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Bradesco explora manifestação do MST em Curitiba para obter interdito proibitório

Nem mesmo a realização de um Seminário Jurídico sobre o Interdito Proibitório e o Direito de Greve foi o suficiente para impedir que a artimanha voltasse a ser usada pelo Bradesco. O banco obteve na noite de ontem uma liminar da 14ª Vara do Trabalho de Curitiba, impedindo a paralisação das atividades em 52 unidades bancárias da capital. O descumprimento do interdito proibitório pode resultar em multa estipulada em R$ 30 mil.

Não bastando a utilização de uma prática anti-sindical, o Bradesco usou um argumento mentiroso junto à Justiça do Trabalho e poderá sofrer conseqüências deste ato. Segundo o banco, a categoria teria participado de uma invasão do MST a uma das agências bancárias na tarde de ontem (27) na Avenida Marechal Deodoro, no centro de Curitiba.

A decisão causou revolta junto ao movimento sindical bancário. A trabalhadora bancária Marisa Stédile (Itaú), presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, viajou para São Paulo, com o objetivo de protestar na mesa de negociações com a Fenaban contra a ingerência do Bradesco,.

“É uma acusação totalmente infundada que fere o direito de greve dos trabalhadores. Os bancários respeitam as manifestações do MST, mas não têm nada a ver com isso. Estamos indo pra São Paulo para entrar com medidas judiciais uma vez que o banco usou de má fé e falsidade ideológica”, argumentou. Há pelo menos uma semana, o Movimento dos Sem-Terra vem realizando protestos na capital do Estado.

Trabalhador bancário no Bradesco, o Secretário de Administração e Finanças da FETEC-CUT-PR, Elias Hennemman Jordão acredita que os banqueiros utilizam o interdito proibitório, de maneira premeditada. “No fundo, os bancos sabem que o movimento sindical jamais tentará tomar posse de um banco ou qualquer que seja a empresa em questão”, reforçou.

Otávio Dias, Secretário de Finanças do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e trabalhador bancário no Bradesco afirma que os bancos não podem, sob qualquer hipótese, atribuir a seus empregados os conflitos que têm com a sociedade. “A atividade do MST é legítima, mas não teve qualquer participação da categoria bancária. Agora o Bradesco vai ter que provar o que está dizendo. Não aceitamos a posição truculenta de seus diretores que utiliza a ação de um movimento social para incriminar os bancários”, protestou.

Vale destacar que entre os bancos privados em atividade no Brasil, o Bradesco foi o que mais lucrou no primeiro semestre deste ano (ao lado do Itaú) com cerca de R$ 4 bilhões. Não bastasse o estrondoso lucro praticado pelo banco, o Bradesco investiu horrores para trazer um espetáculo circense para o Brasil (Cirque du Soleil), cujo ingresso mais barato não custa menos de R$ 130, ou seja, mais de 1/3 do salário mínimo.

Em contrapartida, as estatísticas mostram que o as tarifas do banco continuam em alta, as taxas de juros se mantém elevadas e as enormes filas têm prejudicado os clientes e usuários. Além disso, o Bradesco mantém um quadro de funcionários insuficiente para a demanda do banco, um dos maiores da América Latina e também não investe em segurança. O Bradesco vem comprovando ser um dos mais inseguros do mundo tanto para os clientes, como para os seus trabalhadores.


Por Edson Junior
FETEC-CUT-PR

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