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No trabalho da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), o destacado papel da militância

Segundo mandato de Lula deve aprofundar as mudanças

Membro da executiva nacional da CUT e da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), o líder petroleiro Antonio Carlos Spis analisa, em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho, o “papel destacado da militância” na vitória do presidente Lula por mais de 20 milhões de votos no segundo turno. Para Spis, “mais do que necessário, é fundamental que o movimento sindical, social e estudantil se mantenha unido e mobilizado para garantirmos os avanços políticos necessários, principalmente na política econômica com a redução dos juros e do superávit primário, sepultando de vez o viés financista e ampliando os aportes para as políticas sociais”.

Neste segundo turno o presidente Lula somou mais de 58 milhões de votos, mais de 20 milhões sobre o candidato do PSDB-PFL. Qual o papel dos movimentos sociais neste resultado?

Foi uma vitória expressiva, na qual a militância teve um papel destacado. Somente na reta final, foram mais de um milhão de panfletos distribuídos pelas lideranças do movimento sindical, social e estudantil junto às suas bases, gerando mais do que expectativa, uma grande confiança nas potencialidades deste segundo mandato.

O segundo mandato começa diferente.

É claro. No primeiro, houve um momento de euforia e muitos companheiros ficaram como observadores da conjuntura. Posso dizer isso pelo menos do movimento sindical, onde muitas lideranças aguardaram que tudo se resolvesse pela ação da natureza. Agora, não. Queremos e vamos acompanhar mais de perto o desenvolvimento do segundo mandato, não apenas com a inserção de companheiros e companheiras em postos chave, como mobilizando para que as mudanças possam se consolidar no campo da esquerda.

Um mandato mais demarcado?

Evidentemente. Deve haver um aprofundamento das transformações. Em defesa da soberania nacional, entendemos que o governo federal deve se apresentar de maneira firme pela anulação do leilão da Companhia Vale do Rio Doce, processo este eivado de ilegalidades como a própria subavaliação da estatal. Também é preciso suspender imediatamente os leilões de petróleo, pois áreas estratégicas, ricas em petróleo e gás, estão sendo colocadas à venda no país, na contramão do que vem ocorrendo no mundo, quando se faz guerras pelo seu controle. Entendemos que a questão da integração latino-americana e caribenha é igualmente uma questão de soberania, pois precisamos ir além das transações comerciais para uma integração mais política, solidária, complementar, que se contraponha à Alca e as tentativas dos EUA de fechar acordos de livre comércio em separado com este ou aquele país. Unidos temos força e o Brasil faz a diferença.

Qual a principal conclusão destas eleições?

A derrota da privataria. Os neoliberais foram desmascarados quando ousaram colocar em pauta uma possível privatização da Petrobrás. Esta característica do governo neoliberal de desmonte do Estado, de transferência e entrega do público para o privado, foi extremamente criticada pela sociedade brasileira. Afinal, a população sentiu na pele o que foram as privatizações. Além de ver vendido o seu patrimônio, o povo não recebeu nenhuma benesse com o processo, pelo contrário, o que houve foi aumento de tarifas e alastramento de pedágios. No caso da Vale, repassada de graça, a empresa está tendo lucros recordes pois nos últimos três anos o minério de ferro, por exemplo, aumentou mais de 100%. A Vale poderia ser hoje uma empresa pública, rendendo lucros para o conjunto da sociedade.

Alckmin até ensaiou um teatro, colocou o famoso jaleco com os símbolos da Caixa, do Banco do Brasil e da Petrobrás…

Pois é, o povo entendeu o recado e disse que não dá pra confiar em tucano, pois é da natureza do PSDB privatizar, privatizar e privatizar. É como a fábula do escorpião que subiu nas costas da rã para atravessar o rio. Ele dizia que iria pegar carona sem picar, pois isso representaria o seu próprio afogamento, mas no meio do rio picou, pois é da sua natureza. Esta lógica entreguista fez com que o presidente Lula reagisse, se contrapondo de forma mais clara, defendendo as empresas públicas dos ataques dos privatistas.

Qual a principal reivindicação dos movimentos sociais para este segundo mandato?

O momento é de exigirmos uma reivindicação básica: a mudança na política econômica, com redução dos juros e do superávit primário, sepultando de vez o viés financista e consolidando os aportes para as políticas sociais.

No próximo dia 11 haverá uma plenária da Coordenação dos Movimentos Sociais em São Paulo. Qual é a pauta?

Há necessidade de aprimorarmos nossa interlocução com o conjunto da sociedade. Há legiões de brasileiros e brasileiras confinados nas periferias, sem direito à cidadania, acossados pelo narcotráfico. É uma juventude presa, abandonada em bairros distantes, onde o fantasma da prostituição assombra as meninas e os meninos muitas vezes são condenados a ser aviões da droga. É preciso que o conjunto das entidades que compõem a Coordenação dos Movimentos Sociais, como a CUT, UNE, UBES, MST, fortaleçam suas estruturas e ajudem a CMS a se enraizar nos Estados, se ramifiquem nas regiões, para garantirmos a execução de políticas públicas a nível federal, estadual e municipal. A democratização dos meios de comunicação cumpre um papel fundamental nesta luta pois o fortalecimento das rádios e tvs públicas e comunitárias possibilitará que a nossa voz chegue até eles, mas também que a voz deles chegue até nós. Esta é uma bandeira de longa data que lutaremos para que seja implementada, única forma de nos contrapormos aos donos da mídia, que tanto mal têm feito à democracia brasileira.

Por Leonardo Wexell Severo.

Publicada em: 31/10/2006 às 14:26 Seção: Todas as Notícias do sítio www.cut.org.br.

Por 22:19 Notícias

No trabalho da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), o destacado papel da militância

Segundo mandato de Lula deve aprofundar as mudanças
Membro da executiva nacional da CUT e da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), o líder petroleiro Antonio Carlos Spis analisa, em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho, o “papel destacado da militância” na vitória do presidente Lula por mais de 20 milhões de votos no segundo turno. Para Spis, “mais do que necessário, é fundamental que o movimento sindical, social e estudantil se mantenha unido e mobilizado para garantirmos os avanços políticos necessários, principalmente na política econômica com a redução dos juros e do superávit primário, sepultando de vez o viés financista e ampliando os aportes para as políticas sociais”.
Neste segundo turno o presidente Lula somou mais de 58 milhões de votos, mais de 20 milhões sobre o candidato do PSDB-PFL. Qual o papel dos movimentos sociais neste resultado?
Foi uma vitória expressiva, na qual a militância teve um papel destacado. Somente na reta final, foram mais de um milhão de panfletos distribuídos pelas lideranças do movimento sindical, social e estudantil junto às suas bases, gerando mais do que expectativa, uma grande confiança nas potencialidades deste segundo mandato.
O segundo mandato começa diferente.
É claro. No primeiro, houve um momento de euforia e muitos companheiros ficaram como observadores da conjuntura. Posso dizer isso pelo menos do movimento sindical, onde muitas lideranças aguardaram que tudo se resolvesse pela ação da natureza. Agora, não. Queremos e vamos acompanhar mais de perto o desenvolvimento do segundo mandato, não apenas com a inserção de companheiros e companheiras em postos chave, como mobilizando para que as mudanças possam se consolidar no campo da esquerda.
Um mandato mais demarcado?
Evidentemente. Deve haver um aprofundamento das transformações. Em defesa da soberania nacional, entendemos que o governo federal deve se apresentar de maneira firme pela anulação do leilão da Companhia Vale do Rio Doce, processo este eivado de ilegalidades como a própria subavaliação da estatal. Também é preciso suspender imediatamente os leilões de petróleo, pois áreas estratégicas, ricas em petróleo e gás, estão sendo colocadas à venda no país, na contramão do que vem ocorrendo no mundo, quando se faz guerras pelo seu controle. Entendemos que a questão da integração latino-americana e caribenha é igualmente uma questão de soberania, pois precisamos ir além das transações comerciais para uma integração mais política, solidária, complementar, que se contraponha à Alca e as tentativas dos EUA de fechar acordos de livre comércio em separado com este ou aquele país. Unidos temos força e o Brasil faz a diferença.
Qual a principal conclusão destas eleições?
A derrota da privataria. Os neoliberais foram desmascarados quando ousaram colocar em pauta uma possível privatização da Petrobrás. Esta característica do governo neoliberal de desmonte do Estado, de transferência e entrega do público para o privado, foi extremamente criticada pela sociedade brasileira. Afinal, a população sentiu na pele o que foram as privatizações. Além de ver vendido o seu patrimônio, o povo não recebeu nenhuma benesse com o processo, pelo contrário, o que houve foi aumento de tarifas e alastramento de pedágios. No caso da Vale, repassada de graça, a empresa está tendo lucros recordes pois nos últimos três anos o minério de ferro, por exemplo, aumentou mais de 100%. A Vale poderia ser hoje uma empresa pública, rendendo lucros para o conjunto da sociedade.
Alckmin até ensaiou um teatro, colocou o famoso jaleco com os símbolos da Caixa, do Banco do Brasil e da Petrobrás…
Pois é, o povo entendeu o recado e disse que não dá pra confiar em tucano, pois é da natureza do PSDB privatizar, privatizar e privatizar. É como a fábula do escorpião que subiu nas costas da rã para atravessar o rio. Ele dizia que iria pegar carona sem picar, pois isso representaria o seu próprio afogamento, mas no meio do rio picou, pois é da sua natureza. Esta lógica entreguista fez com que o presidente Lula reagisse, se contrapondo de forma mais clara, defendendo as empresas públicas dos ataques dos privatistas.
Qual a principal reivindicação dos movimentos sociais para este segundo mandato?
O momento é de exigirmos uma reivindicação básica: a mudança na política econômica, com redução dos juros e do superávit primário, sepultando de vez o viés financista e consolidando os aportes para as políticas sociais.
No próximo dia 11 haverá uma plenária da Coordenação dos Movimentos Sociais em São Paulo. Qual é a pauta?
Há necessidade de aprimorarmos nossa interlocução com o conjunto da sociedade. Há legiões de brasileiros e brasileiras confinados nas periferias, sem direito à cidadania, acossados pelo narcotráfico. É uma juventude presa, abandonada em bairros distantes, onde o fantasma da prostituição assombra as meninas e os meninos muitas vezes são condenados a ser aviões da droga. É preciso que o conjunto das entidades que compõem a Coordenação dos Movimentos Sociais, como a CUT, UNE, UBES, MST, fortaleçam suas estruturas e ajudem a CMS a se enraizar nos Estados, se ramifiquem nas regiões, para garantirmos a execução de políticas públicas a nível federal, estadual e municipal. A democratização dos meios de comunicação cumpre um papel fundamental nesta luta pois o fortalecimento das rádios e tvs públicas e comunitárias possibilitará que a nossa voz chegue até eles, mas também que a voz deles chegue até nós. Esta é uma bandeira de longa data que lutaremos para que seja implementada, única forma de nos contrapormos aos donos da mídia, que tanto mal têm feito à democracia brasileira.
Por Leonardo Wexell Severo.
Publicada em: 31/10/2006 às 14:26 Seção: Todas as Notícias do sítio www.cut.org.br.

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