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Partido dos Trabalhadores fará conferência sindical nos dias 26 e 27 de julho em São Paulo; evento discutirá relação entre movimento e governos petistas

A Secretaria Sindical Nacional do PT (SSN) realiza nos dias 26 e 27 de julho, em São Paulo, a sua Conferência Sindical Nacional, com o objetivo de aproximar ainda mais a direção partidária de sua base sindical. Segundo o secretário nacional sindical do PT, João Felício, o encontro discutirá as contradições e conflitos que, em alguns casos, envolvem sindicalistas petistas e governos do PT.

A conferência é aberta a todos, mas a SSN tem expectativa de receber os sindicalistas mais expressivos de todos os Estados brasileiros. “Não queremos nenhum Estado ou corrente de pensamento fora desse debate”, declarou o dirigente petista.

“Há uma incompreensão de ambas as partes sobre a dinâmica conflituosa inerente a esta relação. Há petistas que acham que não há necessidade de luta quando o movimento social chega ao governo, da mesma forma que o movimento acredita que a chegada ao poder resolverá todas as suas demandas”, explicou Felício, ressaltando que, mesmo em governos do campo popular, há muita disputa pelos recursos disponíveis.

Atualização do pensamento

A Conferência Sindical Nacional, que antecede o III Congresso do PT, tem por objetivo fazer um debate profundo sobre diversos temas que dizem respeito aos petistas que atuam no movimento sindical, tais como: concepção e prática sindical; relação dos sindicalistas com o partido; relação dos sindicalistas com os governos petistas; formas de unificar a atuação dos petistas no movimento sindical; estratégias para a renovação das lideranças sindicais petistas e reformas trabalhistas, sindical e previdenciária. “A SSN pretende que esta conferência produza uma resolução em torno destes temas, a ser apresentada ao III Congresso como contribuição dos sindicalistas aos debates que o partido está promovendo”, afirma o sindicalista.

Os diretórios estaduais têm realizado pré-conferências, com esta mesma pauta, de maneira a amadurecerem a discussão e que possam trazer para a Conferência Nacional as opiniões e os debates realizados. Como lembrou Felício, a base sindical do PT é grande, está em todos os ramos de trabalho, além de atuarem em diversas centrais sindicais.

Felício considera importante atualizar os temas da conjuntura, a concepção sindical e a relação com os movimentos sociais, já que o PT está no governo central. “É importante para o PT ser governo, mas o partido não tem, jamais, a postura de abafar as lutas sociais, pois segue respeitando a dinâmica dos movimentos sociais”, enfatizou.

Felício rebate as críticas de que o movimento sindical tem sido adesista ao governo Lula, explicando que, em períodos de inflação baixa, sempre houve menos greves. “Ninguém faz greve porque gosta, mas, com variação de preços muito alta, os reajustes salariais nunca estão à altura da inflação e na periodicidade adequada”, justifica. As dificuldades de negociação também explicam os conflitos trabalhistas. Para Felício, o governo Lula tem evitado conflitos ao favorecer a aproximação com os líderes de movimentos, se antecipando aos conflitos e abrindo negociações.

Reformas

O movimento sindical tem suas reformas prioritárias a serem discutidas nesta conferência. Felício explicou que há unanimidade no movimento sobre a necessidade das reformas, embora haja muita divergência sobre o conteúdo destas mudanças. “No caso da reforma previdenciária, os sindicalistas querem incluir quem está fora, sem aceitar qualquer retirada de direitos, embora defendam que se coíba abusos e privilégios.”

O petista ressalta que a Central Única dos Trabalhadores (CUT), da qual é secretário de Relações Internacionais, sempre defendeu reformas na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). “Mas não é preciso retirar direitos para garantir postos de trabalho”, reafirma. Para ele, não é possível comparar a realidade de países onde as pessoas começam a trabalhar após saírem da universidade e querem aumentar a idade de aposentadoria, com um país onde, aos 12 anos, as pessoas já estão no mercado de trabalho.

Humanizar o trabalho

Além da conferência nacional, na noite do dia 26, a SSN fará o lançamento da campanha “Humanizar o Mundo do Trabalho”, para o qual serão convidados dirigentes e militantes de outros partidos e centrais sindicais, além dos movimentos sociais. O lançamento será a partir das 19h, também na rua Tabatinguera, 278, próximo à sede do Diretório Nacional do PT.

A campanha é coordenada pela Secretaria Sindical Nacional do PT, com apoio das secretarias de Combate ao Racismo, da Juventude e das Mulheres. Felício afirma que estas secretarias envolvem a luta de setores da sociedade que estão mais expostos historicamente à discriminação no ambiente do trabalho, assim como também gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. “O governo Lula tem avançado nas mudanças, mas ainda há muita perversidade, opressão, desprezo e autoritarismo nas relações entre o capital e o trabalho”, declara, lembrando as jornadas estafantes e o trabalho escravo que ainda se encontra nas usinas de açúcar por todo o país.

O objetivo é desdobrá-la em seis eixos, em torno dos quais serão desenvolvidas ações:

a) Pelo fim do trabalho infantil e regularização do trabalho de adolescentes;

b) Pelo fim da super exploração das mulheres: trabalho igual, salário igual;

c) Pelo fim de discriminação por raça/etnia: oportunidade igual a todos os trabalhadores;

d) Mais emprego, menos precarização: a juventude merece trabalho decente;

e) Formalização das relações de trabalho: valorização da carteira de trabalho;

f) Pela redução da jornada de trabalho

Felício quer alertar a sociedade e atingir os sindicalistas com esta campanha para que pautem essas questões na base. “O PT tem que ser um partido que organiza a conscientização política da sociedade, um partido que forma, que dialoga com a sociedade e formula políticas”, defendeu Felício.

Os Estados que já definiram a sua delegação devem entrar em contato com a SSN até o dia 20/07 no endereço sindical@pt.org.br ou por telefone 011-3243.1368/9 com Ramatis ou Angela, para que sejam realizadas as inscrição.

A Conferência Nacional Sindical será na rua Tabatinguera, 278 – 1o. andar – centro – São Paulo.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.pt.org.br.

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