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FETEC-CUT-PR e Sindicato realizam coletiva de imprensa em Curitiba; objetivo é aproximação com a sociedade

Se depender da garra e do entusiasmo do movimento sindical bancário, os trabalhadores do ramo financeiro terão muito que comemorar nas próximas semanas. Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (30) na sede do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, dirigentes do sindicato e da FETEC-CUT-PR (Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná) expuseram, em detalhes, as principais propostas da categoria para a Campanha Salarial 2007.

Entre as principais reivindicações estão o reajuste salarial de 10,3% (5,5% de aumento real), a criação de um piso salarial para toda os trabalhadores bancários de R$ 1.628,24 (salário definido pelo Dieese) e a implantação de um Plano de Cargos e Salários em todos os bancos. A “minuta” de reivindicações foi definida durante a Conferencia Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, que começou na última sexta-feira (27), em São Paulo e termina nesta terça-feira (31). A data-base dos trabalhadores do ramo financeiro é 1o de setembro.

Durante a Campanha Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, a FETEC e os Sindicatos dos Bancários também pretendem dialogar com a sociedade, buscando conscientizar os cidadãos sobre o abismo entre a classe patronal (banqueiros) e os trabalhadores bancários. Ao mesmo tempo, o movimento sindical pretende mostrar durante a Campanha, a importância da categoria bancária para a sociedade de um modo geral. Para isso, estará disponibilizando um conteúdo que apresenta dados relevantes como taxas cobradas pelos bancos, filas, entre outros. “Neste processo, o Procon terá um papel fundamental”, informa Adilson Stuzata, presidente da FETEC-CUT-PR e trabalhador bancário no HSBC.

Sobre a possibilidade de greves e paralisações, a presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e trabalhadora bancária no Itaú, Marisa Stédile declarou que a hipótese não está descartada. “Temos uma classe patronal muito forte, com influência em todas as esferas de governo e se não houver perspectivas concretas de negociação, faremos algumas paralisações setorizadas”, alertou, lembrando que em Curitiba e região, o foco principal é nos bancos públicos (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil) e no HSBC. “Se for preciso, vamos para o enfrentamento, pois precisamos fazer valer os direitos dos trabalhadores”, endossou Adilson.

Outra reivindicação da categoria para a Campanha Salarial é a regulamentação da Remuneração Variável (pagamento baseado nos recursos arrecadados com a venda de seguros, cartões e empréstimos financeiros). Otávio Dias, secretário de administração e finanças do Sindicato e trabalhador bancário no Bradesco, disse que a proposta é uma remuneração que contempla 10% do total das vendas de produtos feitas em cada unidade e 5% do arrecadado com prestação de serviços. “Essa é uma proposta que visa respaldar o trabalho dos bancários e, de alguma forma, minimizar o desgaste sofrido pela categoria com a imposição de metas abusivas”, afirmou.

Para o economista do Dieese, Sandro Silva, que também participou da coletiva, as reivindicações da categoria bancária estão dentro da realidade nacional. “O que os bancários querem são aumentos reais acima da inflação e a valorização da categoria como um todo”, enfatizou. Sandro apresentou um gráfico que mostra a queda no número de bancários nos últimos anos. “Houve uma queda vertiginosa, ocasionada por fusões e privatizações, pelo processo de terceirização e também pela automação das unidades bancárias”.

O presidente da FETEC-CUT-PR, Adilson Stuzata, confirma a informação. Segundo ele, os bancos modernizaram seus sistemas de automação, investindo em altíssimos níveis de tecnologia, mas o investimento no aspecto social ainda deixa muito a desejar. “Uma prova disso é a déficit de bancários nas agências em horários de pico e que acaba comprometendo a qualidade de atendimento e a própria segurança do cliente”, explicou destacando que os bancos também precisam transferir para a sociedade seus altos lucros. “Infelizmente, para os banqueiros, o lucro é uma via de mão única”, concluiu.


Por Edson Junior
FETEC – CUT – PR

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