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Por 13:10 Sem categoria

Interditos diminuíram, mas práticas anti-sindicais persistem

Bradesco usou de má fé durante toda a Campanha Salarial de 2007

Um problema que atormentou campanhas salariais passadas, em 2007 pouco afetou os trabalhadores bancários durante as greves e paralisações. A incidência de interditos proibitórios foi minimizada pelo caráter esclarecedor de diversos debates promovidos pelos sindicatos e pela FETEC-CUT-PR em momentos anteriores à campanha.

O principal, um seminário realizado na Unibrasil, em Curitiba, teve a participação de importantes personalidades do mundo jurídico. Justamente elas, as principais agentes na emissão do interdito.

“Podemos dizer que tivemos, sim, um grande avanço neste item, com exceção de municípios como Apucarana e Curitiba, onde o Bradesco, numa atitude completamente retrógada ainda insiste em resistir”, afirmou o trabalhador Wanderley Crivelari (Itaú), do Sindicato de Londrina e Região.

Em Apucarana, segundo relato do Sindicato, o gerente do Bradesco obrigou os trabalhadores a assinarem um termo dizendo que o sindicato estaria proibindo a entrada dos funcionários no ambiente de trabalho. Além de ser uma prática anti-sindical, a atitude configura-se assédio moral.

Em Curitiba, na noite de quinta-feira, 27 de setembro, um dia antes da greve de 24h em todos os bancos da Região Metropolitana, um oficial de justiça encaminhou, durante a assembléia realizada no Espaço Cultural dos Bancários, um interdito proibitório em todas as agências do Bradesco na capital. O banco usou de má fé e associou uma manifestação ocorrida no mesmo dia, à tarde, para incriminar o movimento sindical bancário.

No dia seguinte, a presidente do Sindicato, Marisa Stédile foi à mesa da Fenaban para protestar contra a medida. O movimento sindical estuda medidas legais para combater o assédio moral e outras práticas anti-sindicais cada vez mais fortes no Bradesco.

Ainda no dia da greve, a FETEC-CUT-PR flagrou dezenas de trabalhadoras, mães de família, que foram intimadas por bancos como o Itaú e o HSBC, em Curitiba, a deixarem o aconchego do lar no meio da madrugada para impedir a adesão à greve. No HSBC, houve até denúncias de cárcere privado, a exemplo do que ocorreu em anos anteriores, para impedir que o movimento sindical dialogasse com os trabalhadores na porta das unidades bancárias.

Em Cornélio Procópio, no norte pioneiro, também houve casos de assédio moral no Bradesco. Não houve interdito proibitório, mas, segundo o trabalhador bancário Dirceu Casa Grande Junior (Real ABN), presidente do Sindicato dos Bancários de Cornélio Procópio e Região, os funcionários do Bradesco foram coagidos pelo banco e acabaram trabalhando sob pressão. “O banco usou assédio moral e violência organizacional, com ameaças a seus trabalhadores,” relata.

Por outro lado, a truculência do banco não encontrou respaldo em Guarapuava, na região central do Estado, onde a 2ª Vara da Justiça do Trabalho de Guarapuava, indeferiu um pedido de interdito proibitório nas agências bancárias do Bradesco na região. O banco pleiteava o interdito nas agências de Guarapuava, Cantagalo e Turvo.


Edson Junior
FETEC-CUT-PR

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