Depois das negociações com a Fenaban há duas semanas, que culminaram com a definição do reajuste salarial de 6% para toda a categoria bancária no país (4,82% de reposição das perdas inflacionárias mais 1,18% de ganho real), a Contraf-CUT e seus Sindicatos e Federações voltaram a negociar nesta segunda-feira em São Paulo.
Definidas as cláusulas econômicas, o movimento sindical entrou no debate das mesas temáticas, com discussões sobre assédio moral, saúde, jornada de trabalho e igualdade de oportunidades. Segundo Beto Von der Osten, representante da FETEC-CUT-PR no Comando da Campanha Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, o debate teve importantes avanços, sobretudo no que diz respeito ao item “assédio moral”.
“Os banqueiros admitiram a ocorrência deste fenômeno nos bancos e informaram que já existe um Programa de Prevenção ao Assédio Moral em curso”, informou. A proposta do Comando Nacional é de que o movimento sindical acompanhe o programa detalhadamente, detalhando casos de denúncias e os processos administrativos e de investigação. Outro avanço foi na área de saúde. A Fenaban aceitou reabrir a mesa temática nas próximas rodadas.
Resistências
Se houve avanços nas questões de assédio moral e saúde, no que diz respeito à Jornada de Trabalho, a Fenaban não abre mão das 8 horas para gerentes e comissionados. A proposta do movimento sindical é a redução da jornada para 5 horas para toda a categoria. O debate ainda não está encerrado.
Também não houve avanços no item igualdade de oportunidades. Segundo Beto Von der Osten, os banqueiros têm dificuldades em reconhecer a união entre companheiros do mesmo sexo nos Planos de Saúde. “A maior resistência vem do Bradesco”, informou, ressaltando que os bancos reafirmaram seu compromisso como o mapa da diversidade, sem, contudo, avançar na proposta.
Por Edson Junior
FETEC-CUT-PR