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A CAIXA, o Banco do Brasil e o BNDES vão irrigar a economia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, neste domingo (26), que o governo vai garantir o financiamento necessário para combater os efeitos da crise norte-americana e permitir que a economia brasileira continue crescendo. “Estamos disponibilizando o crédito que falta no Brasil, seja diminuindo o compulsório e abrindo mão para que os bancos possam usar o compulsório, seja tomando cuidado para irrigar o crédito na construção civil, sobretudo, e nas pequenas indústrias”, lembrou Lula.

Entre as medidas para que não faltem recursos para financiar o desenvolvimento nacional, o governo federal editou na semana passada uma medida provisória dando permissão aos bancos federais para adquirirem ações de bancos que tenham problemas de liquidez, além de participações em empresas do setor imobiliário, como medida preventiva para fazer frente à redução no fluxo de crédito.

“O que não dá é para a gente dar dinheiro para bancos ou outras empresas que apostaram em ganhar dinheiro fácil, que transformaram a economia real em jogatina. Quiseram ganhar dinheiro sem produzir nenhum botão, nenhuma cabeça de alfinete”, sublinhou o presidente Lula, após votar em São Bernardo.

Em entrevista ao jornalista Ricardo Kotscho, Lula disse que “teoricamente, esta crise pode causar problemas ao Brasil, mas numa escala bem menor do que em outros países. No Brasil, temos um sistema financeiro mais sólido, não envolvido no sub-prime. Temos um mercado interno ascendente, com muitas obras financiadas pelo governo federal e por grandes empresas, como a Vale do Rio Doce e a Petrobrás, que não vão diminuir seus investimentos. Temos uma exportação hoje muito diversificada, não dependendo apenas de um ou dois países”.

“Se for preciso irrigar o crédito, você pode ter certeza de que nós vamos irrigar porque queremos que a economia brasileira continue crescendo, para que o povo brasileiro tenha possibilidade de emprego e de consumir”, ressaltou, observando que com bancos públicos bastante sólidos o governo pode ajudar a combater os efeitos da crise. “A Caixa, o Banco do Brasil e o BNDES vão cuidar de irrigar de crédito a economia”, disse Lula.

O presidente reiterou que as obras públicas não serão paralisadas, assinalando que grandes empresas como a Petrobrás também pretendem manter seus projetos de expansão. “Os investimentos estão garantidos da nossa parte. No setor da construção civil e em outros setores industriais, principalmente na pequena empresa, vamos cuidar do capital de giro para que possam funcionar”, acrescentou.

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Para Álvaro Dias, “estatização é um passo atrás”, bom mesmo é entregar bancos aos estrangeiros

Após a publicação da Medida Provisória 443, a oposição saiu reclamando que, ao contrário do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), as ações adotadas pelo governo Lula possibilitam que os bancos públicos participem do controle acionário de bancos privados que, eventualmente, venham a ter problema de liquidez. “O critério mais transparente seria um semelhante ao Proer, em que o governo financiaria bancos privados para comprarem outras instituições. Agora está se partindo para a estatização sem licitação”, disse o deputado Paulo Renato de Souza (PSDB-SP).

Segundo o parlamentar tucano, “a negociação era no mercado. Agora, o governo vai comprar diretamente o banco. Estão injetando dinheiro público diretamente na veia. O Proer era um programa com início, meio e fim”.

Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), o Estado ter controle sobre o sistema financeiro é “um passo atrás”, bom mesmo era o Proer, instituído por Fernando Henrique em 1995, que tinha início, meio e fim: “sanear” os bancos para possibilitar a concentração e a desnacionalização do setor. O programa consumiu oficialmente R$ 20,359 bilhões, mas os cálculos feitos pelos economistas Pedro Saínz e Alfredo Calcagno, da Cepal, apontam um total de R$ 43,4 bilhões. Em ambos os casos, em números da época.

Foi com base nesse “critério transparente” que o Excel Econômico foi transferido compulsoriamente pelo BC ao espanhol BBV pelo valor de um real, com o restante sendo lançado como prejuízo, e o Bamerindus, tomado pelo inglês HSBC.

Contudo, problema mesmo para a oposição é o fato de que os bancos privados estrangeiros, verdadeiro farol para os tucanos e assemelhados, estão agora todos no limbo, com suas montanhas de derivativos valendo tanto quanto uma nota de três dólares.

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Carlos Lessa diz que governo deve manter os investimentos públicos e controlar o câmbio

Na palestra “A crise nos EUA e sua repercussão no Brasil e no mundo”, organizada pelo Movimento de Defesa da Economia (Modecon), o economista e professor da UFRJ Carlos Lessa disse que espera uma recessão em escala global, com desvalorização de ativos reais e das commodities. Ele avaliou que pode ocorrer também uma depressão econômica tal qual nos anos que sucederam a 1929, quando quebrou a Bolsa de Nova Iorque.

Segundo o artigo “Carlos Lessa: ‘Haverá um processo recessivo em escala planetária’” – do jornalista Julio Cesar de Freixo Lobo, publicado no site da Aepet -, o ex-presidente do BNDES defendeu a manutenção dos investimentos públicos para o país manter um crescimento razoável. Lessa frisou que a crise pode trazer problemas sérios à economia brasileira em função da baixa taxa de investimentos em relação ao PIB: “Os investimentos na infra-estrutura, que são máquinas e equipamentos, atualmente chegam a 21% do PIB do país. Por isso não houve um avanço desde o início do governo Lula, quando era de 19% do PIB”. No início da década de 1970, chegou a 25% do PIB.

Ele sublinhou que as reservas em dólar do país [US$ 204,7 bilhões] podem desaparecer em pouco mais de um mês, devido à saída de divisas dos especuladores estrangeiros para cobrir posições negativas no exterior. “Vocês se lembram do Gustavo Franco, que disse haver US$ 70 bilhões de reservas cambiais? Pois bem, em menos de três semanas, elas se foram e agora vai acontecer o mesmo com o Dr. Meirelles. Eu proponho a centralização do câmbio e o seu controle pela autoridade monetária, para que o Brasil tenha algo para negociar com os banqueiros estrangeiros”, observou.

Para Lessa, o dólar, como moeda de troca internacional, está envolvido em uma crise de confiança e, pior ainda, a emissão de derivativos supera em dez vezes o total das riquezas reais dos países do mundo. “Para se ter uma idéia: a estimativa é que o PIB mundial seja US$ 67 trilhões, enquanto o total de títulos ou papéis emitidos é cerca de US$ 600 trilhões, e agora esta bolha especulativa estourou”, frisou o economista.

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Conselho do Desenvolvimento defende freio na alta dos juros

Conselheiros entregam moção ao presidente Lula recomendando suspensão do aumento da Selic

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na sexta-feira (24) com membros do comitê gestor do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), órgão de assessoramento da Presidência da República, que lhes entregaram uma moção recomendando “a suspensão do processo de aumento da taxa de juros (Selic) a partir da próxima reunião do Copom”, nos dias 28 e 29 de outubro. A moção defende também “a manutenção da taxa de crescimento dos investimentos públicos, do compromisso com o Programa de Aceleração Crescimento (PAC), com a Política de Desenvolvimento Produtivo e com os Programas Sociais”.

O documento foi entregue pelo ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, secretário-executivo do CDES, e pelos conselheiros Antoninho Trevisan (empresário), Clemente Ganz Lúcio (diretor do Departamento de Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – Dieese), Germano Rigotto (ex-governador do Rio Grande do Sul), José Lopes Feijóo (dirigente da CUT), Paulo Godoy (presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base-Abdib) e Zilda Arns (coordenadora da Pastoral da Criança).

A moção foi discutida na última reunião (14/10) do comitê gestor do CDES. “Discutimos a crise norte-americana e as medidas que devem ser tomadas pelo Brasil. Fruto deste debate, nós produzimos o documento no qual apontamos a necessidade de suspender o processo de aumento da Selic a partir da reunião do Copom de outubro e o restabelecimento do crédito para as atividades produtivas e o comércio”, disse o presidente da CGTB, Antonio Neto.

Os conselheiros consideraram que as condições econômicas construídas nos últimos cinco anos proporcionaram ao Brasil uma “singular capacidade de agir e de proteger o desenvolvimento com distribuição de renda”. Apesar disso, “a crise não pode ser subestimada. A recessão já atinge os EUA e a Europa, é previsível a contração da demanda mundial”, o que pode, então, “ter conseqüências profundamente danosas para o Brasil”.

ESTADO

Na avaliação do CDES, “as políticas monetária e fiscal devem ser adaptadas à situação extraordinária decorrente da crise financeira internacional” e a “ação do Estado deve ser imediata para não perder efetividade diante das proporções que essa crise pode assumir”.

Além da interrupção da alta dos juros e da manutenção do crescimento dos investimentos públicos – PAC e compromissos com a Política de Desenvolvimento Produtivo e com os Programas Sociais -, o CDES recomendou o “restabelecimento do crédito para as atividades produtivas e o comércio” e uma maior “ação do Banco Central visando à estabilização do câmbio”.

“O CDES defende que o momento é de entendimento nacional entre governos, parlamento, empresários, trabalhadores e organizações sociais para proteger nosso desenvolvimento com eqüidade, geração de emprego e distribuição de renda, baseado nas atividades produtivas, no trabalho e na solidariedade”, diz o documento entregue ao presidente Lula.

OBRAS

Na reunião com o presidente Lula, os industriais sugeriram a criação de um fundo – aproximadamente R$ 10 bilhões – para garantir o crédito de curto prazo para as obras de infra-estrutura, tendo como gestores a Caixa Econômica Federal (CEF), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os fundos de pensão. “O que o Brasil precisa fazer é manter o passo firme na boa gestão da economia brasileira, induzindo os investimentos que visam a ampliar a capacidade industrial e de infra-estrutura do País”, frisou o presidente da Abdib, Paulo Godoy. Segundo ele, o presidente Lula ficou de estudar a questão com a equipe econômica.

COPOM

Na contramão da ampla maioria dos setores sociais do país, o boletim Focus do Banco Central, divulgado na segunda-feira (27), projetou um aumento de 0,25 ponto da taxa Selic na reunião do Copom desta quarta-feira, o que elevaria os juros básicos de 13,75% ao ano para 14% ao ano. Contudo, segundo a equipe econômica, as medidas tomadas recentemente, como a liberação dos compulsórios, foram para “irrigar a economia”. Um insano aumento dos juros nesta quarta-feira seria como fechar a torneira da irrigação dos créditos.

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Sob pressão, BC interrompe alta dos juros

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, nesta quarta-feira, interromper a sequência de alta na taxa de juros, iniciada em abril deste ano. Em decisão unânime, o Copom manteve a Selic (taxa básica de juros) em 13,75% ao ano. Diversos setores do governo e da sociedade civil, entre empresários e trabalhadores, vinham cobrando do presidente do Banco Central a redução dos juros, um freio ao crescimento econômico.

Henrique Meirelles vinha dando sinais claros de que pretendia seguir prestando sua tradicional vassalagem aos banqueiros em sua trajetória de elevação dos juros. Na véspera do Copom, o Boletim Focus, instrumento usado pelo presidente do BC para se entender com o cartel da agiotagem, previu uma elevação da Selic em 0,25 ponto percentual.

Meirelles só não teve espaço para cravar um aumento dos juros nesta quarta-feira, como queria, porque foi cobrado publicamente pelo presidente Lula. Em reunião no Palácio do Planalto, na manhã desta quarta, com a presença do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT-MG), Lula manifestou o anseio da sociedade brasileira pela redução da Selic. “Vamos ver se o Copom vai agir como o José Alencar quer”, disse, numa referência às declarações do vice-presidente da República sobre os juros altos do BC.

Segundo José Alencar, o país vai muito bem, “apesar da política monetária”. “Se estamos preocupados com qualquer coisa ligada à recessão, uma das providências é baixar os juros. E, com essa ameaça de falta de liquidez bancária, os juros para o consumidor já subiram muito, e isso é perigoso”, alertou o vice-presidente, no dia 14, em Belo Horizonte (MG).

Para ele, manter a Selic em 13,75% ao ano é um “equívoco”. “Se não fosse essa política equivocada, a situação do Brasil era muito superior ao que estamos”, declarou o vice José Alencar.

NOTÍCIAS COLHIDAS NO SÍTIO www.horadopovo.com.br.

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