa-, a mediana do ROE ficou em 22,58% em 2004. Ou seja, bem acima da média do setor.

Para Catarina Pedrosa, analista do Banif Investment Banking, “o espantoso seria se os bancos brasileiros não tivessem superado os americanos em rentabilidade”. “Temos os maiores juros reais [descontada a inflação] do mundo. Se o ROE do setor bancário local estivesse diminuindo, a situação seria preocupante”, afirma.

No caso do Bradesco, o maior banco privado do país, a rentabilidade sobre o patrimônio teve uma alta relevante, de 18,9% para 22% -entre 2003 e 2004.

O Itaú registrou rentabilidade de 27% no ano passado, vindo de 26,5% em 2003. Esse resultado é bem melhor do que o registrado por grandes instituições internacionais em 2003, como o holandês ABN Amro (24%) e o americano Bank of America (23%).

Roberto Luis Troster, economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), diz achar “temerárias” comparações do desempenho do setor bancário brasileiro com o americano.

“Deveríamos esperar por mais números, avaliar com calma os dados dos bancos americanos que ainda vão sair”, afirma o economista.

Desempenho em alta
Troster avalia que o cenário macroeconômico foi importante para o resultado do setor bancário no ano passado. “A economia cresceu, aumentou a demanda por empréstimos e houve queda na inadimplência. O conjunto desses fatores ajuda a explicar os resultados.”

O crescimento do lucro dos grandes bancos no ano passado chama a atenção.

O Itaú apresentou o maior lucro da história do setor bancário do país (de R$ 3,776 bilhões).

O Bradesco divulgou um espantoso crescimento de 32,7% em seu lucro de 2003 para 2004, chegando aos R$ 3,06 bilhões.

Um importante destaque nos resultados do setor foi o aumento na receita de serviços bancários. O resultado obtido nesse segmento subiu de R$ 20,54 bilhões em 2003 para R$ 23,35 bilhões em 2004 (considerando os cinco maiores bancos). A melhora nesses números também é reflexo do aumento da chamada “bancarização”, que é a utilização do sistema bancário pela população.

Mais empréstimos
O aquecimento econômico turbinou as operações de crédito, especialmente nos segmentos de pequenas e microempresas e pessoas físicas. “A soma de demanda maior por empréstimos com juros elevados e crescentes deu grande impulso aos resultados do setor”, diz Catarina Pedrosa, do Banif Investment Banking.

Dados da ABM Consulting mostram que as operações de crédito cresceram de R$ 45,91 bilhões para R$ 49,28 bilhões em 2004.

Houve também uma melhora na eficiência dos bancos, como ilustra a queda no custo com despesas de pessoal, que recuou de R$ 19,13 bilhões para R$ 18,76 bilhões.

“O Bradesco foi o que melhor apresentou um enxugamento de seus custos”, diz Pedrosa. A relação entre despesas administrativas e ativos médios do banco recuou de 3,1% em 2003 para 2,8% no ano passado.

Fonte: Folha de São Paulo – Fabrício Vieira

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Bancos lucram mais no Brasil que nos EUA

A temporada de balanços dos bancos referentes a 2004 trouxe uma constante, a de lucros e rentabilidades recordes. Esse resultado corrobora uma tendência observada em 2003: os bancos brasileiros já superam as instituições norte-americanas no quesito rentabilidade.
Em 2003, pela primeira vez na história, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido das instituições no país superou o resultado obtido pelos bancos nos Estados Unidos. E em 2004 os resultados do setor no país têm melhorado ainda mais.
Dados levantados pela consultoria Economática apontam uma inversão nos desempenhos dos bancos aqui e lá fora.
A taxa de rentabilidade mediana das instituições brasileiras foi de 17% em 2003, enquanto as americanas marcaram 14,6%. Em 2004, a partir dos dados disponíveis até o momento, a rentabilidade dos bancos nacionais subiu ainda mais, alcançando os 18,4%.
Os 17% de 2003 já eram recorde, próximos do melhor índice para o setor verificado nos Estados Unidos, que foi de 17,4% em 1999.
“O ROE dos bancos brasileiros superou o dos americanos em 2003 e tudo indica que esse cenário se repetirá em 2004. Os resultados dos bancos têm vindo ainda melhores”, avalia Fernando Exel, presidente da Economática.
O ROE (Return On Equity, sigla em inglês) é o indicador da rentabilidade de uma empresa. Os analistas financeiros dão muita atenção a esse indicador na hora de avaliarem a eficiência e o retorno potencial de uma instituição. O ROE é a relação entre o lucro e o patrimônio de uma empresa (financeira ou não).
Se forem levados em consideração apenas os dados dos maiores bancos -Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Unibanco e Banespa-, a mediana do ROE ficou em 22,58% em 2004. Ou seja, bem acima da média do setor.
Para Catarina Pedrosa, analista do Banif Investment Banking, “o espantoso seria se os bancos brasileiros não tivessem superado os americanos em rentabilidade”. “Temos os maiores juros reais [descontada a inflação] do mundo. Se o ROE do setor bancário local estivesse diminuindo, a situação seria preocupante”, afirma.
No caso do Bradesco, o maior banco privado do país, a rentabilidade sobre o patrimônio teve uma alta relevante, de 18,9% para 22% -entre 2003 e 2004.
O Itaú registrou rentabilidade de 27% no ano passado, vindo de 26,5% em 2003. Esse resultado é bem melhor do que o registrado por grandes instituições internacionais em 2003, como o holandês ABN Amro (24%) e o americano Bank of America (23%).
Roberto Luis Troster, economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), diz achar “temerárias” comparações do desempenho do setor bancário brasileiro com o americano.
“Deveríamos esperar por mais números, avaliar com calma os dados dos bancos americanos que ainda vão sair”, afirma o economista.
Desempenho em alta
Troster avalia que o cenário macroeconômico foi importante para o resultado do setor bancário no ano passado. “A economia cresceu, aumentou a demanda por empréstimos e houve queda na inadimplência. O conjunto desses fatores ajuda a explicar os resultados.”
O crescimento do lucro dos grandes bancos no ano passado chama a atenção.
O Itaú apresentou o maior lucro da história do setor bancário do país (de R$ 3,776 bilhões).
O Bradesco divulgou um espantoso crescimento de 32,7% em seu lucro de 2003 para 2004, chegando aos R$ 3,06 bilhões.
Um importante destaque nos resultados do setor foi o aumento na receita de serviços bancários. O resultado obtido nesse segmento subiu de R$ 20,54 bilhões em 2003 para R$ 23,35 bilhões em 2004 (considerando os cinco maiores bancos). A melhora nesses números também é reflexo do aumento da chamada “bancarização”, que é a utilização do sistema bancário pela população.
Mais empréstimos
O aquecimento econômico turbinou as operações de crédito, especialmente nos segmentos de pequenas e microempresas e pessoas físicas. “A soma de demanda maior por empréstimos com juros elevados e crescentes deu grande impulso aos resultados do setor”, diz Catarina Pedrosa, do Banif Investment Banking.
Dados da ABM Consulting mostram que as operações de crédito cresceram de R$ 45,91 bilhões para R$ 49,28 bilhões em 2004.
Houve também uma melhora na eficiência dos bancos, como ilustra a queda no custo com despesas de pessoal, que recuou de R$ 19,13 bilhões para R$ 18,76 bilhões.
“O Bradesco foi o que melhor apresentou um enxugamento de seus custos”, diz Pedrosa. A relação entre despesas administrativas e ativos médios do banco recuou de 3,1% em 2003 para 2,8% no ano passado.
Fonte: Folha de São Paulo – Fabrício Vieira

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