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Trabalhadores rurais querem discutir com governo condições dos bóias-frias

Brasília – Representantes dos trabalhadores rurais sugeriram hoje (29) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a criação de uma fórum permanente para discutir as condições de trabalho dos bóias-frias, como são conhecidos as pessoas que vivem de trabalho temporário na colheita de cana-de-açúcar. A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) está preocupada que o aumento da produção de álcool combustível represente mais exploração dos bóias-frias.

“Sabemos que é ilusão que o Brasil será o grande beneficiado no processo de produção do etanol. Isso será verdade para a parte da sociedade rica que é dona das terras”, alertou o presidente da Contag, Manoel dos Santos. “Para os trabalhadores, se a gente não lutar muito e o governo não mudar, inclusive, a plataforma de investimento, os trabalhadores poderão continuar sendo prejudicados”, afirmou, em entrevista à imprensa após o encontro com Lula.

A proposta da Contag é que seja formado um grupo com representantes dos trabalhadores, empresários e governo. Na pauta de discussões, devem estar regras para que a produção de cana não ameace a agricultura familiar, exigências sociais para que as empresas possam receber financiamentos federais e programas de reinserção dos desempregados devido à mecanização dos canaviais. “Não podemos achar que o governo deve fazer sozinho esse processo, sem os trabalhadores”, afirmou Manoel dos Santos, após encontro com Lula, no Palácio do Planalto.

Ainda conforme Santos, o presidente Lula afirmou que irá se reunir com os usineiros para tratar das condições dos trabalhadores. Participaram do encontro no Palácio do Planalto representantes das federações de trabalhadores rurais de São Paulo, Goiás e Pernambuco e os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, e da Casa Civil, Dilma Rousseff. De acordo com as organizações, 500 mil pessoas trabalham no corte da cana no Brasil e o salário é de aproximadamente R$ 560.

Por Carolina Pimentel – Repórter da Agência Brasil.
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Governo exagera na “propaganda” do etanol, sem olhar bóias-frias, critica Contag

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva “exagera” ao comparar os usineiros com heróis, na opinião do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Manoel dos Santos. “Na verdade, o governo tem feito uma propaganda muito levada pelos segmento dos patrões. O governo precisa rever o seu posicionamento para não continuar apenas abrindo mercado para o segmento produtor de etanol, com os trabalhadores pagando o pato nas condições miseráveis de trabalho de ainda existem”, afirmou, em entrevista à imprensa, após encontro com Lula.

A Contag pediu que o governo federal crie um fórum permanente para discutir as condições de trabalho dos bóias-frias, como são conhecidos as pessoas que vivem de trabalho temporário na colheita de cana-de-açúcar.

O Ministério do Trabalho já recebeu uma proposta de criação de um piso salarial para os bóias-frias, como são conhecidos. A medida acabaria com o pagamento por produção, como é feito hoje. E reduziria os riscos de morte por fadiga, como casos denunciados pela Plataforma de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais e Culturais, projeto criado em 2002, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), para monitorar a implementação desses direitos no Brasil.

Dezessete bóias-frias morreram durante o exercício do trabalho desde 2004 somente na região de Ribeirão Preto, interior paulista, segundo levantamento da Pastoral do Migrante. O estudo de doutorado do biólogo Fernando Ferreira Carneiro, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), aponta que os bóias-frias podem sofrer até duas vezes mais fome que os agricultores sem-terra.

Por Carolina Pimentel – Repórter da Agência Brasil.

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