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Banco Central projeta inflação de 5,5% para 2005

O Banco Central projeta aumento de 5,5% nos preços em 2005, medidos pelo IPCA, segundo relatório trimestral de inflação divulgado ontem. O índice permanece acima do objetivo fixado para o ano, de 5,1%, e houve ligeira alta em relação aos 5,3% estimados no relatório anterior, de dezembro.

Apesar disso, não há nada que indique deterioração nas perspectivas inflacionárias. Pelo contrário: no geral, o quadro ficou mais favorável, e os riscos se concentram em eventuais surpresas no cenário externo.

Todos os meses, às vésperas das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC refaz suas projeções para a inflação, mas apenas trimestralmente são divulgados os dados de suas projeções centrais (outros exercícios, menos prováveis, são mantidos em segredo).

As mais recentes projeções do BC, que apontam IPCA de 5,5% em 2005, assumem como hipótese de trabalho que os juros permaneçam em 19,25% ao ano por tempo indeterminado, e que o câmbio fique nos R$ 2,70 observados antes do mais recente encontro, em 15 e 16 de março.

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Afonso Bevilaqua, explicou que a alta na inflação projetada pelo BC desde dezembro, de 0,2 ponto percentual, deve-se exclusivamente a um índice mais elevado que o esperado no primeiro trimestre – projeta-se agora 1,78%, ante 1,55% em dezembro. Ou seja: não houve mudança nos valores previstos para o resto de 2005, o que é um dado positivo, já que o que vale para a política de juros é a inflação vista no futuro.

Quando o índice projetado para 2006 entra na análise, os dados são promissores: o BC antevê uma inflação de 3,8% no próximo ano, abaixo do percentual projetado em dezembro (4%) e da meta fixada pelo governo (4,5%). Naturalmente, há maior incerteza nas projeções num prazo mais longo, como 2006, mas Bevilaqua chama a atenção para um aspecto: a política monetária implementada neste exato momento terá efeitos importantes no segundo trimestre de 2006, quando a inflação cairá para 4,6%, praticamente dentro da meta fixada para 2006.

As projeções acima dizem muito sobre quando o ciclo de alta de juros pode acabar – e a resposta é que pode ter chegado ao final, se não houver surpresas no cenário externo (embora Bevilaqua tenha dito que nem ele nem ninguém pode fazer esse tipo de prognóstico, a menos que outros oito membros do Copom sejam convidados para discutir o assunto). Mas não lançam luz sobre quando, afinal, a taxa de juros pode baixar, deixando de ter efeito desinflacionário e se tornando mais neutra. Uma segunda projeção apresentada pelo BC, porém, dá algumas pistas.

Nesse exercício, toma-se como base a trajetória de juros e de câmbio projetada pelo mercado. Os analistas prevêem que os juros serão desafrouxados no segundo semestre, atingindo média de 17,42% ao ano no último trimestre de 2005, e de 15,13% ao ano, no final de 2006; o câmbio nesses períodos subiria para R$ 2,78 e R$ 2,97, respectivamente. Tudo isso considerado, na projeção alternativa do BC a inflação ficaria acima da meta em 2005 (6,1%) e em 2006 (4,8%). A conclusão é que os juros podem até baixar, mas não exatamente da forma prevista pelo mercado.

As projeções acima se apóiam em uma série de pressupostos para a evolução interna e externa da economia – e sempre há risco de os prognósticos se frustrarem. “Riscos fazem parte do negócio”, disse Bevilaqua. A boa notícia é que eles são menores. Na visão do BC, desde dezembro houve acomodação no crescimento, “elevando-se a probabilidade de que a expansão da demanda não venha a pressionar fortemente a inflação”. Os preços industriais no atacado se desaceleraram, reduzindo o risco de repasse aos índices do varejo.

Houve piora, entretanto, nos riscos externos, embora o BC ainda considere o cenário favorável. A curva de juros americanos subiu, afetando o risco Brasil e a taxa de câmbio. “Apesar da volatilidade verificada nas últimas semanas, o Copom continua atribuindo baixa probabilidade a um cenário de deterioração significativa nos mercados financeiros internacionais”, diz o relatório.

Outro fator apontado pelo BC é o recrudescimento das pressões sobre a cotação do petróleo, que, independentemente de serem repassadas internamente, têm efeitos sobre preços de insumos e sobre as expectativas de inflação.

Fonte: Valor Econômico – Alex Ribeiro

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Banco Central projeta inflação de 5,5% para 2005

O Banco Central projeta aumento de 5,5% nos preços em 2005, medidos pelo IPCA, segundo relatório trimestral de inflação divulgado ontem. O índice permanece acima do objetivo fixado para o ano, de 5,1%, e houve ligeira alta em relação aos 5,3% estimados no relatório anterior, de dezembro.
Apesar disso, não há nada que indique deterioração nas perspectivas inflacionárias. Pelo contrário: no geral, o quadro ficou mais favorável, e os riscos se concentram em eventuais surpresas no cenário externo.
Todos os meses, às vésperas das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC refaz suas projeções para a inflação, mas apenas trimestralmente são divulgados os dados de suas projeções centrais (outros exercícios, menos prováveis, são mantidos em segredo).
As mais recentes projeções do BC, que apontam IPCA de 5,5% em 2005, assumem como hipótese de trabalho que os juros permaneçam em 19,25% ao ano por tempo indeterminado, e que o câmbio fique nos R$ 2,70 observados antes do mais recente encontro, em 15 e 16 de março.
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Afonso Bevilaqua, explicou que a alta na inflação projetada pelo BC desde dezembro, de 0,2 ponto percentual, deve-se exclusivamente a um índice mais elevado que o esperado no primeiro trimestre – projeta-se agora 1,78%, ante 1,55% em dezembro. Ou seja: não houve mudança nos valores previstos para o resto de 2005, o que é um dado positivo, já que o que vale para a política de juros é a inflação vista no futuro.
Quando o índice projetado para 2006 entra na análise, os dados são promissores: o BC antevê uma inflação de 3,8% no próximo ano, abaixo do percentual projetado em dezembro (4%) e da meta fixada pelo governo (4,5%). Naturalmente, há maior incerteza nas projeções num prazo mais longo, como 2006, mas Bevilaqua chama a atenção para um aspecto: a política monetária implementada neste exato momento terá efeitos importantes no segundo trimestre de 2006, quando a inflação cairá para 4,6%, praticamente dentro da meta fixada para 2006.
As projeções acima dizem muito sobre quando o ciclo de alta de juros pode acabar – e a resposta é que pode ter chegado ao final, se não houver surpresas no cenário externo (embora Bevilaqua tenha dito que nem ele nem ninguém pode fazer esse tipo de prognóstico, a menos que outros oito membros do Copom sejam convidados para discutir o assunto). Mas não lançam luz sobre quando, afinal, a taxa de juros pode baixar, deixando de ter efeito desinflacionário e se tornando mais neutra. Uma segunda projeção apresentada pelo BC, porém, dá algumas pistas.
Nesse exercício, toma-se como base a trajetória de juros e de câmbio projetada pelo mercado. Os analistas prevêem que os juros serão desafrouxados no segundo semestre, atingindo média de 17,42% ao ano no último trimestre de 2005, e de 15,13% ao ano, no final de 2006; o câmbio nesses períodos subiria para R$ 2,78 e R$ 2,97, respectivamente. Tudo isso considerado, na projeção alternativa do BC a inflação ficaria acima da meta em 2005 (6,1%) e em 2006 (4,8%). A conclusão é que os juros podem até baixar, mas não exatamente da forma prevista pelo mercado.
As projeções acima se apóiam em uma série de pressupostos para a evolução interna e externa da economia – e sempre há risco de os prognósticos se frustrarem. “Riscos fazem parte do negócio”, disse Bevilaqua. A boa notícia é que eles são menores. Na visão do BC, desde dezembro houve acomodação no crescimento, “elevando-se a probabilidade de que a expansão da demanda não venha a pressionar fortemente a inflação”. Os preços industriais no atacado se desaceleraram, reduzindo o risco de repasse aos índices do varejo.
Houve piora, entretanto, nos riscos externos, embora o BC ainda considere o cenário favorável. A curva de juros americanos subiu, afetando o risco Brasil e a taxa de câmbio. “Apesar da volatilidade verificada nas últimas semanas, o Copom continua atribuindo baixa probabilidade a um cenário de deterioração significativa nos mercados financeiros internacionais”, diz o relatório.
Outro fator apontado pelo BC é o recrudescimento das pressões sobre a cotação do petróleo, que, independentemente de serem repassadas internamente, têm efeitos sobre preços de insumos e sobre as expectativas de inflação.
Fonte: Valor Econômico – Alex Ribeiro

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