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Saúde é preocupação dos bancários e deveria ser também do banqueiro

Trabalhadores querem negociar reabilitação profissional no dia 2

São Paulo – Uma das reivindicações dos bancários que deve ser discutida na mesa de negociação desta terça-feira, dia 2, é a reabilitação profissional, ou seja, a preparação do local de trabalho para receber de forma adequada bancários que voltam do afastamento causado por doença ocupacional.

A realidade está muito distante do ideal e do que merecem os trabalhadores que ficam doentes devido à falta de medidas preventivas. Se os bancos não melhoram as condições de trabalho, o sistema do INSS também deixa muito a desejar. Quem sofre é o bancário, que muitas vezes retorna ainda doente ao banco para realizar as mesmas atividades que causaram o adoecimento.

Entre tantos tristes casos está o de uma bancária admitida em 1991 pelo Sudameris, hoje Real. Em 1998, as dores causadas por esforços repetitivos começaram a ser constantes. O volume de trabalho aumentou muito e após alguns afastamentos, o último em 2007, a funcionária voltou à ativa. Com as notícias da fusão entre o Santander e o Real, muitos de seus colegas do mesmo setor foram para outros bancos e ela acumulou várias funções. Dois meses depois da volta ao trabalho, ela foi convocada a participar do programa de reabilitação do INSS.

“Quando me chamaram imaginei que uma junta médica me avaliaria. Mas a reabilitação consistiu em visitas de uma assistente social em meu local de trabalho, para conversar e ver se realmente eu estava indo trabalhar”, disse, decepcionada, a bancária que não quis se identificar.

Esperança – O relato da trabalhadora mostra desapontamento com a falta de infra-estrutura do órgão, humilhações em perícias médicas, problemas com alta programada. Além da depressão e do medo diante da necessidade de realizar cirurgias, a bancária vê seus problemas multiplicados devido aos gastos mensais de mais de R$ 500 em remédios. Mas, ela mantém a esperança de que as instituições financeiras tomem uma atitude e pensem primeiro em evitar o adoecimento dos trabalhadores, colocando em prática a preocupação socioambiental tão utilizada em discursos e propagandas.

A melhoria das condições de trabalho é uma das principais reivindicações da Campanha Nacional 2008. “É importante a inclusão de políticas de reabilitação, para recuperar os funcionários que os próprios bancos adoeceram, além de uma conscientização dos gestores e funcionários de que ninguém fica doente porque quer. Toda pessoa afastada volta ao banco e é marginalizada. Quem está na ativa não pensa que isso vai acontecer com ele e a conscientização deve partir daí”, diz a bancária. “Mesmo com as dores, com a depressão e a falta de humanidade dos gerentes do banco em que trabalho, o melhor que consegui fazer foi não cruzar os braços, mas me fortalecer diante dessas injustiças e lutar, ao lado do Sindicato, para cobrar dos bancos uma postura correta, que ofereça melhores condições de trabalho para todos”, completa.

Participação – A bancária vive um cotidiano difícil. Exerce suas funções de maneira isolada dentro do banco, a gestora só se comunica com ela por e-mails. Como a história se repete, ela sabe que dentro de poucos meses, quando sua estabilidade terminar, será demitida e outro bancário entrará em seu lugar, para trabalhar sem prevenção a LER/Dort e também ficar doente. Para combater essa realidade, participa do grupo de saúde do Sindicato e alerta: “Todos os bancários precisam se unir para melhorar a qualidade de vida e evitar que outros trabalhadores passem o que estou vivendo. O Sindicato sozinho não pode fazer nada, precisa da união e da força dos bancários”.

Por Gisele Coutinho – 01/09/2008.

NOTÍCIAS COLHIDAS NO SÍTIO www.spbancarios.com.br.

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