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Bancos no Brasil estão mais sólidos, diz BIS

O sistema bancário do Brasil destaca-se entre os que mais melhoraram a qualidade de seus balanços nos últimos anos entre os emergentes. Os bancos no país reforçaram o capital próprio, que chegaram a 18,3% em média em 2004, bem acima do mínimo exigido de 11%. Os dados são do Banco de Compensações Internacionais (BIS) em seu relatório anual. Em comparação, os bancos na Coréia e na Tailândia têm em media 12% de capital próprio. O Brasil só fica atrás da Turquia, com 20% na média. Os dois países são conhecidos como campeões mundiais das taxas reais de juros.
Segundo o BIS, justamente a progressão da rentabilidade, associada à contração forte dos empréstimos improdutivos, teve um papel importante no resultado. Embora na maioria dos países emergentes em 2004 os bancos tenham obtido lucros recordes e a melhora de seus balanços, repercutido positivamente sobre o sentimento dos mercados, o BIS acha que a solidez do sistema bancário ainda é incerta.
Um índice amplamente utilizado, que mostra a capacidade de resistência subjacente dos sistemas bancários, avaliando a probabilidade que um estabelecimento necessite aporte financeiro externo, justificaria menos otimismo. De maneira geral, esse índice não variou ou melhorou pouco nos últimos anos, o que deixa pensar que os bons resultados contábeis dos bancos nos países emergentes são em parte devido a fatores conjunturais.
Na China, desde 2003, o Estado usou US$ 60 bilhões das reservas para recapitalizar os grandes bancos. Se a proporção de empréstimos improdutivos diminuiu nos últimos anos, foi talvez em razão da expansão rápida do crédito e o problema pode voltar.
O BIS chama a atenção para fontes de inquietação. Primeiro, com a retomada econômica, aumentou o crédito às famílias. Uma expansão rentável pode se tornar problemática, como mostra a clara progressão de ´´default´´ na Coréia. Outro problema é a exposição do setor bancário sobre títulos do Estado, que tende a crescer em todo lugar, principalmente na América Latina.
Enfim, a intensificação da concorrência incentiva os bancos a procurar negócios mais arriscados. Uma concorrência exacerbada não se traduz necessariamente por baixa das margens líquidas de juros. As margens diminuíram no México, mas aumentaram no Brasil.
Para a instituição da Basiléia, uma concentração bancária mais forte reduz a probabilidade de crises no setor, assim como diminuição do papel do setor público e a entrada de bancos estrangeiros. Nos países industrializados, o setor financeiro também vai bem. Bancos e seguradoras tiveram forte desempenho em 2004 graças a custos menores, melhoras no crédito, e bom rendimento no setor de varejo. Os fundos especulativos (“hedge funds”) tiveram menos lucros.
Mas o BIS nota que a solidez do setor bancário é amplamente dependente dos resultados no setor imobiliário. Para o BIS, não é exagero dizer que o aquecimento do mercado imobiliário tomou uma dimensão planetária: a maioria dos países industrializados apresenta essas sintomas, assim como economistas emergentes, incluindo China e Coréia.
O mercado de imóveis tornou-se uma das principais fontes de lucros para os bancos: nos últimos cinco anos, esses empréstimos tiveram um forte crescimento, sobretudo no Reino Unido (160%), na Austrália (100%), nos Estados Unidos (75%), na zona do euro (50%) e no Japão (30%).
Em alguns países, o preço de imóvel residencial pode sofrer queda cuja amplitude não dá para medir. O BIS lembra que a fase de contração de ciclos de crédito, de preços dos ativos e de investimento quase sempre resultou em freio na retomada econômica, para concluir que o sistema financeiro mundial em todo caso parece ser ´´mais e mais inclinado a turbulências de toda ordem´´. Felizmente, diz o BIS, a solidez global do sistema financeiro melhorou, inclusive na América Latina, onde a presença dos bancos estrangeiros aumentou. Mas não é o caso na Ásia.
Fonte: Valor Econômico – Assis Moreira

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Bancos no Brasil estão mais sólidos, diz BIS

O sistema bancário do Brasil destaca-se entre os que mais melhoraram a qualidade de seus balanços nos últimos anos entre os emergentes. Os bancos no país reforçaram o capital próprio, que chegaram a 18,3% em média em 2004, bem acima do mínimo exigido de 11%. Os dados são do Banco de Compensações Internacionais (BIS) em seu relatório anual. Em comparação, os bancos na Coréia e na Tailândia têm em media 12% de capital próprio. O Brasil só fica atrás da Turquia, com 20% na média. Os dois países são conhecidos como campeões mundiais das taxas reais de juros.

Segundo o BIS, justamente a progressão da rentabilidade, associada à contração forte dos empréstimos improdutivos, teve um papel importante no resultado. Embora na maioria dos países emergentes em 2004 os bancos tenham obtido lucros recordes e a melhora de seus balanços, repercutido positivamente sobre o sentimento dos mercados, o BIS acha que a solidez do sistema bancário ainda é incerta.

Um índice amplamente utilizado, que mostra a capacidade de resistência subjacente dos sistemas bancários, avaliando a probabilidade que um estabelecimento necessite aporte financeiro externo, justificaria menos otimismo. De maneira geral, esse índice não variou ou melhorou pouco nos últimos anos, o que deixa pensar que os bons resultados contábeis dos bancos nos países emergentes são em parte devido a fatores conjunturais.

Na China, desde 2003, o Estado usou US$ 60 bilhões das reservas para recapitalizar os grandes bancos. Se a proporção de empréstimos improdutivos diminuiu nos últimos anos, foi talvez em razão da expansão rápida do crédito e o problema pode voltar.

O BIS chama a atenção para fontes de inquietação. Primeiro, com a retomada econômica, aumentou o crédito às famílias. Uma expansão rentável pode se tornar problemática, como mostra a clara progressão de ´´default´´ na Coréia. Outro problema é a exposição do setor bancário sobre títulos do Estado, que tende a crescer em todo lugar, principalmente na América Latina.

Enfim, a intensificação da concorrência incentiva os bancos a procurar negócios mais arriscados. Uma concorrência exacerbada não se traduz necessariamente por baixa das margens líquidas de juros. As margens diminuíram no México, mas aumentaram no Brasil.

Para a instituição da Basiléia, uma concentração bancária mais forte reduz a probabilidade de crises no setor, assim como diminuição do papel do setor público e a entrada de bancos estrangeiros. Nos países industrializados, o setor financeiro também vai bem. Bancos e seguradoras tiveram forte desempenho em 2004 graças a custos menores, melhoras no crédito, e bom rendimento no setor de varejo. Os fundos especulativos (“hedge funds”) tiveram menos lucros.

Mas o BIS nota que a solidez do setor bancário é amplamente dependente dos resultados no setor imobiliário. Para o BIS, não é exagero dizer que o aquecimento do mercado imobiliário tomou uma dimensão planetária: a maioria dos países industrializados apresenta essas sintomas, assim como economistas emergentes, incluindo China e Coréia.

O mercado de imóveis tornou-se uma das principais fontes de lucros para os bancos: nos últimos cinco anos, esses empréstimos tiveram um forte crescimento, sobretudo no Reino Unido (160%), na Austrália (100%), nos Estados Unidos (75%), na zona do euro (50%) e no Japão (30%).

Em alguns países, o preço de imóvel residencial pode sofrer queda cuja amplitude não dá para medir. O BIS lembra que a fase de contração de ciclos de crédito, de preços dos ativos e de investimento quase sempre resultou em freio na retomada econômica, para concluir que o sistema financeiro mundial em todo caso parece ser ´´mais e mais inclinado a turbulências de toda ordem´´. Felizmente, diz o BIS, a solidez global do sistema financeiro melhorou, inclusive na América Latina, onde a presença dos bancos estrangeiros aumentou. Mas não é o caso na Ásia.

Fonte: Valor Econômico – Assis Moreira

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