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Ferro quer Comissão Parlamentar de Inquérito sobre compra de terras por estrangeiros

O deputado Fernando Ferro (PT-PE) vai propor a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a compra de terras brasileiras por grupos estrangeiros. Segundo reportagem publicada na semana passada pelo jornal O Estado de S. Paulo, organizações do exterior procuram o Brasil em busca de áreas de florestas e apostam em commodities agrícolas, como soja, algodão e celulose. De acordo com o jornal, fundos de pensão dos Estados Unidos investem na terra como reserva de valor.

Para Fernando Ferro, a aquisição de terras brasileiras por grupo estrangeiros “é de extrema gravidade”. “Isso revela um procedimento de especulação e venda de áreas verdes. É uma situação que levanta sérias suspeitas”, afirmou. Segundo a reportagem de O Estado de S. Paulo, algumas organizações alegam a preocupação ambiental – notadamente com região amazônica – para adquirir as áreas no país. Para Ferro, no entanto, a questão do meio-ambiente pode ser apenas um pretexto para que “especuladores” comprem as terras “para negócios e outras ações”. “Não posso deixar de considerar as preocupações legítimas com o aquecimento global e com a defesa da Amazônia em algumas dessas iniciativas. No entanto, parece-nos que há, de fato, um processo especulativo de aquisição de terras, devido ao interesse de introduzir técnicas agrícolas na disputa pelo biodiesel e outros biocombustíveis”, afirmou o petista.

Além da Amazônia, o oeste da Bahia e o cerrado goiano têm sido alvo de grupos de fazendeiros americanos, australianos e holandeses. “São casos impressionantes. Há um condomínio chamado American Colony, com 18 mil hectares, de um fazendeiro americano. São cerca de 150 mil hectares nas mãos de estrangeiros no município de Luís Eduardo Magalhães, no oeste baiano. Essa realidade está a nos preocupar”, disse Ferro. Grupos americanos começaram a desembarcar no oeste baiano na década de 1990 para produzir milho e algodão.

De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o grupo Aplub – uma das dez maiores empresas de previdência privada aberta do país – oferece 900 mil hectares de terras na Amazônia por 100 milhões de dólares. “Estamos acompanhando também a situação de um senhor sueco-britânico que comprou na Amazônia 160 mil hectares. Numa conversa que tivemos com o embaixador do Brasil na Inglaterra, soubemos que esse cidadão está a oferecer na Europa lotes dessa terra por ele comprada como forma de preservar a floresta amazônica no Brasil”, alertou Fernando Ferro.

O petista classificou a aquisição de terras no Brasil por grupos estrangeiros como “extremamente preocupante”. “Estamos assistindo a isso sem a devida reação. Não posso deixar de considerar que há, em alguns casos, propostas corretas de adquirir terras degradadas para o replantio e reflorestamento. Mas precisamos separar o joio do trigo, porque há também em curso um processo de especulação por grupos estrangeiros que gradativamente estão se apossando de nosso patrimônio. Isso requer a nossa atenção e cuidado, sob o risco de sermos brevemente recolonizados por essas políticas de compra de terras brasileiras”, disse. Em discurso no plenário da Câmara, o petista anunciou que pretende iniciar a coleta de assinaturas para a instalação da CPI.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.informes.org.br.

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