fetec@fetecpr.com.br | (41) 3322-9885 | (41) 3324-5636

Por 09:17 Sem categoria

Banco do Brasil faz troca de dívida para conquistar clientes; a mudança de instituição financeira foi regulamentada em 2006

BB faz troca de dívida para conquistar clientes

Quase um ano depois de o governo regulamentar a portabilidade das dívidas, o primeiro grande banco de varejo usa esse instrumento para atrair clientes de concorrentes. O Banco do Brasil lança amanhã um site – especialmente voltado para não-clientes – que permite simular e encaminhar a contratação de empréstimos no BB, comparando com os valores cobrados pelos concorrentes.

Em outros países, a transferência de dívidas é um expediente comum para bancos tomarem clientes da concorrência. “O BB não pode crescer por meio de fusões e aquisições, como fazem os bancos privados, por isso nos resta o aumento da base de clientes”, diz o diretor de varejo, Paulo Bonzanini.

O BB definiu como objetivo elevar sua base de correntistas dos atuais 25 milhões para 30 milhões até outubro de 2008, quando a instituição completa 200 anos. Desde fins de 2006 o BB já havia traçado a estratégia de oferecer taxas menores como chamariz de clientes.

Hoje, as taxas estão entre as menores no segmento de grandes bancos de varejo e só perdem para as da Caixa Econômica Federal, segundo o Banco Central. No caso do crédito pessoal, o BB cobrou 3,21% ao mês nas operações fechadas entre 17 e 25 de julho, enquanto que em grandes bancos privados as taxas ficam entre 3,46% e 5,87%.

O custo menor, por si só, não foi suficiente para atrair correntistas. O BB identificou dois problemas: clientes bancários ainda não têm a cultura de procurar os preços mais baixos, e, quando estão dispostos a fazê-lo, a comparação das taxas é muito complicada, e a transferência de dívidas, burocrática.

O BB começa amanhã uma campanha publicitária para estimular clientes de outros bancos a comparar os custos dos empréstimos. E põe no ar um site voltado especialmente para não-clientes.

Com apenas quatro informações, será possível comparar as condições dos empréstimos: saldo devedor, número de parcelas a vencer, valor das parcelas e vencimento da próxima parcela. O BB promete informar na hora o valor da prestação cobrada no caso de transferência da dívida -incluindo todos os custos, como impostos e tarifa de abertura de crédito (TAC).

Para refinanciar a dívida, porém, será necessário abrir uma conta corrente – e será oferecido um cartão de crédito. O banco garante um período de carência de seis meses para o novo cliente testar os serviços, em que será concedida isenção no pacote de tarifas e na anuidade do cartão de crédito. Durante esses seis meses, o novo cliente poderá inclusive desistir da transferência de dívidas, quitando antecipadamente o empréstimo sem pagar tarifas.

O refinanciamento poderá ser feito de duas formas. Uma delas é pelo sistema de portabilidade de dívidas, que permite transferir a dívida de um banco para outro sem pagar Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) nem Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Esse expediente, porém, envolve alguma burocracia e inclui a exigência de buscar, no banco em que a dívida foi originalmente contratada, um formulário com informações sobre o empréstimo. Para quem não quer se dar a esse trabalho, o BB oferece liberar um empréstimo na conta do novo cliente, que poderia usá-lo para quitar a dívida anterior, pagando IOF e CPMF.

Em um caso ou no outro, a simulação disponível no site do BB não inclui a tarifa para a quitação antecipada de dívida, cobrada pelo banco que concedeu originalmente o crédito. Em alguns casos, os valores cobrado são tão elevados que consomem os ganhos da transferência.

Bonzanini acha que, mesmo nos casos em que a tarifa de pagamento antecipado inviabilizar a transferência de dívidas, o cliente poderá concluir que vale a pena trocar de banco, considerando os ganhos de médio prazo. “Os clientes tomam mais de um empréstimo ao longo de seu relacionamento com um banco”, afirma. “Vai ficar claro para esse cliente se, por exemplo, o banco cobra juros elevados ou tarifas abusivas.”

Por Alex Ribeiro – Valor Econômico.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.fenae.org.br.

Close