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Cinco mil trabalhadores marcham pela redução da jornada e integração latino-americana no Primeiro de Maio Internacional organizado pela Central Única dos Trabalhadores, em Foz do Iguaçu

São Pedro não colaborou como nas edições anteriores, mas nem o dia frio e a chuva que caiu no final da manhã e perdurou por toda tarde apagaram o brilho do 1º de Maio Internacional da Central Única dos Trabalhadores – CUT – em Foz do Iguaçu, região da tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai. Sob o prisma de reivindicações trabalhistas históricas, como a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução de salários, e a integração latino-americana, a terra das Cataratas do Iguaçu recebeu pela quarta vez o Dia de Luta e Comemoração dos Trabalhadores.

As atividades começaram logo cedo, por volta das 08h30, na concentração marcada na Ponte da Amizade. Pouco a pouco as caravanas e a população de Foz chegavam ao local, cada um com sua faixa, bandeira e camiseta. Eram trabalhadores militantes sociais ligados às principais centrais sindicais das três nações – CUT do Brasil, CTA da Argentina, e CUT Autêntica do Paraguai. Cerca de uma hora mais tarde, a marginal da BR 277, que dá acesso à Ponte, já estava toda ocupada por aproximadamente cinco mil pessoas. De lá, saíram em passeata até a Avenida Duque de Caxias, onde são realizadas as manifestações políticas e culturais da cidade. O trajeto ficou marcado pelo colorido dos materiais, pelas falas das lideranças sindicais e também pelas palavras de ordem que ecoavam entre as ruas de Foz, capazes de serem ouvidas à distância, o que chamou a atenção da sociedade.

O secretário da CTA Argentina e trabalhador do ramo da pintura Edgardo Landa destacou que a união dos povos é a única forma de promover o desenvolvimento solidário. “Temos que lutar pela integração latino-americana porque somos todos iguais, com realidades muito semelhantes, senão idênticas. Estamos todos estamos em busca de trabalho com dignidade, sem a exploração desenfreada do capital. Por isso, somente como estamos fazendo hoje, ou seja, unindo nossas forças e poder de mobilização, estaremos caminhando rumo à emancipação dos trabalhadores do Mercosul, com justiça e igualdade social para todos”, apontou.

O petroleiro e membro da Direção Nacional da CUT Antônio Carlos Spis elogiou o cunho social e político do Dia Internacional do Trabalhador em Foz do Iguaçu. “É um 1º de Maio de luta, construído com mobilização e integração. Saímos da tríplice fronteira, com uma vigorosa caminhada, finalizando com discursos sobre posições políticas de diversos setores da sociedade e também com algumas atividades culturais, mas de raiz. É muito ruim quando os 1ºos de Maio se descaracterizam de uma reflexão profunda que os trabalhadores precisam fazer no seu dia. A exclusão social e o desemprego são muito grandes ainda. Existem algumas reformas que nos preocupam ainda, como a tentativa da volta da reforma da previdência social, aponta-se para a reforma trabalhista, para colocar novamente na pauta do Congresso Nacional a emenda 3, entre outras tentativas neoliberais de retirada de direitos históricos dos trabalhadores. São muitos problemas que ainda necessitam de profunda reflexão nesse dia. Só estamos discutindo algumas pautas mais progressistas, como a possibilidade da redução da jornada e a ratificação das convenções 151 e 158 da OIT, a partir de uma marcha da CUT, realizada em dezembro do ano passado, integrada com os movimentos sindical e estudantil, que exigiu essas reivindicações. Por isso, é muito produtivo estar num 1º de Maio que priorize essa pauta política e a integração latino-americana”, destacou Spis.

Segundo avaliação de Roni Anderson Barbosa, presidente da CUT-PR, “o Dia Internacional do Trabalhador em Foz do Iguaçu é um exemplo de integração nacional e latino-americana que certamente repercutirá positivamente acerca das pautas colocadas como prioritárias para os trabalhadores”.

Após os discursos das lideranças sindicais de diversas categorias de trabalhadores dos países representados, aconteceram as apresentações musicais. O grupo Vientosur interpretou músicas de resistências do povo latino-americano, como Guantanamera e América Latina, entre outras. Em seguida, e para finalizar a programação, subiu ao palco a banda curitibana Relespública. Demonstrando muito vigor, esse grupo que começa a ganhar reconhecimento nacional tocou músicas dos Beatles, Mutantes e Raul Seixas, além, é claro, das músicas próprias.

Além das entidades sindicais que representavam as categorias de bancários, petroleiros, professores, servidores municipais e estaduais, vigilantes, comerciários, trabalhadores da construção civil, rurais e da agricultura familiar, também prestigiaram o evento ativistas do MST, da Via Campesina e da Coordenação os Movimentos Sociais (CMS).

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.cutpr.org.br.

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