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Renda e crédito dão novo impulso ao segundo tri

O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre reforça as apostas de que o crescimento deste ano ficará entre 3,5% e 4%, puxado pela demanda interna. Segundo analistas, o investimento continuará a avançar a taxas significativas e o consumo das famílias deve se acelerar, impulsionado pelo aumento da massa salarial, juros declinantes e a ampla oferta de empréstimos e financiamentos.

Os gastos públicos vão seguir fortes, pelo menos até junho – depois, restrições impostas pela legislação eleitoral podem frear um pouco as despesas. Já as turbulências no mercado financeiro, se não devem atrapalhar a concretização desse cenário, levaram alguns analistas a adiar eventuais revisões para cima de suas estimativas.

O economista Bráulio Borges, da LCA Consultores, estima que, se a atividade econômica não crescer mais nada em relação ao nível registrado em março, o PIB vai encerrar o ano com uma expansão de 2%. Esse número mostra que o desempenho da economia no primeiro trimestre reverteu em grande parte a baixa “herança estatística” (o carry over, no jargão econômico) que o crescimento de 2005 deixou para 2006, de 0,5 ponto percentual (isso significa que o PIB cresceria 0,5% se terminasse o ano no patamar de dezembro).

Borges diz que o número divulgado pelo IBGE o deixa confortável com sua previsão de expansão de 3,8% em 2006. O investimento será o destaque do ano, podendo avançar até mais do que os 7,3% estimados por ele até o momento, puxado pela construção civil. Borges avalia que o consumo das famílias, que teve desempenho um pouco decepcionante entre janeiro e março, vai mostrar reação a partir do segundo trimestre. Ele lembra o impacto do salário mínimo mais alto, que foi pago em maio, e dos reajustes dos vencimentos dos funcionários públicos. “Além disso, os juros devem continuar a cair, reduzindo o custo do crédito e melhorando as expectativas.”

O economista Fabio Giambiagi, coordenador do Grupo de Acompanhamento Conjuntural (GAC) do Ipea, diz que certamente a previsão de 3,4% feita em março será revista para cima. “Mas acho muito difícil chegar a 4%. Significa continuar crescendo forte até o final do ano e aí surgem alguns probleminhas.” Os “probleminhas” vão desde detalhes aparentemente prosaicos, como o fato de o segundo trimestre deste ano ter dois dias úteis menos que o primeiro, enquanto no ano passado ele teve dois dias úteis mais, passando por uma expectativa de produção industrial fraca em abril e chegando aos efeitos nocivos do câmbio sobrevalorizado (este último, sujeito a mudança rápida). “Talvez não venhamos a repetir no segundo trimestre um comportamento tão dinâmico como no primeiro.”

A economista Giovanna Rocca, do Unibanco, considera possível uma leve desaceleração no ritmo de crescimento do PIB no segundo trimestre, para a casa de 1,1%, mas avalia que ainda é muito cedo para fazer essa estimativa com precisão. Ela lembra que ainda não foi divulgada nem a produção industrial de abril, para a qual ela espera uma expansão de 0,5% a 1% em relação a março, na série livre de influências sazonais. Borges é mais otimista, e acredita em expansão de 1,4% do PIB no segundo trimestre.

Para Giovanna, o consumo deve crescer com mais força daqui para a frente, estimulado pelos juros mais baixos e continuidade da recuperação no mercado de trabalho. Ela só não revisa sua projeção de crescimento para o PIB de 3,5% para 3,7% devido à volatilidade no mercado. Segundo Giovanna, é melhor esperar para ver em que nível o dólar vai se acomodar, e se isso provocará alguma pressão inflacionária que mude a trajetória esperada para os juros. Borges descarta esse risco, apostando que o dólar deve cair nas próximas semanas, uma vez que o fluxo comercial ainda é muito robusto.

O economista Sérgio Vale, da MB Associados, também não alterou sua aposta numa expansão de 3,5%, mas não devido à turbulência no mercado. Para ele, a questão é que, enquanto o investimento empurra o PIB para cima, o setor externo joga contra, uma vez que as importações crescem bem mais que as exportações, como ocorreu no primeiro trimestre.. Vale acredita que o setor externo, devido ao câmbio valorizado, vai tirar 0,5 ponto percentual do crescimento neste ano. Essa contribuição negativa não ocorre desde 2000.

O economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, espera um crescimento de 4,2% para este ano, calcado no consumo doméstico e no investimento. Ele diz que o quadro é favorável tanto porque as empresas estão se endividando para investir como por haver capacidade ociosa na indústria que permite crescer a demanda sem risco de problema de oferta. Para Freitas, a “âncora” para sua estimativa é a continuidade da queda da taxa de juros. “O que vai dizer tudo é o dólar. Se ele chegar a R$ 2,70, vai sinalizar uma inflação para 2007 acima da meta e então o BC vai frear a queda da Selic. Mas, com o dólar até R$ 2,20, ela pode chegar a 14% no fim do ano.”

Fonte: Fenae Net

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Renda e crédito dão novo impulso ao segundo tri

O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre reforça as apostas de que o crescimento deste ano ficará entre 3,5% e 4%, puxado pela demanda interna. Segundo analistas, o investimento continuará a avançar a taxas significativas e o consumo das famílias deve se acelerar, impulsionado pelo aumento da massa salarial, juros declinantes e a ampla oferta de empréstimos e financiamentos.
Os gastos públicos vão seguir fortes, pelo menos até junho – depois, restrições impostas pela legislação eleitoral podem frear um pouco as despesas. Já as turbulências no mercado financeiro, se não devem atrapalhar a concretização desse cenário, levaram alguns analistas a adiar eventuais revisões para cima de suas estimativas.
O economista Bráulio Borges, da LCA Consultores, estima que, se a atividade econômica não crescer mais nada em relação ao nível registrado em março, o PIB vai encerrar o ano com uma expansão de 2%. Esse número mostra que o desempenho da economia no primeiro trimestre reverteu em grande parte a baixa “herança estatística” (o carry over, no jargão econômico) que o crescimento de 2005 deixou para 2006, de 0,5 ponto percentual (isso significa que o PIB cresceria 0,5% se terminasse o ano no patamar de dezembro).
Borges diz que o número divulgado pelo IBGE o deixa confortável com sua previsão de expansão de 3,8% em 2006. O investimento será o destaque do ano, podendo avançar até mais do que os 7,3% estimados por ele até o momento, puxado pela construção civil. Borges avalia que o consumo das famílias, que teve desempenho um pouco decepcionante entre janeiro e março, vai mostrar reação a partir do segundo trimestre. Ele lembra o impacto do salário mínimo mais alto, que foi pago em maio, e dos reajustes dos vencimentos dos funcionários públicos. “Além disso, os juros devem continuar a cair, reduzindo o custo do crédito e melhorando as expectativas.”
O economista Fabio Giambiagi, coordenador do Grupo de Acompanhamento Conjuntural (GAC) do Ipea, diz que certamente a previsão de 3,4% feita em março será revista para cima. “Mas acho muito difícil chegar a 4%. Significa continuar crescendo forte até o final do ano e aí surgem alguns probleminhas.” Os “probleminhas” vão desde detalhes aparentemente prosaicos, como o fato de o segundo trimestre deste ano ter dois dias úteis menos que o primeiro, enquanto no ano passado ele teve dois dias úteis mais, passando por uma expectativa de produção industrial fraca em abril e chegando aos efeitos nocivos do câmbio sobrevalorizado (este último, sujeito a mudança rápida). “Talvez não venhamos a repetir no segundo trimestre um comportamento tão dinâmico como no primeiro.”
A economista Giovanna Rocca, do Unibanco, considera possível uma leve desaceleração no ritmo de crescimento do PIB no segundo trimestre, para a casa de 1,1%, mas avalia que ainda é muito cedo para fazer essa estimativa com precisão. Ela lembra que ainda não foi divulgada nem a produção industrial de abril, para a qual ela espera uma expansão de 0,5% a 1% em relação a março, na série livre de influências sazonais. Borges é mais otimista, e acredita em expansão de 1,4% do PIB no segundo trimestre.
Para Giovanna, o consumo deve crescer com mais força daqui para a frente, estimulado pelos juros mais baixos e continuidade da recuperação no mercado de trabalho. Ela só não revisa sua projeção de crescimento para o PIB de 3,5% para 3,7% devido à volatilidade no mercado. Segundo Giovanna, é melhor esperar para ver em que nível o dólar vai se acomodar, e se isso provocará alguma pressão inflacionária que mude a trajetória esperada para os juros. Borges descarta esse risco, apostando que o dólar deve cair nas próximas semanas, uma vez que o fluxo comercial ainda é muito robusto.
O economista Sérgio Vale, da MB Associados, também não alterou sua aposta numa expansão de 3,5%, mas não devido à turbulência no mercado. Para ele, a questão é que, enquanto o investimento empurra o PIB para cima, o setor externo joga contra, uma vez que as importações crescem bem mais que as exportações, como ocorreu no primeiro trimestre.. Vale acredita que o setor externo, devido ao câmbio valorizado, vai tirar 0,5 ponto percentual do crescimento neste ano. Essa contribuição negativa não ocorre desde 2000.
O economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, espera um crescimento de 4,2% para este ano, calcado no consumo doméstico e no investimento. Ele diz que o quadro é favorável tanto porque as empresas estão se endividando para investir como por haver capacidade ociosa na indústria que permite crescer a demanda sem risco de problema de oferta. Para Freitas, a “âncora” para sua estimativa é a continuidade da queda da taxa de juros. “O que vai dizer tudo é o dólar. Se ele chegar a R$ 2,70, vai sinalizar uma inflação para 2007 acima da meta e então o BC vai frear a queda da Selic. Mas, com o dólar até R$ 2,20, ela pode chegar a 14% no fim do ano.”
Fonte: Fenae Net

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