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Após aquisição do Real, Sindicato quer negociar com Santander

Entidade vai exigir manutenção do emprego e dos direitos dos trabalhadores na incorporação comandada pelo banco espanhol

São Paulo – A manutenção dos empregos e dos direitos dos trabalhadores tanto do Real ABN quanto do Santander é a principal prioridade do Sindicato a ser discutida com o banco espanhol.

O negócio, que vinha sendo ensaiado há alguns meses, foi divulgado na tarde desta segunda-feira, 8 de outubro, nos sites internacionais do Santander (www.santander.com) e do ABN Amro (www.abnamro.com). A direção do Santander no Brasil ainda não se pronunciou sobre o assunto.

O consórcio composto pelo espanhol Santander, o belgo-holandês Fortis e o Royal Bank of Scotland (RBS) adquiriu 86% das ações ordinárias (com direito a voto) do holandês ABN Amro por 71 bilhões de euros (cerca de R$ 180 bilhões). É a maior operação de compra ou fusão já realizada no setor bancário mundial.

Em comunicado, o consórcio afirma que “a condição mínima de aceitação da oferta (de compra de ações) foi cumprida”. Com esse percentual de ações ordinárias, o trio obtém o controle do ABN. Mas os compradores disseram, na mesma nota, que esperam anunciar “se vão ou não declarar a oferta incondicional até 12 de outubro”.

A diretora do Sindicato e funcionária do Santander, Rita Berlofa, destaca que é imprescindível que se iniciem negociações imediatas para garantir que os empregos e direitos dos trabalhadores sejam preservados. “Queríamos ter iniciado as negociações desde os primeiros rumores, isso só não ocorreu devido à postura do Santander em se negar a negociar até a formalização da fusão. Agora não há mais porque adiar, os bancários estão apreensivos e necessitam de garantias para que possam trabalhar com tranqüilidade”, destaca a dirigente sindical, orientando os trabalhadores a intensificar a coleta de assinaturas (clique aqui para assinar) para que sejam criadas leis de proteção ao emprego e direitos em caso de fusões e incorporações.

Já para Roseane Rodrigues, funcionária do Real ABN e diretora do Sindicato, é necessário “ampliar a batalha em todas as frentes para pressionar os bancos a negociarem”. Ela lembra o exemplo da privatização do Banespa, quando a resistência do Sindicato, junto com os funcionários, garantiu o emprego. “Conseguimos aposentar cerca de 9 mil trabalhadores e, da mesma forma, e com a mesma convicção e garra defenderemos os empregos dos trabalhadores”, diz.

Nesta quarta, dia 10, acontece na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado uma audiência entre dirigentes sindicais e o senador Aloízio Mercadante (PT/SP). Será discutida a importância de leis que garantam o emprego em casos de fusões e incorporações.

Luta – Os bancários do Real e do Santander lutam desde os primeiros rumores de uma possível venda pela defesa do emprego, em março, visto que costumeiramente fusões geram demissões em massa. Neste caso, há ainda o agravante de que o Brasil é o único país sem leis contra demissões imotivadas dentre os principais onde os bancos envolvidos operam.

Após meses de luta, na última semana de setembro a mobilização foi mais intensa em Brasília com os trabalhadores desenvolvendo ma série de atividades. A coleta de assinaturas para um abaixo-assinado também vem sendo feita e, na quinta-feira, dia 3, um resultado parcial foi entregue ao deputado federal Ricardo Berzoini (PT/SP). No mesmo dia, o também deputado Chico Lopes, do PCdoB/CE, expressou em plenário sua preocupação com o episódio.

No Senado, Eduardo Suplicy (PT/SP) enviou um requerimento ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e à Secretaria de Direito Econômico (SDE). O objetivo do documento é exigir dos dois órgãos informações de quais providências estão sendo tomadas em relação à possível fusão entre o banco holandês Real ABN e o espanhol Santander.

Por Jair Rosa – 08/10/2007

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.spbancarios.com.br.

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