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Tarifas bancárias explodem antes de congelamento

Bancos aumentam taxas e em alguns casos variação chega a 900%

São Paulo – A partir do dia 30 de abril os bancos terão que manter os preços das tarifas congelados por pelo menos 6 meses. Antes disso, porém, eles fizeram reajustes nos valores dos serviços que chegam a 900% em alguns casos. Desde segunda, dia 1º, as instituições já estão obrigadas a apresentar o nome padronizado e o valor das únicas 20 tarifas que podem ser cobradas.

Segundo matéria da Folha de S. Paulo, o Itaú elevou de R$ 15 para R$ 150 a taxa de confecção de cadastro de novos clientes. O Unibanco e o Real deixaram de oferecer o serviço de graça e passaram a cobrar R$ 120 e R$ 60, respectivamente. Os bancos colocaram na estratosfera o preço de outros serviços, como o fornecimento de talões de cheque. De acordo com O Estado de S. Paulo, o Safra cobrava R$ 6 por dez folhas em janeiro. Atualmente o valor é de R$ 17, aumento de 183%.

O congelamento das tarifas foi anunciado pelo Banco Central no início de dezembro. De lá para cá, a inflação não chegou a 3%.

“Os bancos não querem perder nunca, mesmo quando o favorecido é a sociedade de onde ele tira seus lucros gigantescos. Lamentavelmente, mais uma vez, eles mostram que a responsabilidade social não passa de marketing”, diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato.

Descaso – Como no caso do Custo Efetivo Total (CET), os bancos ignoraram a norma de apresentar a informação nos contratos a partir de segunda. Segundo a Folha de S. Paulo, agências de diversas instituições ainda não cumpriam a regra.

Por André Rossi – 01/04/2008.

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Após exposição, bancos admitem existência de lei

Norma que obriga divulgação de operações de crédito foi completamente ignorada

Brasília – Somente após serem denunciados pela Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) e ameaçados pelo Banco Central é que os bancos resolveram pelo menos admitir a existência da norma do Conselho Monetário Nacional (CMN) que os obriga a informar claramente o Custo Efetivo Total (CET) das operações de crédito. Na sexta, dia 7, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) recomendou aos seus filiados que cumpram a determinação.

“Isso mostra como a postura dos bancos muda quando eles estão expostos. Ou seja, na frente das câmeras discursam que o bem estar da sociedade está acima de qualquer um de seus interesses. Já por trás delas, não medem esforços para ganhar dinheiro, apostando na falta de transparência mesmo quando isso afronta as leis”, diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato.

A norma passou a valer na segunda-feira, dia 3, mas, no mesmo dia a Pro-Teste visitou 20 agências dos 10 maiores bancos nos dois principais pólos econômicos do país – as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro – e em nenhuma delas a norma foi cumprida. Na quarta, dia 6, o Banco Central informou que receberia a lista da associação e ameaçou distribuir punições.

“É a política de não devolver nada, ou quase nada, para a sociedade, de onde eles tiram muito”, completa Marcolino. No ano passado, os bancos faturaram R$ 55 bilhões apenas com a cobrança de tarifas, número quase 18% maior do que o de 2006.

CET – Pela nova regra, em todas as operações de crédito, como leasing e crediário em lojas, as instituições financeiras devem informar em uma única taxa o custo total do produto, considerando juros, tributos, tarifas (como a de abertura de crédito), seguros e outras despesas cobradas dos clientes. A medida facilita para o cliente a comparação do custo do produto pretendido entre os diferentes agentes financeiros e optar pelo melhor serviço.

Em caso de desrespeito às regras, o primeiro passo para o cliente é procurar a instituição e tentar resolver a questão. Se necessário, deve procurar a ouvidoria do banco, e em último caso, reclamar no serviço do Banco Central de atendimento ao cliente pelo telefone 0800 979 2345.

Por André Rossi com Agência Brasil – 07/03/2008.

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Bancos faturam mais de R$ 55 bilhões com tarifas somente no ano passado
Custo com folha de pagamento é menor que as principais fontes de receita.

Clientes enfrentam filas e sustentam lucros com altas tarifas

São Paulo – O lucro dos bancos que atuam no Brasil em 2007 chegou a R$ 45,390 bilhões – 35,9% maior que em 2006 – graças à alta cobrança de tarifas e a maior concessão de empréstimos. Os dados estão nos balanços de 101 instituições, entregue ao Banco Central no início do ano.

O faturamento do setor bancário com tarifas foi o que mais cresceu em 2007, somando R$ 55,975 bilhões, 17,7% maior que em 2006, e foi uma das principais fontes de receita dos bancos.

Outra fonte de lucros do setor está na carteira de crédito, que cresceu 27,6% e chegou a R$ 734,273 bilhões no final de 2007. A receita dos bancos com a cobrança de juros dos seus empréstimos somou R$ 179,191 bilhões, alta de 17,4% na comparação de 2006. Fontes para os lucros não faltam, e segundo o próprio economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Nicola Tingas, os maiores ganhos das instituições financeiras refletem, entre outros fatores, o crescimento da economia brasileira.

O economista afirma ainda, em reportagem da Folha de S.Paulo, que se observa uma aceleração na chamada “bancarização”, processo em que pessoas, a maioria de baixa renda, começam a usar serviços bancários. Enquanto o pacote de padronização das tarifas bancárias, anunciado no final do ano pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), não entra em vigor, os bancos já aumentam suas taxas.

“O pacote entra em vigor somente no final de abril e as instituições já aumentam suas taxas, penalizando desnecessariamente a população, principalmente a responsável pela bancarização, que possui uma renda menor”, diz o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. “Com lucros maiores a cada ano, contratações de trabalhadores para melhorar o atendimento nas agências bancárias seria o mínimo que as instituições poderiam fazer”, completa.

As despesas do setor com sua folha de pagamento crescem numa velocidade menor do que a observada nas suas principais fontes de receita. Em 2007, esses gastos somaram R$ 43,742 bilhões, alta de 12,9% em relação a 2006. O número de funcionários empregados nas instituições financeiras ficou praticamente estável nesse período: em 2006 a soma foi de 435 mil trabalhadores, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). “Os lucros astronômicos estão na contramão das contratações. O trabalhador extrapola sua jornada, o cliente fica insatisfeito com as enormes filas, quem paga o preço, literalmente, é a sociedade”, conclui Marcolino.

Por Gisele Coutinho com Folha de S.Paulo – 06/03/2008.

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Camaleões dos lucros, bancos penalizam população

Bancos fazem festival de elevação de juros e tarifas, mesmo com inflação baixa e manutenção do índice da Selic

São Paulo – O Procon-SP e o Banco Central divulgaram pesquisas em que mostram que as instituições financeiras mantiveram o aumento dos juros e das tarifas de forma injustificada nos últimos meses. De acordo com o órgão de defesa do consumidor, a médias das taxas do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú, HSBC, Nossa Caixa, Real, Safra, Santander e Unibanco registrou em janeiro um crescimento médio de 4,85% em relação ao mês de dezembro de 2007: de 5,36% para 5,49% ao mês.

No BC, a revelação é ainda mais surpreendente. A taxa média cobrada pelos serviços de crédito subiu dos 33,8% de dezembro de 2007 para 37,3% em janeiro último, variação de mais de 10%. Os juros do crédito pessoal chegaram a 53,1% anuais em janeiro, contra 45,8% em dezembro. O cheque especial cobrou juros de 145% em janeiro contra 138,1% ao ano em dezembro, entre outros aumentos.

Todas essas elevações ocorreram mesmo com a taxa Selic – índice estabelecido pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central – permanecendo no patamar de 11,25% ao ano e a inadimplência continuar em queda – considerados os atrasos superiores a 90 dias, o percentual ficou em 4,4% com uma queda de 0,6 ponto em 12 meses.

Mimetismo – A causa dos reajustes que está tornando mais caro o crédito para os brasileiros tem nome e é antigo conhecido de quem mantém olhar crítico sobre o sistema financeiro: ganância.

Desde o final do ano passado o governo federal anunciou uma série medidas para regular o setor e recuperar perdas de recursos provocadas pelo fim da cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

A CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) do setor financeiro, por exemplo, deve subir de 9% para 15% a partir de abril. Além disso, ocorreu o acréscimo de 0,38% na alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas operações de crédito. As que eram isentas, exceto as operações mobiliárias, passaram a pagar 0,38%.

Ainda no final do ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) divulgou um pacote de padronização de valores das tarifas básicas que os bancos poderiam cobrar de clientes – pessoas físicas – e cortou as cobranças que eram mais de 50 para 20 tipos. Os nomes dos serviços também foram padronizados, para garantir à população a possibilidade de comparar os valores dos produtos de um banco para o outro. O reajuste de tarifas só poderá ser feito a cada seis meses, a partir de abril deste ano.

“As alterações entrarão em vigor dentro de alguns meses e os bancos já estão aumentando suas taxas. Querem manter o crescimento de 20% ao ano, em média, que se repete há uma década, às custas da sociedade brasileira”, avalia o presidente do Sindicato Luiz Cláudio Marcolino.

O lucro das maiores instituições financeiras cresceu 496,26% nos últimos dez anos, contra uma inflação de 103,94 % (INPC). Em 1997, o lucro líquido somado dos onze maiores bancos do sistema financeiro nacional totalizou R$ 5,401 bilhões. E 2007, – excluindo-se Safra e HSBC que ainda não divulgaram seus balanços – a soma chegou a R$ 32,210 bilhões, R$ 26,809 bilhões mais .

O presidente do Sindicato destaca que os bancos se adaptam às mudanças econômicas do país com a agilidade mimética de um camaleão. “Quando houve o freio na ciranda financeira com o fim das altas inflações, os banqueiros criaram as tarifas e até hoje continuam ganhando muito com as taxas cobradas dos clientes. Agora, com as medidas anunciadas, elevam as taxas de juros. Estão na contramão da responsabilidade social e da sustentabilidade que, como querem fazer crer suas campanhas publicitárias, deveriam pautar a atuação dos bancos no Brasil”, completa Marcolino.

Por Jair Rosa – 04/03/2008.

NOTÍCIAS COLHIDAS NO SÍTIO www.spbancarios.com.br.

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