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Sobre os trabalhadores bancários brasileiros, sua Convenção Coletiva Nacional e suas lutas e conquistas

Campanha nacional traz conquistas para todos os bancários

A estratégia que une bancos privados e públicos mais uma vez mostra-se correta. Aumento real, melhora da PLR, conquista da 13ª cesta-alimentação são alguns dos aspectos econômicos. Mais importante foi a participação dos bancários, de seus dirigentes e de suas entidades numa campanha vitoriosa.

Qualquer avaliação de uma campanha nacional, como a que os bancários de todo o país fizeram em 2007, tem de levar em conta os objetivos traçados no início dela. Desde as primeiras discussões, as primeiras assembléias nos sindicatos, as conferências regionais e a conferência nacional, entre as prioridades econômicas estavam aumento real (reajuste além da inflação), melhora na PLR e um novo direito na Convenção Coletiva Nacional, como a 13ª cesta-alimentação.

Tudo isso foi conquistado na Convenção Coletiva Nacional que será assinada na próxima quinta-feira, mais uma vez pelos bancos públicos e privados. E essa vitória deve-se à disposição dos bancários de lutar e também à estratégia adotada por suas lideranças.

Desde o começo, O Comando Nacional, reunido em torno da Contraf-CUT e com a presença de todas as forças políticas representativas do movimento sindical, agiu de maneira unitária, negociando à exaustão com os bancos, mas sem esquecer que os banqueiros só cedem com muita pressão dos trabalhadores. E essa pressão foi estruturada desde a escolha da estratégia da mesa única articulada até os calendários de luta seguidos pelas entidades em todo o país.

É importante ressaltar que desde a implantação das negociações em mesa única com a negociação em paralelo das questões específicas, os bancários romperam a lógica de concessão de abono em troca de inflação. Vêm conquistando aumento real e novos direitos a cada ano.

E destacar que essa estratégia não impede a discussão de questões específicas, como aconteceu neste ano. No momento em que a direção da Caixa Econômica Federal resolveu não apresentar proposta e ameaçou com a ida ao TST, os bancários e suas lideranças souberam reagir, com uma greve forte, que atingiu cerca de 80% dos locais de trabalho no país.

Sem contar a pressão sobre as diversas instâncias do governo federal, a intermediação de parlamentares e outras autoridades para impedir que a Caixa cumprisse a ameaça. Foram negociações duras o tempo todo, dentro do conflito entre capital e trabalho, mas ao final saiu uma proposta que valorizou a maioria dos funcionários e deu passos importantes rumo à isonomia.

É bom também lembrar que, se é da natureza humana achar que sempre se pode conquistar mais, é necessário entender que a campanha não acaba com a assinatura da Convenção Coletiva. A campanha nacional tem de durar todo o ano, com sindicatos, federações e a Contraf-CUT intervindo para melhorar as condições de trabalho e de vida dos bancários todos os dias.

Por isso falamos em campanha permanente. Se não estamos, no momento, mais discutindo índice de reajuste salarial, existem ainda negociações específicas por todo o ano. Temos de combater o assédio moral, a pressão por metas, a venda de produtos, melhorar as condições de saúde, lutar por igualdade de oportunidades etc. Demos passos importantes também nesses aspectos nas negociações com a Fenaban, mas temos muito a avançar. E esse é o trabalho de todos os sindicalistas todos os dias.

Como balanço final, tivemos uma campanha vitoriosa em sua estratégia e em seus resultados. Mas ainda é pouco. Temos de nos organizar ainda mais nos locais de trabalho, fortalecer nossas entidades e lutar por condições de trabalho dignas e um país mais justo socialmente. Esse caminho é longo, mas estamos na direção correta.

Por Vagner Freitas, que é trabalhador bancário no Bradesco e presidente da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT.

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